MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

terça-feira, 6 de março de 2012

AQUI TODO MUNDO MANDA

Postos aumentam preço e registram falta de combustível em São Paulo

Filas eram registradas na noite desta terça-feira (6) em estabelecimentos.
Gasolina estava em falta em alguns postos da capital paulista.

Luciana Bonadio Do G1 SP

Fila em posto de combustível na noite desta terça-feira (Foto: Luciana Bonadio/G1)Fila em posto de combustível na noite desta terça-feira (Foto: Luciana Bonadio/G1)
Postos de combustíveis da capital paulista sentiam nesta terça-feira (6) o reflexo da manifestação dos motoristas de caminhões-tanque, que deixaram de realizar o transporte da carga em protesto contra a restrição de circulação desses veículos na Marginal Tietê, iniciada na segunda-feira (5). Alguns estabelecimentos, inclusive, aumentaram o preço dos combustíveis. Outros estavam com os estoques de gasolina no fim ou já registravam falta do produto nesta noite.
Os motoristas enfrentavam filas no início da noite em dois postos da Avenida Rubem Berta, na Zona Sul de São Paulo. Em um deles, os atendentes avisavam os clientes sobre a falta de gasolina. Havia apenas uma bomba com álcool. Em outro posto, bem ao lado, ainda havia um pouco de gasolina e uma enorme fila. “Levei meia hora para conseguir abastecer”, disse o engenheiro aposentado Márcio Davini, de 66 anos.

O programador de mão de obra Diego Eugênio dos Santos, de 29 anos, passou por quatro postos da Marginal Tietê até finalmente conseguir abastecer sua moto, em um estabelecimento na Avenida do Estado. “Eu parei em quatro postos e nenhum tinha, desde a Ponte do Piqueri."
Em outro estabelecimento próximo dali ainda havia combustível, mas o motorista precisava desembolsar mais pelo produto. O gerente Marcel Uehara, de 29 anos, disse que o preço da gasolina subiu de R$ 2,44 para R$ 2,89 e o álcool, de R$ 1,74 para R$ 1,99 o litro. “Está para acabar e, enquanto não tiver, [o preço] vai fica assim. Dá para hoje e amanhã [quarta-feira] cedo”, afirmou.
Posto aumentou preço dos combustíveis em SP (Foto: Luciana Bonadio/G1)Posto aumentou preço dos combustíveis em
São Paulo (Foto: Luciana Bonadio/G1)
O taxista Luís Cláudio Mendes, de 33 anos, disse que pagou mais caro pelo álcool nesta terça-feira em um posto na região central de São Paulo. Ele contou que o produto costumava custar R$ 1,79 e passou para R$ 2,09 o litro. Como depende do combustível para trabalhar, o taxista confessou estar preocupado com a situação. “Eu vou caçar um posto à noite para encher o tanque e um galão.”
A Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon) de São Paulo informou que irá investigar as denúncias de aumento abusivo de preços de combustíveis por conta do protesto. Segundo Paulo Arthur Góes, diretor-executivo do Procon-SP, a escassez de combustível não é motivo para o aumento dos preços. Em nota, o órgão pediu para que os cidadãos que constatarem aumento abusivo em postos da capital relatem o ocorrido pelo site da fundação ou pelo telefone 151.
Em um posto de combustíveis na Avenida 23 de Maio, o preço continuava o mesmo, mas a gasolina disponível estava quase no fim por volta das 18h. O atendente Johnny Oliveira, de 28 anos, disse que havia apenas 800 litros de gasolina comum para a venda. Ele contou que o movimento foi intenso durante todo o dia. “Eu não parei um minuto, nem almocei”, contou.
Serviços essenciais
Segundo o Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários Autônomos de Bens do Estado de São Paulo (Sindicam-SP), caminhões passaram a abastecer nesta terça os serviços considerados essenciais – hospitais, Samu, bombeiros, polícias Civil e Militar, coleta de lixo e aeroportos. Empresas de transporte público não foram incluídas no abastecimento. Excluídos esses serviços, todo o restante do abastecimento está parado. O abastecimento aos pontos considerados essenciais está sendo feito apenas com a quantidade necessária para um dia.
O vice-presidente da Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam) informou que a categoria entrou em contato com a Secretaria Municipal de Transportes para pedir que a restrição seja suspensa no período da manhã, apenas na Marginal Tietê. “Precisamos de uma válvula de escape para todos os caminhões. Depois, em um período de 120 dias, poderia ter um acordo, um aumento gradativo”, disse Claudinei Pelegrini vice-presidente da Abcam.
Em nota, o Sindicom (Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes) disse que as associadas "estão se empenhando, com o indispensável apoio de escoltas da polícia, para retomar algumas operações de entrega de combustíveis, a partir de suas bases de distribuição na Grande São Paulo".
"As distribuidoras do Sindicom reiteram seu compromisso com o abastecimento da cidade, mas ressaltam que, apesar do engajamento das equipes da PM, têm encontrado grande dificuldade em mobilizar transportadores e motoristas a realizar estas operações, em função dos diversos ataques, agressões e intimidações realizados por manifestantes", disse o sindicato.
Motoristas formam fila em posto em SP (Foto: Luciana Bonadio/G1)Motoristas formam fila em posto em SP (Foto: Luciana Bonadio/G1)

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