MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

quarta-feira, 7 de março de 2012

Complexo de águas termais em Rio Quente e Caldas Novas tem até praia


Cidades no interior de Goiás são famosas por seus parques aquáticos.
Na Praia do Cerrado, crianças a partir de 7 anos podem aprender a surfar.

Elisângela Nascimento Do G1 GO

O estudante Murilo Gomes surfa nas ondas artificiais da Praia do Cerrado, em Rio Quente (GO) (Foto: Cristiano Borges/O Popular)O estudante Murilo Gomes surfa nas ondas artificiais em Rio Quente (GO) (Foto: Cristiano Borges/O Popular)
O circuito das águas quentes está entre os destinos turísticos mais procurados em Goiás. As cidades de Caldas Novas e Rio Quente - a apenas 22 quilômetros uma da outra e a cerca de 170 quilômetros de Goiânia - reúnem o maior complexo de águas termais do planeta, com rio, piscinas e fontes de águas naturalmente aquecidas, além de uma praia artificial. Em pleno cerrado, é possível, inclusive, aprender a surfar.
O estudante Murilo Gomes, de 10 anos, experimentou surfar pela primeira vez assim que a escolinha da Praia do Cerrado foi aberta, há três anos, e se encantou com a prancha. “Já fui várias vezes no mar de verdade e nunca surfei. Não sabia que era tão bom. As ondas parecem de verdade”, conta.
Para a mãe de Murilo, a pedagoga Larissa Silva, o melhor dessa experiência é a segurança. “As ondas são baixinhas [têm apenas meio metro] e não são imprevisíveis como as naturais. Isso me deixa mais tranquila”, ressalta.
O controle das ondas faz com que o aluno consiga evoluir muito mais rapidamente, avalia o instrutor de surfe Euclides Santana. "O mais difícil é ficar em pé, mas o aprendizado é mais rápido porque, em um curto período, o aluno consegue pegar mais ondas do que no mar", explica.
As aulas de surfe acontecem em horários em que a Praia do Cerrado não está aberta a visitantes, geralmente, das 8h às 10h e após as 17h. Podem participar adultos e crianças a partir dos 7 anos de idade, desde que saibam nadar.
Se surfe não é a sua praia e você quiser um pouco mais semelhança com o mar natural, o local – construído em uma área de 25 mil m² - tem nove tipos de ondas, que podem atingir até 1,20 metro de altura. As crianças têm um espaço exclusivo com ondas baixas e pouca profundidade na Praia da Marina.
A Praia dos Sonhos é exclusiva para os hóspedes do complexo. Há um confortável lounge com sofás e poltronas sob sombrites, além de restaurante privativo e um bar aquático. Para quem curte shows e esportes, o point é a Praia do Bikini, com arena para jogos de vôlei e futebol, bangalôs e um deck molhado, onde uma lâmina de água acomoda espreguiçadeiras.

O visual da Praia do Cerrado fica ainda mais encantador porque, embora seja artificial, está cercado de belezas naturais da Serra de Caldas. A areia é fina e branca, originada do processo de exploração de resíduo de cristais extraídos na região de Cristalina, cidade goiana a 280 km da região. Foram usados no local 3 mil metros cúbicos de areia, o que equivale a 300 caminhões.
Rio Quente (GO) ganhou uma praia em pleno cerrado (Foto: Elisângela Nascimento/G1)Rio Quente (GO) ganhou uma praia em pleno cerrado (Foto: Elisângela Nascimento/G1)

