MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

quarta-feira, 21 de março de 2012

Com ajuda de chip, pais saberão por SMS se crianças frequentam escola


Tecnologia permite que assiduidade de alunos seja monitorada diariamente.
Novidade foi implantada terça-feira em Vitória da Conquista, na Bahia.

Tatiana Maria Dourado Do G1 BA

Uniforme em Vitória da Conquista (Foto: Divulgação/Prefeitura)Chips estão inseridos no escudo da escola ou na
manga dos uniformes (Foto: Divulgação/Prefeitura)
Os alunos da rede municipal de ensino de Vitória da Conquista, região sudoeste da Bahia, serão os primeiros do Brasil a se adaptarem ao fardamento digital, de acordo com a prefeitura da cidade. A iniciativa foi lançada na terça-feira (20) pela Secretaria de Educação no Centro de Educação Paulo Freire (Caic).
O projeto funciona em fase experimental desde 2011 e deve ser expandido para 25 das 203 unidades escolares do município na próxima semana, segundo estimativa da Secretaria. As camisas carregam um chip que monitora a frequência de cada estudante e gera o registro do horário em tempo real aos pais por meio de SMS. Inicialmente, serão cerca de 25 mil crianças e adolescentes, entre 6 e 14 anos, beneficiados pelo projeto. Até 2013, está prevista a inclusão de todos os atuais 42.725 alunos da rede municipal.
Para o controle, foi aplicada a tecnologia de identificação de radiofrequência chamada RFID, desenvolvida por um núcleo do Senai e geralmente adotada por empresas privadas para controle dos trabalhadores. "Todos os pais terão os telefones cadastrados e receberão alerta via celular sobre a entrada ou saída da escola. O sistema faz a captação através de sensores que são instalados nas unidades. Eles fazem automaticamente a leitura dos chips e repassam a informação via mensagem de texto aos pais", explica o secretário Coriolano Moraes. A camisa, que pode ser lavada normalmente, tem o chip instalado na parte do escudo e o sistema não pode ser retirado.
O gestor esclarece ainda que o projeto visa garantir prioritariamente a permanência dos alunos nas unidades para evitar possível exposição à violência, drogas ou mesmo ao trabalho infantil. "Quando chamávamos os pais para reuniões, percebíamos que eles ficavam surpresos quando se falava sobre a falta dos seus filhos. Por conta disso, havia até o corte do bolsa-família. Deixar os filhos na porta da escola não é garantia, muitos não entravam na unidade, passavam o turno no bairro e eram presas fáceis para cometer atos ilícitos, pequenos furtos ou envolvimento com drogas. A concepção é de que lugar de criança é na escola, até mesmo para combater o trabalho infantil".
Pesquisa realizada pela Secretaria Municipal de Educação nos últimos meses revela que 85% dos pais dos alunos possuem aparelhos celulares, o que facilitou a concretização da iniciativa. "Os que não tinham, correram para comprar, já que hoje são aparelhos relativamente baratos. Tivemos diversas reuniões com eles e isso ajudou bastante na concepção da ideia", afirma. Os chips são implantados em dois lugares: ou no emblema da rede municipal de ensino ou sobre uma frase de Paulo Freire inserida em uma das mangas, com os dizeres: "Educação não transforma o mundo, educação muda pessoas, pessoas transformam o mundo".
A médio e longo prazo, a proposta é repassar com mais instantaneidade informações sobre comportamento e notas do alunado aos pais e, internamente, propiciar levantamento mais ágil de merenda escolar, entre outros aspectos. O professor Sidney Soares, 34 anos, diretor do Centro Municipal de Educação Paulo Freire, afirma que pais, alunos e funcionários estão ansiosos. "No primeiro momento, gera curiosidade e dúvidas, mas a gente vai ter um ganho no índice de aprendizagem e aprovação, porque os alunos têm que estar na sala de aula e traz ainda mais participação da família na escola. A tendência é de melhoria", diz.

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