MEDIÇÃO DE TERRA

MEDIÇÃO DE TERRA
MEDIÇÃO DE TERRAS

domingo, 22 de abril de 2012

Filé, bordado típico de AL, faz do artesanato um bom negócio


Bordadeiras de Pontal da Barra criam diversos artigos com a técnica.
Peças são feitas com linha de algodão e agulha de aro de bicicleta.

Do PEGN TV
Mulheres de Pontal da Barra, em Maceió, fazem do artesanato um bom negócio. Com a técnica do filé, bordado típico de alagoas, elas criam diversos artigos de cama, mesa e banho. O lucro é certo.
Na praia do Pontal da Barra, 1.100 artesãos ganham dinheiro com uma técnica chamada filé. O bordado é um trabalho típico de Alagoas. As peças são feitas com linha de algodão e agulha de aro de bicicleta. Exige arte e paciência.
As rendeiras tecem, escolhem as cores e criam o filé alagoano com um design autêntico e diferenciado.
O tipo de artesanato surgiu há 200 anos. E desde aquela época o bordado já imitava as redes de pescadores. “A mulher via quando o marido saia para pescar. Ela ficava em casa sem fazer nada, depois dos afazeres domésticos ela começou a ter ideia de trabalhar com a própria rede de pesca do marido”, revela Petrúcia Ferreira Lopes, da associação de bordadeiras.
Há mais de 20 anos, para valorizar o trabalho, foi criada na comunidade a Associação De Mulheres de Pontal da Barra. E, agora, nos últimos dez anos, o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) profissionalizou o trabalho das artesãs.

Hoje, o bordado complementa a renda das famílias. O Sebrae ajudou as mulheres através de cursos de empreendedorismo e associativismo. Elas aprendem a atender os clientes e a vender. “O que a gente vem fazendo com esta comunidade é trazer algumas ações que possam beneficiá-los de forma diferenciada e tendo sempre o foco no mercado”, diz Jacqueliny Martins, do Sebrae.
A participação do Sebrae começa com a capacitação das bordadeiras. Um dos cursos é de inovação tecnológica. As artesãs aprendem a agregar valor ao produto. “A inovação é na tendência de cores, acompanhando a moda, quando a gente começa a harmonizar o colorido para o verão, de acordo com os tons quentes”, afirma Petrúcia.
Os produtos foram adaptados ao perfil do consumidor. Boa parte dos clientes é de turistas europeus e do sul do Brasil. “No verão, você vende muito mais saída de praia, você vende produtos para casa. No inverno você vende chalé, echarpe. São produtos diferenciados de uma estação para outra”, conta Jacqueliny.

O Sebrae também ensinou a formatar o preço certo para cada trabalho. As artesãs aprenderam a calcular custos e lucros. Antes, elas chegavam a ter prejuízo. “A gente, quando ia comprar uma nova linha, ela já estava mais cara do que havia comprado. Então, quando vendia esse produto, cadê o dinheiro? Cadê o lucro desse produto? Não tinha, era só mesmo troca de material”, diz Petrúcia.

A divulgação dos trabalhos é subsidiada pelo Sebrae. As bordadeiras participam de rodadas de negócios e feiras pelo país, para mostrar os produtos. E assim elas passam a ter acesso ao mercado. “O Sebrae dá todo o apoio na questão da aquisição do stand, do traslado, das passagens aéreas, então o Sebrae custeia esta parte. Quando elas vão, elas vão e comercializam o produto de todas artesãs. E fora isso, elas participam das rodadas de negócio”, explica Jacqueliny.

A venda dos bordados de filé aumentou. Hoje, você encontra o artesanato de Alagoas, por exemplo, em lojas de São Paulo, Minas Gerais, Recife e até no Chile.

A associação não tem fins lucrativos. O dinheiro vai para as associadas. Hoje, cada artesã ganha em média R$ 500 por mês. “Com a profissionalização, ela deixa de ser simplesmente aquela bordadeira e ela passa a ser uma bordadeira de filé, ela é reconhecida, é um trabalho que a autoestima hoje é bastante valorizada”, opina Jacqueliny.

E muitas mulheres vão além e montam lojas nas ruas de Pontal da Barra, onde existem 300 pequenas lojas que recebem turistas o ano todo.

Maria Madalena Brito começou o negócio há três anos, com R$ 2 mil investidos em espaço e estoque. Para ela, o apoio do Sebrae foi decisivo. “É uma peça feita à mão, com qualidade, é uma linha 100% algodão. Tudo isso a gente recebeu através do Sebrae. A gente teve essa técnica, nas palestras”, diz a bordadeira. Ela diversificou os produtos. Tem desde cintos, carteiras, tiaras até chapéus que encantam os turistas.

“Roupa feminina, roupa de cama, eu estou achando tudo muito lindo, tudo muito colorido, muito vivo, como tudo aqui que eu estou vendo em Maceió”, afirma a turista Marcelle Ferreira.
Rejiane Vital da Silva é outra lojista. Ela montou o negócio há seis anos. Investiu R$ 500 em pequeno estoque. “Eu vendo 50 peças por mês. Há o pessoal aqui do Brasil, pessoal de fora, tem muito turistas”, revela.

Nenhum comentário:

Postar um comentário