MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Autoridades de saúde monitoram casos de H1N1 entre índios


Em Roraima, ainda não foi comprovado o surto entre os índios ianomâmis.
Hospitais de Boa Vista atendem crianças e adultos com sintomas da gripe.

Do Globo Rural
Quatro crianças indígenas estão internadas em um hospital infantil de Boa Vista. Elas estão isoladas, em tratamento contra uma gripe muito forte. Há suspeitas de que seja o vírus H1N1.
O hospital já recebeu outras 15 crianças, que tiveram alta depois que foram medicadas e não apresentaram mais os sintomas da doença.
A Casa de Saúde do Índio, também em Boa Vista, recebe adultos e idosos. Desde a semana passada, quatro pacientes deram entrada com uma gripe muito forte.
Tantos casos suspeitos colocaram as autoridades de saúde em alerta, já que os índios possuem sistema imunológico mais suscetível a esse tipo de doença. “A diferença vai muito pelo grau de nutrição dessa população. As pessoas ficam isoladas, então qualquer agente externo, bactéria, vírus, que o sistema imunológico deles não conhece, então a suscetibilidade daquela aldeia é muito maior do que se estivesse em uma comunidade urbana”, explica Mauro Asato, infectologista.
A notícia de uma grupe mais forte começou a correr na aldeia dos ianomâmis ainda no fim do ano passado. No mês passado, um bebê de seis meses morreu depois de receber alta do Hospital Infantil de Boa Vista. Exames ainda vão atestar se a causa foi o vírus H1N1. A doença fez quatro vítimas entre os ianomâmi da Venezuela, país que faz fronteira com o Brasil.
Desde o começo do ano, o atendimento de saúde em áreas indígenas é da Secretaria Especial de Saúde Indígena, que realiza o trabalho por meio do Distrito Sanitário Ianomâmi.
A falta de informações concretas sobre o assunto levou o Ministério Público Federal a visitar a região, depois de ingressar na Justiça com ação civil pública. “Ajuizamos uma ação civil pública cobrando da Secretaria de Saúde especial indígena, que preste melhor a saúde, principalmente dentro das terras indígenas, melhorando a condição tanto das enfermarias dos pólos básicos, quanto dos remédios, para que cheguem para todos os indígenas”, diz o procurador da república Rodrigo Timóteo.
Na região de Surucucu, onde só se chega de avião, vivem cerca de três mil índios, divididos em 21 comunidades. O posto de saúde e a enfermaria têm instalações precárias.
Segundo João Catalano, coordenador da Frente de Proteção Ianomâmi, os órgãos ligados a defesa dos indígenas estão acompanhando a história. “Quando cheguei lá nas comunidades, eles já estavam falando que a gripe estava chegando mais forte do que antes”.
As equipes medicas que atuam na área estão acompanhando os casos com atenção. Por enquanto, descartam um surto de gripe H1N1, segundo a diretora da Divisão de Saúde Indígena, Rosimary Queiroz. “Não pode falar em surto, porque nós não temos surto comprovado. Nós tivemos um pequeno aumento de síndromes gripais em certos pólos, não em todos. Por exemplo, aqui no Surucucu, nós não tivemos aumento de síndromes gripais, mas em alguns pólos nós tivemos aumento. Em dois pólos, que nós estamos monitorando, tivemos aumento de síndromes gripais, mas não surto”.
Foram coletadas 40 amostras de sangue dos indígenas que apresentaram sintomas de gripe. Elas foram enviadas para o Instituto Evandro Chagas, em Belém, para verificar se foram provocadas pelo vírus H1N1. Seguindo o protocolo do Ministério da Saúde, todos os índios estão sendo tratados com um antigripal específico para essa gripe.
O resultado do exame que irá identificar se a causa da morte do bebê Ianomâmi foi o vírus H1N1 deve sair na sexta-feira (13).

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