MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

sábado, 11 de fevereiro de 2012

Portugueses afetados por cortes no orçamento vão às ruas em protesto


Milhares se manifestaram contra o corte de salários, a redução da aposentadoria e do seguro-desemprego no país.

Da BBC

Milhares de pessoas foram às ruas neste sábado em Lisboa, contra as medidas de austeridade adotadas pelo governo em meio à crise econômica que atinge a zona do euro.
Cerca de 300 mil manifestantes compareceram, segundo dados da Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses (CGTP), sindicato que convocou o protesto.
Manifestantes durante protesto em Lisboa (Foto: Jair Rattner / BBC Brasil )Manifestantes durante protesto em Lisboa (Foto: Jair Rattner / BBC Brasil )
As medidas implantadas nos últimos meses pelo governo português, que incluem o corte do décimo terceiro e do décimo quarto salários anuais dos funcionários públicos e dos aposentados,o aumento dos preços dos transportes públicos e do atendimento médico público e a redução do seguro desemprego, causaram indignação na população.
Ao anunciar os cortes, no fim de 2011, o primeiro-ministro Pedro Passos Coelho disse que eles medidas evitariam que o país ficasse sem condições de manter o programa de resgate do Fundo Monetário Internacional, da Comissão Europeia e do Banco Central Europeu.
A manifestação deste sábado é a primeira desde que outra central sindical, a União Geral dos Trabalhadores, assinou um acordo concordando com as medidas de austeridade. Antes disso, as duas organizações tinham realizado uma greve geral conjunta de um dia.
Brasileiro desempregadoIncapacitado de trabalhar devido a um acidente profissional num curso de formação para soldador, o brasileiro Rodrigo Silva, de 27 anos, está parado há três meses. 'Vim (para a manifestação) de Santo André, a 180 quilômetros de Lisboa', disse à BBC Brasil.
O brasileiro Rodrigo Silva, de 27 anos, que está desempregado (Foto: Jair Rattner / BBC Brasil)O brasileiro Rodrigo Silva, de 27 anos, que está desempregado há 3 meses (Foto: Jair Rattner / BBC Brasil)
Ele estava aprendendo a soldar quando teve uma queimadura na mão. 'Agora estou tendo dificuldades para conseguir atendimento médico, não tenho fisioterapia, não tenho apoio nenhum', conta Rodrigo, que vive há 24 anos em Portugal.
Carregando um cartaz que dizia 'É muito triste ser pobre neste país de incerteza, onde há tanto abutre à sombra desta pobreza', ele afirma que não tem nenhuma fonte de renda. 'Só tenho o prato de comida que minha mãe me dá'.
Redução na aposentadoriaUma perda de 20% em sua renda é quanto contabiliza o mecânico aposentado Augusto Leite. 'Fiquei sem o subsídio de férias e o de Natal (como são chamados os décimo terceiro e décimo quarto salários) e além disso, a partir de agora os aposentados tem que descontar 1,5% do salário para a seguridade social'.
Com 62 anos de idade, ele está aposentado há dois anos. 'Eu comecei a trabalhar aos 13 anos. Além disso, o período que estive na guerra é contado em dobro para a aposentadoria', diz. Segundo Leite, a crise vai atingir todos os países capitalistas: 'Dentro de 20 anos a nossa moeda vai ser o rublo (moeda russa).'
Queda de salárioA diretora de recursos humanos Sandra Pereira, de 36 anos, que também estava na manifestação, diz que sofreu uma queda drástica em seu nível de vida por causa da crise.
'A empresa em que eu trabalhava decidiu fundir as sucursais da Espanha e de Portugal e, como a colega de Madri tinha mais idade e dois filhos, ela ficou com o lugar. Agora acabou o seguro desemprego e não tenho nada', disse à BBC Brasil.
'De um rendimento de 4.500 euros mensais, passei para zero. Eu não tinha uma vida acima das minhas possibilidades, a única dívida que eu tinha era a prestação da casa. Estava no auge das minhas capacidades profissionais. Agora, já vendi meu carro e estou tentando vender a casa. O que me salva é a solidariedade da família e dos amigos', lamenta.
O aposentado Augusto Leite e a diretora de recursos humanos Sandra Pereira sofreram queda no nível de vida (Foto: Jair Rattner / BBC Brasil)O aposentado Augusto Leite e a diretora de recursos humanos Sandra Pereira sofreram queda no nível de vida (Foto: Jair Rattner / BBC Brasil)

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