MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

terça-feira, 20 de março de 2012

Impasse sobre Código Florestal impede votação da Lei da Copa


Oposição ameaça obstruir se não for marcada data para votar lei ambiental.
Presidente da Câmara decidiu dar 24 horas para governo decidir.

Nathalia Passarinho Do G1, em Brasília
Reunião de lideres da base, que optou por retirar do texto da Lei Geral da Copa autorização expressa para a venda de bebidas (Foto: J.Batista/Agência Câmara)Reunião de lideres para discutir a Lei Geral da Copa
e o Código Florestal (Foto: J.Batista/Ag. Câmara)
Um impasse em relação ao projeto que altera o Código Florestal impediu a votação nesta terça-feira (20) da Lei Geral da Copa no plenário da Câmara. De acordo com o presidente da Casa, Marco Maia (PT-RS), a oposição ameaçou obstruir caso não fosse marcada uma data para a votação da nova legislação ambiental.
“Há pressão para que se chegue a um calendário de votação do Código Florestal. Demos um tempo até amanhã [quarta, 21], sem votar a Lei da Copa, para conversar e ver se é possível em comum acordo definir um calendário. Não havendo entendimento entre os líderes da base e da oposição, eu marcarei a data de votação do Código Florestal”, afirmou. Ele disse que tentará votar a Lei Geral da Copa nesta quarta (21).
O governo não concorda com o texto do relator do Código Florestal na Câmara, deputado Paulo Piau (PMDB-PE), que faz concessões à bancada ruralista. Por isso, tenta adiar a votação da nova lei ambiental.
“Nós dissemos que, sem uma data de votação do Código, fica difícil colocar qualquer outra matéria em votação. Não há clima para votar a Lei Geral da Copa”, disse o líder do DEM, ACM Neto (BA).
Segundo o líder do PSDB, Bruno Araújo (PE), o presidente da Câmara pediu 24 horas para construir um acordo sobre a data de votação do Código Florestal. “Nós condicionamos a votação da Lei Geral da Copa à votação da nova legislação ambiental. Caso contrário, haverá obstrução”, disse.
Arte Lei Geral da Copa atualizada até 19.mar (Foto: Arte/G1)
Bebidas na Copa
Após uma semana de reviravoltas sobre a venda bebidas alcoólicas durante os jogos do Mundial, deputados da base anunciaram nesta terça um acordo para votar a versão da Lei Geral da Copa que não contém liberação expressa para a comercialização.
Assim, seria suprimido artigo contido no texto do relator, deputado Vicente Cândido (PT-SP), que libera expressamente a venda de bebidas alcóolicas nos estádios.
O texto defendido pelos deputados da base é o original enviado pelo Executivo ao Congresso, que não libera e nem proíbe a venda de bebida, somente exclui artigo do Estatudo do Torcedor que veda o porte de álcool nos estádios. Assim, a Federação Internacional de Futebol (Fifa) teria que negociar com os 12 estados que sediarão jogos a comercialização de bebidas.
Ainda nesta terça, a bancada do PSC na Câmara, que conta com 17 deputados, decidiu que irá votar contra a venda de bebidas na Copa. Segundo a assessoria de imprensa da sigla, a decisão foi tomada porque os deputados andam "insatisfeitos com o relacionamento do governo com o Congresso".
Nesta quarta, a bancada do PSC se reúne com a do PTB (com 21 deputados) se poderão votar contra a orientação do governo em outros projetos em tramitação na Câmara.
Código Florestal
O relator do Código Florestal na Câmara, Paulo Piau (PMDB-MG) retirou do texto aprovado pelo Senado no final de 2011 artigo que prevê os percentuais de reflorestamento a serem exigidos dos agricultores que desmatarem áreas de preservação permanente (APPs). A alteração atende demanda da bancada ruralista.
O relatório de Paulo Piau mantém a exigência aos produtores de recompor parte da área desmatada, mas deixa a cargo da União e dos Estados estabelecer os percentuais. Ele citou exigência prevista no texto do Senado para que agricultores da Amazônia reflorestem 80% da área por eles desmatada em APPs.
"Pelo texto dos senadores, os pequenos produtores da Amazônia, com propriedade de até 4 módulos fiscais, ficarão somente com 20% da propriedade", criticou. Segundo Piau, "a receita de bolo de um estado não pode ser a mesmo de outro".
O deputado vai retirar ainda determinação do Senado de que, na área urbana, haja 20 m² de área verde por pessoa. "Isso é um exagero. As Nações Unidas sugerem 14m² por pessoa, e o Brasil já cumpre entre 14m ² e 15m ²", afirmou.

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