MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

quinta-feira, 22 de março de 2012

Greenpeace lança no AM campanha pela lei do Desmatamento Zero


ONG coletará 1,4 milhão de assinaturas para pedir legislação ao Congresso.
Evento contou com participação do diretor mundial da ONG, Kumi Naidoo.

Marina Souza Do G1 AM

O Greenpeace lançou na manhã desta quinta-feira (22), em Manaus (AM), uma campanha para que o governo crie uma lei  com a proposta de zerar a taxa de desmatamento no Brasil.
O evento aconteceu a bordo do navio Rainbow Warrior (Guerreiro do arco-íris, na tradução do inglês), que está atracado no Porto de Manaus, e contou com a presença do diretor-executivo mundial da organização ambiental, Kumi Naidoo.

De acordo com o Greenpeace, o objetivo é coletar assinaturas para levar ao Congresso Nacional a proposta de criação da lei, por meio da iniciativa popular, que reduza do desflorestamento no país, principalmente na Amazônia.
Segundo a ONG, que se juntou a outras instituições ambientais e sociais, ao menos 1,4 milhão de assinaturas serão coletadas pelo país e haverá a veiculação de vídeos sobre o tema estrelados por atores como Marcos Palmeira e Camila Pitanga.
O lançamento da campanha nacional em Manaus coincide com o início do Fórum Mundial de Sustentabilidade, que segue até o próximo sábado. "As razões para lançarmos a campanha em Manaus foram muitas: a cidade está no coração da Amazônia [...] e estaremos aqui até termos certeza de que a Amazônia está definitivamente protegida para o bem de todas as gerações", disse.
Ele comentou que a presença de líderes empresariais durante o encontro é importante para que a mensagem de combate ao desmatamento seja melhor propagada. "A mensagem que eu levaria para eles é que o Brasil quer um futuro sem destruição das florestas e essa realidade começa com a lei do Desmatamento Zero".
Kumi Naidoo durante lançamento da campanha (Foto: Marcos Dantas/G1)Kumi Naidoo (com o microfone) durante lançamento da campanha do Greenpeace em Manaus (AM) (Foto: Marcos Dantas/G1)
Economia verde e Código Florestal
Em entrevista ao G1, Kumi Naidoo afirmou que o país não precisa desmatar as florestas para se desenvolver. "O Brasil é hoje a sexta maior economia do mundo. Ele se tornou a sexta maior economia vendo uma queda no desflorestamento. Isto é uma prova de que não é preciso destruir florestas para continuar sendo forte no cenário internacional. No entanto, este país ainda é o segundo maior desmatador, depois da Indonésia".

Sobre o Código Florestal brasileiro, Naidoo ressaltou que as mudanças feitas são ultrapassadas. "As mudanças são todas sobre o passado: esquecer os crimes ambientais do passado e abertura de novas áreas de desflorestamento. É muito errado. A lei do Desmatamento Zero é uma iniciativa de pessoas juntas, relacionada ao futuro. A mensagem é clara: precisamos de leis para proteger a floresta e as gerações futuras", destacou.

Na cerimônia, a vice-coordenadora da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), Sônia Guajajara, ressaltou que o Brasil vive um momento de retrocesso.
"Ontem foi aprovada a PEC 215/00, que trata da demarcação de terras indígenas, na Comissão de Constituição e Justiça, na Câmara dos Deputados. Índio sem terra não é nada, ele não existe. Queremos território, queremos biodiversidade. Esta aprovação representa somente os interesses de uma classe econômica que só pensa no capitalismo. Não podemos permitir isto", afirmou.

De acordo com o procurador-geral da República no Pará, Felício Pontes Júnior, a lei de iniciativa popular é importante por medir o que a sociedade brasileira espera para o futuro do país.
"Nós, brasileiros, conseguimos desmatar cerca de 20% da Amazônia nos últimos anos. O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da Amazônia é menor que a media nacional e é, por si só, uma vergonha. Vivemos em um modelo de desenvolvimento predatório. Este é um grande teste de maturidade do povo brasileiro", disse.

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