MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

quarta-feira, 7 de março de 2012

Clima e ferrugem puxam para baixo produtividade da soja em MT


Nova estimativa de safra indica perdas de 3,3% em produtividade.
Ganhos em produção e área vão amenizar recuo da soja no estado.

Leandro J. Nascimento Do G1 MT

colheita (Foto: Aprosoja-MT)Algumas regiões de Mato Grosso devem colher
menos nesta safra (Foto: Aprosoja-MT)
A disparidade nos níveis de produtividade marcou a safra 2011/12 de soja em Mato Grosso. Enquanto em algumas regiões do estado o produtor que investiu no cultivo da oleaginosa conseguirá manter os mesmos patamares das últimas safras, em outras ele amargará perdas. Tudo em função de 'vilões' que farão o produtor colher menos. O desempenho por cada hectare neste ciclo deve baixar 3,3% em relação a 2010/11 e fechar o ano em 3.103 kg/ha. Norte e médio norte do estado devem registrar as maiores baixas de produtividade com -8,3% e -6,9% respectivamente. É o que apontou a nova estimativa de safra divulgada nesta terça-feira (6) pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).
Daniel Latorraca, gestor do instituto, explica que o clima e a incidência da ferrugem asiática foram considerados os grandes problemas da safra. "O clima prejudicou alguns produtores no plantio e outros na colheita. Além disso, houve a ferrugem asiática. Se olharmos por região, as coisas ficam piores no médio norte, que tem 6,9% a menos de produtividade", declarou o representante, ao G1. Os números do Imea mostram que somente nesta região o recuo diminuirá o desempenho por hectare de 3.338 kg/ha para outros 3.107 kg/ha.
Em Sorriso, a 420 quilômetros de Cuiabá, a produtividade das lavouras deve baixar até 12% segundo os cálculos do Sindicato Rural. Em uma área de 940 hectares plantados com a soja, o produtor Nelson Piccoli vivenciou duas realidades. A que recebeu soja precoce manterá as escalas dos últimos anos. Na contramão, a de soja tardia que sofreu o ataque de ferrugem terá o desempenho inferior.
Mas conforme explica Piccoli, sua realidade é diferente dos demais agricultores sorrisenses. "Particularmente em minha lavoura estou tendo uma produtividade semelhante a 2011, principalmente nas variedades precoces", relatou.
Piccoli calcula que na área semeada com soja tardia e que sofreu com a incidência da ferrugem as perdas de produtividade cheguem até 20 sacas por hectare. "Na soja tardia chegamos a produzir de 45 a 46 sacas por hectare. Em 2011 chegou de 59 a 60 sacas por hectare", expressou o produtor.
"Tive a sorte de manter a média [boa] porque a maior área não foi atacada pela ferrugem asiática. Estou satisfeito porque mantive a minha média. Ao contrário da grande maioria dos produtores", expressou Nelson Piccoli.
Em Sinop, a 503 quilômetros de Cuiabá, Adelmo Zuanazi também amargou perdas de produtividade nesta safra. A média dos últimos talhões colhidos chegou a 30 sacas por hectare. O agricultor estima reduzir entre 15% a 20% o total colhido em relação a safra 2010/11, quando alcançou 56 sacas por cada hectare.
"Enfrentamos problemas de pragas originárias da cultura do algodão. Depois um período de muita chuva e luminosidade prejudicada", contextualizou.
Mas apesar de um cenário de perdas de produtividade, os problemas enfrentados pelos agricultores não devem fazer o estado baixar produção. O Imea projeta alta para a oleaginosa. Frente ao ciclo 2010/11 a safra deve crescer 6,7%, chegando a quase 22 milhões de toneladas. Um ano antes, outros 20,5 milhões de toneladas.
"No geral do estado, a produtividade caiu, mas não ao ponto de prejudicar a produção", explicou Daniel Latorraca, do Imea.
A área reservada à soja também evoluiu em 2012. Foram 7,072 milhões de hectares, ou 10,3% a mais em relação a 2010/11, com 6,4 milhões de hectares. O fator serviu para amenizar as baixas registradas na produtividade.

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