O ingresso é único para ter acesso à Praia do Cerrado e ao Hot Park, outro grande atrativo de Rio Quente. O parque aquático é imponente e tem diversos ambientes, que integram toboáguas e muitos brinquedos radicais – alguns gratuitos e outros pagos, em meio a muito verde.
O Half Pipe é a dica para quem não tem problemas cardíacos e gosta de muita emoção. Considerado o maior escorregador do Brasil – são 13 metros de altura em forma de “U”, ele foi inspirado nas pistas de skate (veja vídeo ao lado).
"É horripilante. A gente acha que vai voar, mas é muito, muito bom mesmo", define a turista Kelly Cristina de Melo, de 26 anos, após experimentar o brinquedo pela primeira vez. Mas há opções menos radicais, como o Lazy River, onde o visitante desce, de forma suave, em uma boia por um rio artificial de 238 metros. O percurso é relaxante e enfeitado por bonitos jardins.
Entre as atrações que são pagas à parte estão o mergulho ecológico – que custa de R$ 49 a R$ 197 – e a Terra dos Pássaros (ou Bird Land), a R$ 32 a entrada. O aviário reúne 300 aves cedidas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), entre araras, flamingos, gaviões e tucanos. "Recebemos cerca de 50 visitas por dia. É um lugar que realmente desestressa", revela o biólogo Sidney Faleiro, que há um ano é responsável pelo local.
O custo da visita ao Hot Park não é baixo. Além do ingresso (R$ 98 para adultos), não é permitida a entrada de alimentos e bebidas. No entanto, é um passeio obrigatório a quem visita a região. Lotado nos finais de semana e feriados, o parque abre das 9h30 às 17h todos os dias, exceto na baixa temporada, quando fecha às quintas-feiras para manutenção. Por isso, se quiser fugir de multidões, escolha dias da semana para fazer o passeio. Principalmente aos domingos, as filas na portaria de entrada são enormes porque a todo momento chegam ônibus com dezenas de turistas vindos de toda parte do país. Há estacionamento para carros, vans e ônibus.
Rio Quente
Antigo distrito de Caldas Novas, Rio Quente foi emancipado em 1988 e recebeu o nome do maior rio de águas quentes do mundo, que corta a cidade e tem 12 km de extensão. A nascente desse rio está no Parque das Fontes, dentro do complexo Rio Quente Resorts - ainda hoje chamado pelos antigos visitantes de Pousada do Rio Quente, e, logo abaixo, forma o lago até o Hot Park. É nesse trajeto que se pratica o mergulho ecológico. O rio passa por outros hotéis da cidade, entre eles, o Águas das Serras. Outra opção de hospedagem é o camping, onde é possível acampar com barracas ou trailers ao preço de R$ 40 por pessoa. A rede hoteleira da cidade se desenvolveu bastante, já as opções de alimentação nem tanto. Mas há comida caseira de boa qualidade a preços acessíveis.
Caldas Novas
Se preferir se hospedar em Caldas Novas, terá mais opções de hospedagem, alimentação, compras e uma noite agitada. As festas geralmente acontecem em hotéis da cidade, mas no centro a movimentação é intensa assim que a noite cai. Bares e restaurantes ficam lotados de turistas e moradores, embalados por música ao vivo – quase sempre sertaneja – e uma boa culinária regional com muito peixe, aves e frutos do cerrado, como o pequi. O peixe na telha é oferecido em vários restaurantes. As cantinas italianas também são recomendadas para quem prefere massas.
Piscinas com toboáguas estão entre as preferidas dos turistas (Foto: Elisângela Nascimento/G1)Piscinas com toboáguas estão entre as preferidas dos
turistas (Foto: Elisângela Nascimento/G1)
Embora seja um município com ares tipicamente do interior, o caos no trânsito de Caldas Novas nos finais de semana à noite é digno das grandes cidades. Por isso, prefira sair a pé, de táxi ou verifique se o hotel onde estiver hospedado tem traslados. Se quiser realmente usar o carro, fuja da movimentada Rua Orcalino Santos e procure estacionar em ruas paralelas, próximas à Praça Maestro Orlando, onde está grande parte dos restaurantes.
Faça chuva ou sol
