MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

terça-feira, 17 de abril de 2012

MST faz protestos e bloqueia rodovias pelos 16 anos do Massacre de Carajás


Movimento pede punição por morte de 21 trabalhadores rurais em 1996 no PA.
Manifestantes também pedem reforma agrária no chamado 'Abril Vermelho'.

Do G1, em São Paulo

Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) fazem protestos desde esta segunda-feira (16) em vários estados do país na Jornada Nacional de Lutas pela Reforma Agrária. Os integrantes do movimento também protestam pela punição de responsáveis pela morte de 21 trabalhadores rurais assassinados no Massacre de Eldorado dos Carajás, em operação da Polícia Militar, no Pará, em 1996.
Segundo informações do MST, nesta segunda foram realizados protestos em 17 estados e em Brasília, somando 38 ocupações de terra, nove ocupações de sedes do Incra, cinco protestos em prédios públicos, além de trancamentos de estradas e criação de acampamentos nas cidades. O MST ainda não informou em quantos estados ocorrem manifestações nesta terça, mas afirma que ao menos 60 rodovias foram bloqueadas.
Nesta terça-feira (17), dia em que se completa 16 anos do episódio, o movimento promete um ato público na Câmara dos Deputados, às 17h30, em homenagem aos 21 Sem Terra assassinados, e uma vigília em frente ao Supremo Tribunal Federal, a partir das 17h, quando devem ser colocadas 500 cruzes em frente ao prédio.
Os manifestantes deixaram, em Brasília, o edifício onde funciona o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). A Advocacia-Geral da União (AGU) havia apresentado, no início da noite desta segunda, na Justiça Federal, um pedido de reintegração de posse após a invasão.
O confronto ocorreu em 17 de abril de 1996 no município de Eldorado dos Carajás, no sul do Pará, quando 1,5 mil sem-terra que estavam acampados na região decidiram fazer uma marcha em protesto contra a demora da desapropriação de terras na rodovia PA-150. A Polícia Militar foi encarregada de tirá-los do local. Além de bombas de gás lacrimogêneo, os policiais atiraram contra os manifestantes.
Dos 155 policiais que participaram da ação, Mário Pantoja e José Maria de Oliveira, comandantes da operação, foram condenados, a penas que superaram os 200 anos de prisão. Eles estão em liberdade, por força de um habeas corpus do Supremo Tribunal Federal, concedido em 2005.

Nos estados
Nesta terça, aproximadamente 2,6 mil integrantes interditam 16 pontos de estradas de Pernambuco. De acordo com o integrante da direção nacional do MST, Francisco Terto, devem continuar ao longo de todo o mês. “O mês de abril é um mês de luta para nós. O primeiro objetivo desse movimento é denunciar a impunidade dos culpados do massacre de nossos companheiros de Eldorado dos Carajás”, disse.

Protesto do MST em Juazeiro (Foto: Imagem/TV São Francisco)Protesto do MST em Juazeiro, na Bahia
(Foto: Imagem/TV São Francisco)
Rodovias de Sergipe também foram bloqueadas em uma manifestação no início da manhã desta terça nas BRs 101 e 235. Policiais rodoviários acompanham os protestos e auxiliaram os motoristas durante a liberação das vias.

No Rio de Janeiro, manifestação dos integrantes do movimento complicou o trânsito na Avenida Presidente Vargas, no Centro. De acordo com o Centro de Operações Rio, às 9h20, os manifestantes ocupavam duas faixas da via, no sentido Candelária.

Na Bahia, a Polícia Rodoviária Federal confirma pontos de protesto na BR-116, próximo à cidade de Feira de Santana, e na BR-110, próximo a Paulo Afonso, no norte do estado, além da BR-242, na região oeste.

Uma das principais avenidas de João Pessoa, Paraíba, ficou interditada por 21 minutos durante uma mobilização. De acordo com Paulo Sérgio Alves, da direção estadual do MST, cerca de 500 pessoas participaram do movimento na capital que deixou o trânsito lento.

No Ceará, os integrantes continuavam acampados na entrada do Palácio da Abolição, no Bairro Meireles, desde a segunda, esperando uma reunião com o governador Cid Gomes. O MST pede pressa na reforma agrária, projetos de infraestrutura nos assentamentos como os de geração de emprego e renda e a contrução de escolas, entre outras reivindicações. Cerca de mil pessoas de diversas partes do estado estão no prédio.
MST faz manifestação em avenida de João Pessoa, Paraíba (Foto: Walter Paparazzo/G1)MST faz manifestação em avenida de João Pessoa, Paraíba (Foto: Walter Paparazzo/G1)
Em São Paulo, a Rodovia Anhanguera estava liberada para o tráfego de veículos por volta das 9h40 após manifestação. O protesto bloqueou os dois sentidos da via na altura do km 28, até as 8h40. O protesto começou por volta das 8h15.
Na rodovia Fernão Dias, próximo à cidade de Santo Antônio do Amparo (MG), os manifestantes ocuparam um pedágio que fica no Km 665 e os veículos estão passando sem pagar por uma pista. Cerca de 900 pessoas estão no local, segundo a Autopista Fernão Dias, concessionária que administra a rodovia.
Manifestantes também protestam rm frente ao prédio do Incra de Minas Gerais. Mais de 200 pessoas do MST, Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e Comissão Pastoral da Terra (CPT) paralisaram a BR-365, em Jequitaí, Norte do estado.
Quase 100 famílias estão acampadas na Fazenda São Braz, conhecida como Fazenda Camarão, no município de Barra de Santo Antônio, em Alagoas, desde a quinta-feira (12). No estado, 16 rodovias foram interditadas. Segundo o MST, os bloqueios ocorreram nos municípios de Maragogi, Flexeiras, Matriz do Camaragibe, Joaquim Gomes, União dos Palmares, Murici, Atalaia, Arapiraca, Piranhas, Porto Calvo, Junqueiro, Olho d'água das Flores e duas áreas em Delmiro Gouvei.
Na manhã de segunda, aproximadamente 700 pessoas ocuparam a sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) de Ji-Paraná, município do estado de Rondônia.

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