MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

segunda-feira, 12 de março de 2012

PSA Peugeot Citroën e GM planejam carro compacto no Brasil


Prioridade é veículo com baixo nível de emissão, diz diretor da PSA.
Plano inclui plataforma para só para esse tipo de automóvel.

Priscila Dal Poggetto Do G1, em São Paulo

Com o recente anúncio de aliança entre as duas empresas, o foco de General Motors e da PSA Peugeot Citroën será, inicialmente, o desenvolvimento conjunto de carros pequenos e de uma plataforma exclusiva para veículos de baixo nível de emissões de poluentes, o que inclui híbridos e elétricos, segundo informou ao G1 o presidente do grupo PSA no Brasil, Carlos Gomes. Carros de médio porte, monovolumes e crossovers também são considerados.
arte aliança psa gm VALE ESTA (Foto: Arte G1)
O executivo não confirma se já existe um carro sendo desenvolvido em conjunto no Brasil, mas afirma que um modelo compacto está nos planos da aliança e que o primeiro veículo criado dentro da parceria com a GM será lançado em 2016.
“Obviamente, a segunda área de colaboração entre as duas empresas é a criação de novos produtos comuns, entre eles carros pequenos. É natural que um projeto comum possa acontecer no Brasil também. Mas o projeto não está definido, não posso dizer se vai interessar-nos [às operações brasileiras]”, ressalta Gomes.
No entanto, fontes ligadas ao projeto afirmaram ao G1 que um carro compacto já começa a ser desenvolvido no país pelas duas montadoras. Isso porque as duas companhias iniciaram projetos paralelos de carros pequenos e que, agora, serão “unidos”, para reduzir custos e compartilhar tecnologias.
“É um trabalho a quatro mãos”, disse ao G1 um alto funcionário do departamento de engenharia no Brasil de um dos principais fornecedores de sistemas do mundo, que participa do projeto. Os chamados “sistemistas” são o braço-direto das montadoras no desenvolvimento de veículos.
Em novembro do ano passado, o presidente da GM para a América do Sul, Jaime Ardila, havia afirmado, durante o Congresso Fenabrave, em São Paulo, que a companhia estudava um novo modelo popular para concorrer com o Volkswagen Up! e com o carro que a Fiat pretende produzir na nova fábrica de Pernambuco. No entanto a montadora não fala sobre o acordo, limitando-se ao comunicado oficial divulgado no último dia 29, quando a aliança foi confirmada.
Carros de baixa emissãoAlém de um carro compacto, Carlos Gomes, da PSA, ressalta a importância da nova plataforma. Segundo ele, uma plataforma específica para esse perfil de automóvel "verde", que inclui modelos híbridos e elétricos, será desenvolvida. “As plataformas dos modelos que temos hoje não foram desenhadas inicialmente para carros com baixa emissão, foram adaptações. Vamos criar a raiz, com uma plataforma específica”, ressalta o executivo.
O presidente do grupo define o aprimoramento e as soluções tecnológicas para carros verdes como um dos pontos mais fortes da aliança, na área de criação de produtos.
De acordo com o professor de estratégia e planejamento estratégico da BBS Business School, Raul Javalis, as negociações entre as duas companhias aconteciam há mais de 6 meses. Inicialmente, a GM e a PSA Peugeot Citroën destacam que a parceria vai se concentrar apenas em carros de passeio de pequeno e médio porte, monovolumes e crossovers.
CEO da General Motors Dan Akerman encontra o chefe da PSA Philippe Varin (Foto: Divulgação)CEO da General Motors Dan Akerson encontra o
chefe da PSA Philippe Varin (Foto: Divulgação)
Maior compradora do mundoEmbora o desenvolvimento de produtos seja uma das áreas mais importantes, pois inclui investimento em pesquisa e tecnologia, a aliança cria ainda uma joint venture para compras de serviços, materiais, matérias-primas, componentes e equipamentos industriais. A associação das empresas formará a maior compradora do mundo, com volumes anuais de compras de, pelo menos, US$ 125 bilhões.
Fora isso, a GM pretende estabelecer uma cooperação estratégica comercial com a Gefco, uma empresa de serviços de logística integrada e subsidiária da PSA. A empresa prestará serviços de logística para a GM na Europa e na Rússia.
“No nosso calendário, Compras é a primeira matéria. Vamos nos reunir aqui com a GM para ver o perímetro de compras da região”, afirma o número um da PSA no Brasil sobre como as mudanças vão afetar a América Latina.
As duas empresas destacam que nenhuma marca será criada e que as vendas de cada montadora serão mantidas separadamente, inclusive, concorrendo entre si. Até porque se trata de uma aliança e não de uma aquisição. Exemplo semelhante de cooperação estratégica é o do grupo Renault-Nissan.
Quem comemora é a EuropaQuem lê os “7%” da GM em participação da PSA pode achar “pouco”. Mas o número e as condições da aliança representam quantidades imensuráveis, pelo menos, por enquanto. A entrada do pagamento da GM significa muito aporte financeiro para a PSA liberar ativos para venda e, assim, reduzir o endividamento e realizar melhorias na própria companhia francesa.
“7% é muito dinheiro e estamos falando somente do valor monetário. Ainda é muito cedo para saber qual será o real impacto disso tudo”, explica Raul Javalis.
A PSA Peugeot Citroën deverá levantar cerca de 1 bilhão de euros por meio de aumento de capital com direito de preferência para os acionistas da PSA Peugeot Citroën. As sinergias totais esperados da aliança são estimadas em economia de, aproximadamente, US$ 2 bilhões anuais em cerca de cinco anos.
Opel e Peugeot têm 25% de capacidade ociosa. Acho que a consolidação da aliança vai levar mais do que 5 anos"
Raul Javalis, especialista em estratégia
No entanto, como as operações das duas companhias na Europa estão com capacidade ociosa, a otimização e a efetivação total da aliança pode demorar mais do que os 5 anos previstos, de acordo com especialistas que comentam sobre o assunto em publicações de todo o mundo. “Opel e Peugeot têm 25% de capacidade ociosa. Não acredito que isso chegue a causar demissões ou fechamento de fábricas, mas acho que a consolidação da aliança vai levar mais tempo”, avalia o professor de estratégia sobre a capacidade de produção que as fábricas europeias têm, mas que não é totalmente explorada por causa da queda das vendas de veículos na região.
Para o especialista, a aliança é positiva tanto para as duas companhias quanto para a Europa, porque mostra a confiança de grandes investidores no futuro da economia europeia. “A Europa está em uma situação bem complicada, porque não conseguiu se recuperar da crise de 2008/2009. Qualquer aliança é positiva. É crédito no mercado”, avalia Javalis.
E experiência em alianças a PSA tem. O grupo francês já possui acordos de compartilhamento tecnológico, o que inclui modelos e motores, com Toyota, Fiat, Ford, Mitsubishi e Volkswagen.

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