MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

sábado, 24 de março de 2012

Susto após comemorar gol do Flamengo faz baiano perder 30 kg


Edmundo sentiu forte dor no peito durante final do Brasileirão.
Com reeducação alimentar, ele chegou a emagrecer 9kg em 2 semanas.

Mariana Palma Do G1, em São Paulo
Viciado em massas e doces, o baiano de 35 anos Edmundo Borges Ferreira Júnior quase chegou aos 100 kg. Em 2010, com 99 kg na balança, um início de um problema de saúde fez com que ele tomasse uma decisão: emagrecer.
O alerta aconteceu durante o jogo da final do Campeonato Brasileiro de 2009, entre Flamengo e Grêmio, no Maracanã. Flamenguista doente, Edmundo estava assistindo ao jogo pela televisão e, ao comemorar o gol do time do coração, sentiu uma dor forte no peito.
“Descobri que estava com a pressão muito alta e tive que começar a tomar remédio”, lembra.
Natural de Camamu, no sul da Bahia, Edmundo se mudou com a esposa para São Mateus, no Espírito Santo, em 2005. “Depois que eu casei, engordei. Quando me mudei, engordei ainda mais. Eu tinha uma falta de percepção corporal e não me achava gordo”, conta o técnico judiciário, que, depois de comprar um espelho grande para o quarto, tomou um susto com o que viu. “Bateu um desespero”, lembra.
Edmundo - VC no Bem Estar (Foto: Arquivo pessoal)Edmundo com o filho antes de emagrecer e depois, com 30 kg a menos. "Ganhei confiança e segurança", conta (Foto: Arquivo pessoal)
Eu tinha que aturar a gozação, me chamavam de gordo. As pessoas eram irônicas, me enchiam e faziam piadas de mau gosto"
Edmundo Borges Ferreira Júnior
Os amigos baianos sempre fizeram piadas em relação ao peso e à barriguinha de Edmundo.
“Eu tinha que aturar a gozação, me chamavam de gordo. As pessoas eram irônicas, me enchiam e faziam piadas de mau gosto”, recorda.
Mesmo após a mudança de cidade, ele continuou visitando a família uma vez ao ano em Camamu. “Todo dia 31 de dezembro tem a festa da Romaria na cidade e eu sempre fui. Lá que tinha mais gozação”, conta.
Decidido a mudar, Edmundo começou a correr diariamente no calçadão junto com um amigo e cortou de vez os doces, as massas e o refrigerante. O resultado foi imediato: em duas semanas, ele perdeu 9 kg.
“A perda de peso me animou e eu continuei. Tomava muito líquido e comecei a correr até nove quilômetros por dia”, lembra. O emagrecimento continuou e, em quatro meses, Edmundo perdeu 30 kg. “Fiquei muito magro e com medo porque não sabia se tinha feito certo, se era normal perder tanto peso em pouco tempo”.
A primeira visita à nutricionista foi aos 69 kg. “Ela me disse que não era normal emagrecer tanto tão rápido e me recomendou fazer musculação e diminuir a corrida. Passei também a me alimentar melhor, de três em três horas”, lembra o baiano.
Preconceito
Antes de emagrecer, além das piadinhas que ouvia dos amigos da Bahia, Edmundo também sofreu com o preconceito nas lojas de roupas.
“Eu usava tamanho GG ou XG e às vezes os vendedores não me atendiam direito”, lembra. Em dezembro de 2009, ao visitar uma loja junto com a esposa, a vendedora ofereceu cinco peças “com má vontade”, segundo o baiano. “Demorei umas quatro horas na loja porque era muito difícil encontrar roupa”, conta.
Com a nova aparência, ele resolveu voltar à mesma loja e, coincidentemente, a mesma vendedora estava lá. “Ela não me reconheceu de primeira. Quando se lembrou quem eu era, ficou boquiaberta e eu senti o prazer de pedir uma roupa tamanho P”, conta Edmundo, feliz. “Fiquei muito feliz, era uma nova vida”, avalia.
No ambiente de trabalho, ele usava roupas sociais e, conforme foi emagrecendo, as roupas foram ficando largas. “Joguei tudo fora e comprei roupas novas. Quando cheguei ao trabalho, todos tomaram um susto”, conta aos risos.
Não contei para ninguém quando emagreci. Minha mãe tomou um susto, achou que eu estava doente"
Edmundo Borges Ferreira Júnior
O susto maior foi quando Edmundo voltou para Camamu pela primeira vez depois de magro e nem a mãe o reconheceu. “Não contei para ninguém quando emagreci. Minha mãe tomou um susto, achou que eu estava doente”, lembra.
Na rua, as pessoas olhavam e tinham dúvida se era mesmo aquele rapaz gordinho que era motivo de piada. “Eu percebia que queriam falar comigo, mas tinham medo, achavam estranho. A vida toda me viram gordo e eu chego magro do nada?”.
Na primeira festa da Romaria, foi a vez de Edmundo fazer piada com os amigos. “Eles me enchiam e não viam que também tinham barriguinha”, brinca. Com a nova aparência, veio a vaidade. “Brinco com a minha esposa que virei um pouco narcisista depois que emagreci. É diferente olhar no espelho, sempre me vi gordo”.
Edmundo - VC no Bem Estar (Foto: Arte/G1)Edmundo em Camamu com um amigo. "Era a época de cerveja, éramos gordos e meu amigo emagreceu comigo", conta. A outra foto é o resultado da boa alimentação e exercícios. "Comecei a usar sunga, coisa que nunca tinha feito" (Foto: Arquivo pessoal)
A mudança
Lasanha, estrogonofe, chocolate, cerveja e refrigerante eram figurinhas carimbadas na dieta do velho Edmundo. “Comia quatro barras de chocolate por fim de semana e meia travessa de lasanha. Adorava comer assistindo televisão e não fazia exercício físico”, conta. O novo Edmundo come de três em rês horas e no cardápio só tem queijo branco, barras de cereal, carnes brancas, frutas, iogurtes e pães e biscoitos integrais.
“Parei de beber, não como mais massa e nem doce. Quando eu sinto vontade de comer doce, disfarço a vontade com uma geleia light, uma barra de cereal ou um picolé de fruta”, diz ele, que jura que raramente sai da rotina alimentar. A esposa também emagreceu e a família toda aderiu à nova vida. “Hoje, na minha casa, usamos um litro de óleo em 4 meses. Meu filho tem 4 anos, não toma refrigerante e não gosta muito de doce”.
Quando viaja para Camamu, Edmundo tem também a ajuda da mãe. “Ela faz comida para mim e me ajuda. Quando ela faz moqueca de camarão, faz sem dendê, só com azeite”. Além da alimentação, a atividade física também passou a ser obrigatória na vida do baiano.
“Malhar vicia e eu não quero mais parar. Tenho 35 anos e quero chegar aos 50 com saúde e com o corpo definido. Olho fotos de quando eu era gordo e não tenho vontade de ser assim de novo”, finaliza.

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