MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Reitor da UEG deixa cargo após denúncia; interino fala em mudanças


Haroldo Reimer assume lugar de Luiz Arantes, que deixou cargo na sexta (10).
Serão convocados 96 professores do cadastro de reservas, diz novo reitor.

Gabriela Lima e Versanna Carvalho Do G1 GO

O novo escolhido pelo governador Marconi Perillo para ser o reitor da Universidade Estadual de Goiás (UEG), Haroldo Reimer, espera ser nomeado nesta quarta-feira (15). Enquanto aguarda a publicação de seu nome no Diário Oficial, trabalha por mudanças na instituição e avisa: "Haverá agora um conjunto de ações em prol da universidade".
O antecessor de Reimer, Luiz Antônio Arantes, pediu demissão na sexta-feira (10) em meio a indícios de irregularidades na gestão da unidade nos dois últimos anos.
O pedido de Luiz Antônio foi acatado e na segunda-feira (13) Marconi anunciou o professor Haroldo Reimer como o novo reitor da instituição. A reportagem do G1 tentou contato com Luiz Antônio Arantes, mas não obteve resposta até a publicação desta reportagem.

Em entrevista ao G1, Reimer se coloca como reitor interino, pois, a princípio, ficará no cargo até novembro, quando deve tomar posse o reitor que deverá ser escolhido pela comunidade acadêmica na eleição de setembro. Segundo ele, nessa fase de transição, o governo sinalizou ações importantes, como a convocação de 96 professores do cadastra de reserva, após o carnaval.

Outra mudança discutida é a reformulação no plano de cargos e salários dos docentes. A intenção é transformar a dedicação exclusiva, atualmente paga como gratificação, em regime de trabalho. "Isso significa que se a pessoa sair para fazer um doutorado, ou pós-doutorado, não perde a gratificação", explica.

As mudanças vão depender da Assembleia Legislativa, pois o plano precisa ser formalizado em lei estadual, aprovada pelos deputados. Também está em fase de discussão, de acordo com novo reitor, a ampliação de vagas para doutores e pós-doutores, além de uma adequação do corpo técnico-administrativo, o que deve ocorrer via concursos.

"A expectativa é de que, nessa condução, o projeto que ganhe maturidade a partir da própria universidade", diz o reitor. Para isso, ele tem se reunindo desde terça-feira (14) com as entidades representativas (docentes, técnicos e estudantes). Quer um "amplo diálogo com os pró-reitores e corpo diretivo da administração".

As mudanças discutidas com o governo, de acordo com Reimer, tiveram como ponto de partida o relatório da Comissão de Estudos da Universidade Estadual de Goiás, apresentado em setembro do ano passado ao secretário de Ciência e Tecnologia Mauro Faiad. O levantamento foi elaborado com sugestões dos próprios membros da UEG e contribuiu com o plano de reestruturação da instituição. "Alguns pontos serão atendidos", diz o novo reitor.

Exoneração
Até então gerente de Pós-Graduação da UEG, Haroldo Reimer assume o lugar antes ocupado por Luiz Antônio Arantes, que pediu a exoneração do cargo em meio a 19 supostas irregularidades na gestão da unidade nos anos de 2010 e 2011.

Entre as principais denúncias, segundo a Controladoria-Geral do Estado de Goiás, estão um convênio irregular de R$ 10 milhões com uma fundação, a ausência de licitações na compra de produtos e serviços e supostos contratos irregulares. Conforme o Ministério Público, a instituição tem sofrido com o sucateamento da estrutura e a falta de professores e servidores concursados.
O Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) chegou a solicitar, no fim de 2011, o afastamento temporário do então reitor Luiz Antônio Arantes, para facilitar as investigações. "Nós recebemos um relatório da controladoria apontando indícios de diversas fraudes", explica a promotora de Justiça e coordenadora dos Centros de Apoio Operacional (CAOs) da Educação e do Patrimônio Público, Simone Disconsi.
Durante todo o ano passado houve boatos de uma possível intervenção na UEG. Um inquérito civil público foi instaurado na promotoria de Anápolis, onde fica a sede da universidade, para apurar as supostas irregularidades. Mas, apesar da polêmica envolvendo a saída de Luiz Antônio Arantes, a justificativa apresentada ao governador Marconi Perillo foi o interesse de se candidatar a um cargo eletivo nas eleições municipais de 2012.

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