MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

domingo, 8 de abril de 2012

Cultura tradicional e riquezas de Cuiabá são retratadas em artesanatos


Comunidade São Gonçalo Beira Rio é símbolo de tradicionalismo da capital.
Local abriga associação de artesãos que vivem da cerâmica.

Do G1 MT

Artesanato em comunidade de Cuiabá (Foto: Denise Soares/G1)Artesanato garante renda para artesãos de comunidade em Cuiabá (Foto: Denise Soares/G1)
A cultura e as características de Cuiabá ainda podem ser vistas na quantidade de peças de artesanato produzidas e exportadas da capital. Há décadas a comunidade de São Gonçalo Beira Rio, no bairro Coxipó, vive da produção da cerâmica.
A maioria dos artesãos na região aprendeu as técnicas artísticas com os pais e avós. A comunidade começou a trabalhar com a cerâmicaentre as décadas de 60 e 70, quando o grupo retirava o barro do próprio rio Cuiabá.
Hoje os trabalhadores contam com uma associação de artesãos, que também funciona como renda extra. Uma das ceramistas, Alice Almeida, hoje com 65 anos, começou a ajudar a mãe aos 10 anos, e as duas faziam peças para venda.
“Saíamos de canoa pelo rio até chegar ao bairro do Porto. Lá vendíamos as peças para poder comprar roupas. Era difícil, pois sobrevivíamos da pesca e do artesanato. Hoje melhorou bastante, o artesanato daqui é bem divulgado”, comemora.
Artesanato em feito em comunidade de Cuiabá (Foto: Denise Soares/G1)Há anos, moradores dedicam-se à atividade
(Foto: Denise Soares/G1)
Nos dias atuais, mantendo a tradição, o mesmo bairro que Alice ia com a mãe, abriga o Mercado do Porto, onde são comercializados frutas, legumes, carne de animais, artesanatos, e diversos materiais.
Para preservação do rio, os artesãos optaram por comprar a argila de uma cooperativa em Várzea Grande, região metropolitana de Cuiabá. Atualmente a associação tem estoques de bonecas, santos de barro, pássaros em miniatura, personagens de festas tradicionais como dançarinos de rasqueado e cururueiros. Os tradicionais vasos e travessas também são feitos.
“O que mais vendemos são a galinha de Angola, talhas, os potes e vasos. As pessoas também gostam dos passarinhos e animais em miniatura. Teve um turista que veio e comprou quatro caixas de cerâmica”, lembra a artesã.
Trabalho
De acordo com as ceramistas, para confeccionar uma peça são necessários quase três dias. No primeiro, a peça costuma ‘descansar’. No outro são realizados o acabamento, alisamento e a pintura.
Adelina Antunes, artesã há mais de 20 anos no local, explica que as peças são feitas por etapas. “Fazemos a base, o sustento e a ‘boca’ da peça. Daí você faz os detalhes e o acabamento que você quiser”, disse.
Confecção de artesanato em Cuiabá (Foto: Denise Soares/G1)Criação de peça exige criatividade e delicadeza
(Foto: Denise Soares/G1)
Depois de modelar a peça, as ceramistas passam coro de boi e esponjas para alisar a peça. Com isso, o material ganha um melhor acabamento. “Se tiver alguma pedra ou areia, a peça vai estourar no forno. Tem que ter cuidado”, completa Adelina.
Em seguida, antes de finalmente ir ao forno, a artesã pincela a peça com o tauá- espécie de barro vermelho que dá uma cor mais viva a peça. Na última etapa, o material é colocado no forno à lenha para a ‘queimada’- quando o material fica exposto ao calor para ganhar firmeza e se transformar numa peça quase pronta.
A associação São Gonçalo Beira Rio conta com dez artesãos que fabricam peças, fazem doces e vários outros produtos. O local abre de segunda a domingo e também aos feriados. As peças de cerâmica têm preços que variam de R$5 até R$150.

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