MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Casal que viajou mais de 2 mil km em carroça cruza MT em busca de sonho


Casal saiu do Paraná em 2011 e sonha com pedaço de terra no Pará.
Viagem de 3 mil quilômetros é percorrida em uma carroça.

Do G1 MT
Viajante em carroça (Foto: Reprodução/TVCA)Viajante cruza o estado em uma carroça rumo ao
Pará (Foto: Reprodução/TVCA)
Há mais de 120 dias Onardel Bordignon e Lucinéia Silva Lima viajam em busca de um sonho. Na última semana o casal cruzou a cidade de Sinop, a 503 quilômetros de Cuiabá, depois de percorrer mais de 2 mil quilômetros em uma carroça. Juntos, eles saíram de Cascavel, no Paraná, no dia 18 de dezembro, rumo ao município de Trairão, no Pará. Na carroça eles estamparam o sonho de chegar ao destino com a frase 'Do Paraná ao Pará, se Deus quiser eu chego'.
A viagem de mais de 3 mil quilômetros percorridos a cavalo só tem um objetivo: conquistar condições para uma vida melhor. “No Pará é um lugar muito bom. Tenho um irmão que mora lá há 16 anos. O Incra [Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária] cedeu para ele 44 alqueires de terras que ele tem até hoje. E nós no Paraná vivíamos de reciclagem, trabalhando um dia para um, outro para outro. Como meu irmão ligou para mim falando que tem terra lá sobrando, nós estamos indo para lá porque eu tenho certeza que eles vão me dar um pedaço de terra”, disse confiante o viajante.
Apesar da motivação, Onardel reconhece que o trajeto não é fácil. Ele contou que tentou se desfazer da carroça, mas não achou lucrativo. “Quando eu comprei essa carrocinha, foi o último dinheiro que eu tinha: R$ 2,5 mil. E quando eu fui vender, tiveram coragem de me oferecer R$ 1 mil. Então é tudo que eu tenho e eu vou levar comigo. Falei com minha esposa e resolvemos ir. Vamos levar a carrocinha e o cavalo vai servir para nós no sítio”, explicou Onardel.
Na carroça puxada pelo cavalo Pingo, a casa foi improvisada com os pertences que restaram do casal. Com poucas condições financeiras eles contam com a solidariedade das pessoas pelo caminho. “Cada um dá um pouquinho. Dá dinheiro, dá alimento para nós comermos. Se não nós estávamos passando fome na estrada”, enfatizou Lucinéia Silva Lima.
Além das dificuldades financeiras, os viajantes disseram que a viagem tem sido arriscada e sofrida. “A estrada não é fácil. Nós já passamos pela morte umas três vezes durante essa viagem. Mas tem os anjos, tem o nosso Senhor que nos ajuda muito. Se não fosse isso, acho que nós não estávamos aqui”, disse.
Risco
O viajante Onardel Bordignon destacou ainda que o cavalo Pingo é alimentado com ração e, quando ele nota que o animal se cansou, a viagem é interrompida para que ele descanse. No entanto, de acordo com a veterinária Daniela Mello, apesar dos cuidados, a situação pode acarretar danos à saúde do animal. “Ele está andando muito mais do que ele deveria. É um animal que atualmente recebe um polivitamínico e tem ração, mas o dono falou que ele acaba comendo o que tem na beirada da rodovia. Ele disse também que caminha e na hora que vê que o animal está se mexendo muito rápido ele para. Então, o animal está sendo utilizado ao máximo. Esse animal pode apresentar morte súbita”, pontuou a veterinária.

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