MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Montadoras brigam na TV por consumidores dos EUA


Com mercado fortalecido, evento esportivo vira vitrine de carros.
Alta da demanda já deixa modelos mais caros nos Estados Unidos.

Priscila Dal Poggeto Do G1, em Las Vendas (EUA) - a jornalista viajou a convite da Fenabrave

A final do campeonato nacional de futebol americano, o Super Bowl, vai parar os Estados Unidos neste domingo (5). Por isso, anúncios de montadoras nos intervalos do jogo não vão faltar no segundo mais caro da televisão mundial.

As principais marcas estarão presentes - de General Motors a Hyundai - para convencer o consumidor local de que seu dinheiro "recuperado", após uma das piores crises econômicas da história da terra do Tio Sam, será um bom investimento em um bem de consumo cada vez mais caro nos EUA, o carro.
Chrysler 300 C 75 anos (Foto: Divulgação)Chrysler 300 C 75 anos (Foto: Divulgação)
O economista-chefe da National Automobile Dealers Association (Nada), Paul Taylor, entidade que responde pelas concessionárias dos Estados Unidos, acredita que o mercado vá crescer pouco este ano, para 13,8 milhões de unidades de automóveis e comerciais leves.
Em 2011, foram vendidas 13,36 milhões de unidades de automóveis e comerciais leves.
O crescimento, no entanto, deve ganhar força em 2013, com 15,4 milhões, e em 2014, com 16,2 milhões de unidades comercializadas.

Mesmo que o volume não chegue ao patamar de antes da crise de 2008, quando ficou perto das 17 milhões de unidades em 2005, ele já é considerado "saudável". Assim, a confiança das montadoras se concentra na retomada do crédito, em clientes com dívidas quitadas, na melhora do quadro de desemprego e na renovação da frota (a idade média de um carro nos Estados Unidos está em 10,7 anos).
Carros mais caros no EUA
O impacto do bom humor que toma conta da nação em ano de eleições presidenciais já se reflete no preço dos carros. Afinal, a alta da demanda força a elevação dos preços: é a natural lei da oferta e da procura. Nas lojas, é visível que as promoções não são mais "fartas" nas janelas das lojas e o governo só incentiva por meio de benefícios fiscais a compra de carros híbridos e elétricos.
As pesquisas de mercado confirmam o movimento. Nesta sexta-feira (3), a consultoria J.D. Powers divulgou levantamento que aponta aumento de 11% dos preços dos carros ao comparar com os valores praticados no crítico ano de 2008. Naquele período, o valor médio pago por um carro no mercado norte-americano era de US$ 25.500. Em janeiro de 2012, a média foi de US$ 28.341. Isso levando em conta que não houve uma migração dos consumidores para produtos mais caros. O perfil das pessoas aqui nos EUA praticamente não mudou.

Tanto é que, na prática, as fabricantes têm apostado em motores mais eficientes e menos gastões e em carros considerados pequenos - para o americano, um sedã grande brasileiro é o que eles chamam de sedã pequeno.
Estratégias de cada montadora
Em análise feita para a NADA, o analista chefe para a América do Norte da empresa de consultoria PwC Autofacts, Dan Montague, mostra que o mix de produtos é considerado de alto nível neste momento pós-crise.

"A Ford conseguiu crescer em participação de mercado por dois anos consecutivos", exemplifica Montague, que ressaltou o fim de marcas como a Mercury. Além disso, segundo ele, por não aceitar ajuda do governo Federal, a Ford cativou mais consumidores e, com a lição de casa feita, conseguiu investir em conteúdo tecnológico para seus carros, o que pode ser visto com o novo Focus, o totalmente reformulado Escape e a nova geração do Fusion, apresentada no Salão de Detroit, em janeiro.

No caso da líder de mercado General Motors, a estratégia de retomada foi a total renovação dos produtos - como acontece também no Brasil, atualmente -, com o lançamento de carros que ressaltam conteúdo, com os Chevrolet Malibu, Cruze e Impala. O diretor da PwC Autofacts, Brandon Mason, destaca ainda a reinvenção de uma Cadillac mais jovem, com os novos luxuosos XTS e ATS. "A GM está usando os produtos globais para acrescentar qualidade e novo design em seu portfólio", reforça Mason.

Enquanto isso, a Chrysler desfruta de um bom casamento com a italiana Fiat, que a ajudou a inovar em estilo, eficiência e rentabilidade. Destaque para o modelo Chrysler 300 e o Dodge Dart.
Corrida contra o tempo
Na terra onde "time is money" sempre, aproveitar a má fase das japonesas Toyota e Honda, por causa de recalls e desastres naturais no ano passado, é uma questão de sobrevivência. Até porque, quem mais tenta ganhar com as oscilações do mercado norte-americano são marcas emergentes por aqui, como Hyundai, Kia, Volkswagen e Nissan.

Aliás, todas essas terão participação de, pelo menos, 30 segundos durante os intervalos do Super Bowl. Apesar de tanta criatividade e de tanto dinheiro gastos nas telas de uma só vez, somente os próximos meses de vendas poderão mostrar qual delas realmente fez o "touch down".

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