MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Salvador e região têm 129 homicídios durante greve de PMs, diz SSP-BA


Mortes foram registradas entre os dias 31 de janeiro e 8 de fevereiro.
Número é 118,6% maior que os registrados uma semana antes da greve.

Do G1 BA

Durante os nove dias de greve dos policiais militares da Bahia, completados nesta quarta-feira (8), 129 pessoas foram vítimas de homicídios em Salvador e região metropolitana, segundo dados da Secretaria de Segurança Pública (SSP-BA). O número se refere aos crimes ocorridos desde a terça-feira (31), primeiro dia do movimento, até a manhã desta quarta. O dado representa um aumento de 118,6% em comparação com os homicídios registrados uma semana antes, nos nove dias entre 23 e 31 de janeiro, quando 59 pessoas foram assassinadas, de acordo com a SSP-BA.
IML Salvador (Foto: Gabriel Gonçalves/G1)A fachada do IML de Salvador na manhã desta
quarta-feira (8) (Foto: Gabriel Gonçalves/G1)
O G1 no esteve Instituto Médico Legal (IML) de Salvador, órgão que acolhe as vítimas de mortes violentas (e não apenas de homicídios), na manhã desta quarta-feira, mas não foi autorizado a entrar no local. O aumento no número de homicídios fez subir a demanda por atuação do órgão, segundo um funcionário do IML, e o movimento está tão intenso que até um dos carros funerários de reserva está sendo utilizado.
Segundo o funcionário do IML, que preferiu não se identificar, nesses dias de greve os três carros funerários da unidade têm recolhido média de 30 corpos por dia, enquanto em dias considerados normais, sem a greve da PM, a média é de 15. Os piores momentos, afirmou, ocorrem nos fins de semana.
Na manhã de quarta-feira (7), a secretaria afirmou que já passava de cem o total de homicídios. A instabilidade do site da SSP-BA nas últimas 48 horas tem dificultado o acesso aos detalhes dos crimes, entre eles, o local e o horário da ocorrência, além do sexo e idade das vítimas. O dado mostra, no entanto, que a quantidade de vítimas tem diminuído desde a manutenção da greve na Bahia. No domingo (5), o aumento de casos até então era de 129% e, nesta quarta, atinge 118,6 %.
Negociações
A última rodada de negociação entre grevistas e o governo terminou sem avanços na terça-feira (8), após quase sete horas de debates entre sindicatos de PMs e representantes do governo da Bahia.

Foi a segunda reunião consecutiva, que ocorreu na residencia episcopal, mediada pelo arcebispo de Salvador e primaz do Brasil, Dom Murilo Krieger. Participaram sindicalistas, o comandante-geral da PM, Alfredo Castro, o presidente da OAB Bahia, Saul Quadros; o secretário da Casa Civil, Rui Costa; o secretário da Administração do Estado, Manoel Vitório; e do Procuradoria Geral do Estado, Rui Moraes.
Após fracasso, a Associação dos Oficiais da Polícia Militar da Bahia (AOPMBA), que ainda não aderiu à greve, marcou uma assembleia geral, que deve acontecer na quinta-feira (9), em Salvador, para decidir sobre o movimento.
Governador pede retorno
O governador da Bahia Jaques Wagner pediu que os policiais militares grevistas retornem ao trabalho imediatamente. Ele também falou sobre a impossibilidade de negociar anistia aos policiais que cometeram crimes desde o início da greve, em 31 de janeiro. Wagner tranquilizou os turistas e baianos que pretendem curtir o carnaval na capital baiana a partir da próxima semana, informando que o esquema de reforço policial na cidade começa na terça-feira (14).
"Há dois movimentos. Para um deles, que é legítimo e reivindicatório, colocamos uma proposta que é o sonho dos soldados e oficiais da Polícia Militar da Bahia, que são as chamadas da GAP IV e GAP V. Com muito esforço orçamentário, ofereci entre 2012 e 2015 o atingimento no contra-cheque dessas duas gratificações. Essa é uma  lei de 1997 e é uma expectativa acalentada por todos eles a atingir isso. Estou garantindo o começo deste apagamento agora em 2012, outra parte em 2013, 2014 e 2015. Portanto, a GAP IV e GAP V farão parte de todos os contra-cheques dos policiais da Bahia. Isso siginifca um aumento de 35% de reajuste para os profissionais da Polícia Militar", disse Jaques Wagner.
AnistiasEle disse ainda que a população já está julgando a ação grevista dos policiais. "Aqueles que querem prestar o serviço à população sabem que a oferta é significativa e acredito que isso possa acontecer nas próximas horas. Existe um processo de intimidação de alguns e por isso, nem todos quiseram assumir a proposta feita pelo governo. Dizer que conquistamos a GAP IV e V é algo muito importante para a Polícia Militar da Bahia", afirmou o governador.
"Os policiais que participaram legalmente, dentro das regras, pacificamente do processo reivindicatório, não têm com o que se preocupar. Já dei meu testemunho de que não vou ficar querendo punir quem trabalhou pela melhoria salarial. Porém, todos aqueles que quebraram e intimidaram a população já foram condenados pela própria Polícia Militar e pela sociedade baiana. É óbvio que isso será apurado. Não há como falar em perdão sem apurar atos de vandalismo, se não seria um salvo conduto para aqueles que estão confundindo o direito de reivindicar com o direito de aprontar no estado de direito", disse Jaques Wagner.
Carnaval garantido"O planejamento está todo feito para o carnaval. O investimento de R$ 30 milhões na segurança será mantido. Faço um convite para que os policiais abracem a proposta feita pelo governo. A Operação Carnaval começa na terça-feira com a vinda de policiais do interior para a capital. Assim poderemos dar ao povo a maior festa popular do mundo e ter a eficácia da Polícia Militar da Bahia na resolução de conflitos", disse o governador da Bahia.
Prisões
Segundo ele, ficou acertado que as pessoas que forem detidas porque tiveram prisão decretada não iriam para presídios de segurança máxima e ficariam na Bahia, em presídios militares, até que a Justiça decidisse a respeito disso.

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