MEDIÇÃO DE TERRA

MEDIÇÃO DE TERRA
MEDIÇÃO DE TERRAS

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Kassab é vaiado em festa de aniversário do PT


Prefeito de SP foi convidado na condição de presidente nacional do PSD.
Também compareceram a presidente Dilma e José Dirceu, o mais aplaudido.

Priscilla Mendes e Iara Lemos Do G1, em Brasília
O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, foi vaiado pela plateia ao ser chamado na noite desta sexta (10) para integrar a mesa de autoridades do evento de comemoração dos 32 anos do PT, em Brasília, que contou também com a presença da presidente Dilma Rousseff e de 17 ministros.
Convidado, Kassab foi chamado na condição de presidente nacional do PSD. Ele discute a possibilidade de uma aliança do PSD com o PT na eleição municipal de São Paulo. Outros presidentes de partidos aliados do PT também foram convidados.
A presidente Dilma, autoridades e dirigentes partidários no evento de 32 anos do PT em Brasília (Foto: Wilson Pedrosa / Agência Estado)A presidente Dilma, autoridades e dirigentes partidários no evento de 32 anos do PT em Brasília; Kassab é o último à direita (Foto: Wilson Pedrosa / Agência Estado)
Indagado sobre a vaia, o presidente estadual do PT-SP, Edinho Silva, disse ser “natural” a “estranheza”. “É natural que a militância tenha uma relação de estranheza. (...) Eu sou favorável a que se possa criar uma aliança que tenha condições de vitória”, disse.
O pré-candidato a prefeito pelo PT em São Paulo, o ex-ministro da Educação, Fernando Haddad, disse, antes da cerimônia, que Kassab era "bem-vindo" ao aniversário do PT. O presidente da Câmara, deputado Marco Maia (PT-RS), defendeu a aliança com Kassab.
A senadora e ex-prefeita Marta Suplicy, adversária de Kassab, não compareceu ao evento. Ela enviou nota oficial, lida pelo mestre de cerimônias, na qual afirmou que o PT deve "fazer avançar as conquistas sociais sem abrir mãos dos nossos princípios".

Pelo Twitter, na quinta (9), a senadora disse que não quer ficar de "mãos dadas" com Kassab. Ela aguarda uma definição das negociações com Kassab para decidir como irá se engajar à campanha de Haddad.
Em discurso durante a cerimônia, o presidente nacional do PT, deputado estadual Rui Falcão (SP), mencionou os três partidos de oposição ao governo federal com os quais, segundo afirmou, o PT não "formará chapa" nas eleições municipais deste ano: PSDB, DEM e PPS.
Dirceu e Lula
De todos os convidados para integrar a mesa, o mais aplaudido, de pé, foi o ex-ministro José Dirceu, ex-presidente do PT e um dos réus do processo do mensalão que tramita no Supremo Tribunal Federal. Ele foi recebido sob o coro "partido, partido, é dos trabalhadores".
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em tratamento contra um câncer na laringe, não esteve presente. Ele enviou mensagem, lida pelo presidente do partido, Rui Falcão. "Eu queria muito estar hoje em Brasília com vocês. Além de celebrar coletivamente o aniversário do nosso partido, teria oportunidade de ver e abraçar tanta gente amiga [...]. No entanto, meu tratamento de saúde entrou em sua etapa final e devo manter a rigorosa disciplina mantida até agora para que a cura seja completa e eu volte o mais rápido possível a militância social e politica", disse na nota.
No texto, o ex-presidente disse ter ajudado a “construir o maior partido de esquerda do Brasil”. “Cumprimos com notável êxito os principais compromisso [do partido]. Nunca é demais lembrar que, junto com outras forcas de oposição, o PT contribuiu de modo decisivo para o fim do autoritarismo e para a democracia”.
‎‎
Ele elogiou a atuação de Dilma na Presidência. “A presidente Dilma [...] está dotando o país de novos objetivos estratégicos. São metas econômicas, políticas, sociais e culturais que pavimentam o caminho do futuro”.
Lula destacou dois programas que, segundo ele, “tocam fundo o coração”: o Brasil sem Miséria e o Pronatec. “Erradicar a extrema pobreza até 2014 dando oportunidade de sobrevivência digna a 16 milhões de pessoas através do Brasil sem Miséria e expandir de forma massiva o ensino profissional, o Pronatec”.
MinistrosAlém da presidente Dilma Rousseff, compareceram 17 ministros: Aloizio Mercadante (Educação), Fernando Pimentel (Desenvolvimento, Indústria e Comércio), Paulo Bernardo (Comunicações), Tereza Campelo (Desenvolvimento Social), José Eduardo Cardozo (Justiça), Miriam Belchior (Planejamento), Alexandre Padilha (Saúde), Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência), Ideli Salvatti (Relações Institucionais), Luiz Sérgio (Pesca), Maria do Rosário (Direitos Humanos), Luiza Bairros (Igualdade Racial), Eleonora Menicucci (Mulheres), Helena Chagas (Comunicação Social), Ana de Hollanda (Cultura), Afonso Florence (Desenvolvimento Agrário) e Gleisi Hoffmann (Casa Civil).
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, filiado ao partido, não foi à festa. Enquanto o evento acontecia, a assessoria do ministério divulgou nota negando que o ministro estivesse demissionário.
Apolônio de Carvalho
Na cerimônia, o PT prestou uma homenagem ao filiado número um do partido, Apolônio de Carvalho, morto em setembro de 2005, aos 93 anos. Dilma e Rui Falcão entregaram como presente à viúva Renée France de Carvalho um quadro com a ficha de filiação de Apolônio, militante comunista que lutou contra o fascismo na Guerra Civil Espanhola e na Resistência Francesa. No Brasil, foi preso pelo governo de Getúlio Vargas, nos anos 1930, e nos anos 1960 e 1970 participou da resistência à ditadura militar.
"O Apolônio vacilou um pouco porque ele não sabia bem do que se tratava e ele achava que o Partido dos Trabalhadores talvez não fosse uma coisa assim muito justa. Ele precisava de um partido que tivesse uma ideologia formada, mas eu disse: ‘Apolônio, pode ser que o PT não tenha ainda uma ideologia formada, mas ele tem massas. E nós sempre sonhamos com um partido que fosse de massas. Acho bom pensarmos no assunto", afirmou Renée France de Carvalho.

Nenhum comentário:

Postar um comentário