Centro-Oeste concentra 79% dos registros da doença no Brasil.
No país, um total de 213 casos foram confirmados por consórcio.
Estado possui a segunda maior incidência nas
ocorrências de ferrugem asiáticas (Foto: Aprosoja)
Mato Grosso deixou o posto de estado com o maior número de focos de ferrugem asiática na soja nesta safra 2011/12. Nas últimas semanas, Mato Grosso figurava como o estado onde a doença mais havia se instalado. Agora, ocupa a segunda posição com 82 ocorrências, sendo ultrapassada por Goiás, que soma 87.ocorrências de ferrugem asiáticas (Foto: Aprosoja)
Os números são do Consórcio Antiferrugem, desenvolvido pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em parceria com outras entidades. Juntos, os dois estados concentram 79,3% do total de casos confirmados para o ciclo no país.
Para o gerente-técnico da Associação de Produtores de Soja e de Milho de Mato Grosso (Aprosoja/MT), Luiz Nery Ribas, o fato de as ocorrências terem aumentado em Goiás não significa uma queda na velocidade de disseminiação da doença nas lavouras mato-grossenses. Segundo ele, tudo está associado ao início da colheita no estado vizinho."Ainda temos a mesma preocupação. É natural porque a colheita em Goiás inicou um pouco mais tarde", declarou o representante.
O clima ainda preocupa os sojicultores de Mato Grosso. O excesso de chuvas nas lavouras contribui para elevar a umidade do campo e tornar a cultura mais vulnerável à doença. De acordo com o gerente-técnico, ainda não é possível estimar quanto Mato Grosso perderá nesta safra em decorrência da ferrugem. "Em termos de perdas ainda não sabemos", contou Luiz Nery Ribas. Somente nos últimos seis anos, a doença gerou prejuízos de R$ 9,2 bilhões nas lavouras do estado. No Brasil, as perdas atingiram R$ 36,2 bilhões desde 2004.
Mato Grosso é o principal produtor brasileiro de soja e somente nesta safra deve colher 21,6 milhões de toneladas, resultado 6,3% frente a 2010/11 segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O estado reservou à cultura 6,8 milhões de hectares, o que também representa um avanço de 6,8% ante o ano anterior, com 6,3 milhões de hectares.
A colheita do grão já ultrapassou 24%, com a região oeste registrando maior avanço, conforme o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). "Sofremos um período difícil em janeiro com as chuvas intensas que dificulturam a colheita. No final do mês, o clima alinhou, possibilitando o andamento espetacular da colheita de soja. Acreditamos que fevereiro vai avançar muito bem, assim como o plantio da safrinha de milho", disse Carlos Fávaro, presidente da Aprosoja em Mato Grosso.
O dirigente fala em dificuldades com a colheita da oleaginosa. "Algumas regiões estão colhendo muito bem, mas em algumas propriedades como no eixo BR-163 no norte e nordeste já vemos algumas com produtividade abaixo do esperado em função do excesso de chuva", pontuou Fávaro.
Os problemas gerados pelas adversidades climáticas no início da safra e também durante seu desenvolvimento vão influenciar diretamente o desempenho das lavouras, conforme o setor. "Primeiro houve uma falta de chuva durante o plantio. Depois se estabilizou e veio um excesso, dificultando as aplicações e a ferrguem asiática se instalou. Certamente teremos queda na produtividade", ponderou ainda.
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