Trabalhadores rurais afirmam ter documento de posse do terreno.
PM deve se reunir com famílias para que saída do local seja pacífica.
A fazenda ocupada por essas famílias tem mais de 1.200 hectares. Eles invadiram a propriedade há quase 15 anos, quando o terreno ainda pertencia ao governo de Goiás. Agora, a área foi repassada a uma empresa como pagamento de uma dívida, e os moradores foram despejados pela Justiça e estão desesperados.
Muitas famílias moram no local há mais de dez anos. Eles alegam que construíram casas, criaram os filhos, tiram o sustento da própria terra e não têm mais um lugar para viver. A trabalhadora rural Maria de Fátima Alves dos Santos diz que se sente humilhada. “Hoje nós temos que sair igual a uma cachorra de um lugar que nós pensávamos que iríamos comprar”, diz.
Os trabalhadores rurais reconhecem que a área é invadida, mas lembram que já tentaram legalizar a situação quando o terreno ainda pertencia ao estado. A agricultora Marta Moreira dos Santos afirma que a comunidade chegou a pagar a medição do terreno para a Agência Rural. “Temos documento comprovando tudinho. Eles disseram que iriam vir. Que esse documento iria demorar, mas iria sair para nós e estamos aqui esperando”.
A ordem de desocupação da área foi expedida em fevereiro e expirou na semana passada. Como os trabalhadores não saíram, a Polícia Militar (PM) já foi acionada. O comando da PM na região informou que vai se reunir com os moradores para tentar convencê-los a sair de forma pacífica, sem a necessidade do uso da força.
A empresa dona da área já se propôs a vender a fazenda por R$ 3 milhões, mas os trabalhadores dizem que não têm condições de comprar. Os trabalhadores estão tentando suspender a decisão. O principal argumento são os documentos que comprovariam a posse da terra. O trabalhador rural Lercil Miotti garante que pretende lutar até o fim. “Se eles quiserem no tirar daqui, vão ter de nos arrastar”.
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