Quem prefere um banho frio de piscina ou cachoeira não será excluído de um passeio a Caldas Novas e Rio Quente. A maioria dos complexos hoteleiros tem piscinas de água fria, principalmente as que acomodam os toboáguas.
De roupa e tudo, crianças se divertem em  chafariz, em Caldas Novas (GO) (Foto: Elisângela Nascimento/G1)De roupa e tudo, crianças se divertem em chafariz, em Caldas Novas (GO) (Foto: Elisângela Nascimento/G1)
Mas quem visita a região não se incomoda, mesmo nas temporadas mais quentes, de passar dias e noites desfrutando de águas aquecidas. Um diferencial desse destino é que ele pode ser aproveitado em qualquer época do ano. Os meses de férias são sempre mais concorridos, mas faça calor ou frio, chuva ou sol, os visitantes aproveitam bem esse roteiro. Afinal, a água aquecida espanta o frio e, em caso de chuva, há sempre uma ou mais piscinas que são cobertas.
Um vulcão, hoje extinto, deu origem às águas quentes de Caldas Novas há cerca de 600 milhões de anos. A água quente, pressionada por gases e pelo calor, começou a jorrar em meio a trincas de rochas em Caldas Novas, Caldas Velhas e Pirapitinga. No entanto, só foram descobertas em 1722, pelo sertanista Bartolomeu Bueno da Silva, filho do bandeirante Anhanguera. Eles estavam em busca de ouro e pedras preciosas, mas acabaram descobrindo as fontes termais com maior vazão no mundo.
Serra de Caldas
Atualmente, a cratera do vulcão é a Serra de Caldas. Caldas Velhas acabou formando as fontes do município de Rio Quente e Pirapitinga deu lugar à Lagoa Quente e à cidade de Caldas Novas.
Apesar dos constantes incêndios que sofre em períodos mais secos, o Parque Estadual da Serra de Caldas Novas (Pescan) é um reduto de belezas naturais. Quem gosta de contato com a natureza deve conhecê-lo. Localizado a apenas 5 km do centro de Caldas Novas, tem 123 km² em formato de elipse e foi criado em 1970 para proteger a área de captação da chuva que abastece o lençol termal, que, afinal, foi o motivador do desenvolvimento turístico de Caldas Novas e Rio Quente.
Tem trilhas com diferentes níveis de dificuldade, mas não se arrisque a visitá-lo sem estar devidamente preparado: sapatos confortáveis, calça comprida e chapéu, para evitar os raios solares e possíveis picadas de insetos.
Serra de Caldas (Foto: Elisângela Nascimento/G1)Vista para a Serra de Caldas, na cidade de Rio Quente (Foto: Elisângela Nascimento/G1)
Trajeto facilitado
Caldas Novas e Rio Quente são ligadas pela GO-213. Chegar às duas cidades ficou mais fácil porque o Aeroporto Nelson Ribeiro Guimarães, em Caldas Novas, passou a receber duas linhas regulares de voos em dezembro do ano passado. O itinerário sai de Campinas/SP passa por Goiânia, com saídas às quintas-feiras e domingos. Até então, o município só recebia voos fretados.
O turista também pode desembarcar no Aeroporto Santa Genoveva, em Goiânia, e alugar um carro (em média custa R$ 80 a diária). A distância até Caldas Novas é de 165 quilômetros. Uma das opções de trajeto é pela BR-153, passando por Aparecida de Goiânia. Entre as cidades de Hidrolândia e Professor Jamil, o motorista deve entrar no viaduto que dá acesso à GO-217. A maior parte da rodovia é deserta, por isso, certifique-se de que está com o tanque de combustível cheio. Em compensação, em vários trechos, a paisagem - com muito verde e alguns tons coloridos de árvores como o ipê - mais parece uma pintura de tão bonita.
Esse caminho passa pela cidade de Piracanjuba, uma das maiores bacias leiteiras de Goiás, e um bom lugar para descansar e aproveitar as guloseimas e quitandas que são vendidas em barracas espalhadas por boa parte da cidade. É possível encontrar grande variedade de doces em compotas, farinhas e polvilhos, além de artesanatos em barro e muitas panelas de ferro e alumínio. A partir daí, é preciso seguir pela GO-139, até chegar ao trevo de acesso às cidades de Caldas Novas, à esquerda da GO-213, e Rio Quente, à direita.
Arte Série Turismo Rio Quente e Caldas Novas (Foto: Arte/G1)

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