MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Funcionários voltam a ter acesso ao Centro Administrativo, em Salvador


Segundo Exército, clima tranquilo permite volta da circulação de pessoas.
Entradas foram bloqueadas após ocorrência de confrontos armados.

Do G1 BA

Foi liberado na manhã desta terça-feira (7) o acesso a pé e de carro para funcionários que trabalham nos órgãos públicos localizados no Centro Administrativo da Bahia (CAB), em Salvador. A entrada foi fechada após o início do confronto de manifestantes do movimento grevista da Polícia Militar com homens do Exército, que patrulham a área. Além da Assembleia Legislativa, onde PMs permanecem acampados, funcional no CAB órgãos públicos como secretarias e Tribunal de Justiça do Estado.
De acordo com o tentente-coronel Cunha, chefe de comunicação do Exército, os funcionários terão acesso ao local mediante apresentação de crachá ou cartão que o identifique como funcionário. "Suspendemos o acesso ontem [segunda-feira] como medida cautelar porque entendemos que o local não estava seguro. Hoje o clima é de tranqulidade. Enquanto esse clima permanecer, o acesso estará liberado apenas para os funcionários do CAB", afirma o tenente-coronel Cunha.
Entrevista
O governador da Bahia, Jaques Wagner, afirmou na manhã desta terça-feira, em entrevista ao Bom Dia Brasil, que as negociações para o fim da greve dos policiais militares no estado avançam desde a tarde de segunda-feira, quando tropas do Exército e da Força Nacional cercaram a Assembleia Legislativa, em Salvador, onde os grevistas estão abrigados.
Wagner afirmou também estar disposto a conceder o pagamento da Gratificação de Atividade Policial (GAP) de nível 4, a principal exigência do movimento, mas diz não ter recursos para que o pagamento seja feito imediatamente.
A proposta levantada por ele é de que o valor da gratificação seja pago de forma diluída ao longo dos três próximos anos. Atualmente, os policiais recebem a gratificação de nível 3 e o salário do soldado varia entre R$ 1.900 e R$ 2.300.
“Nós, ao longo de cinco anos, concedemos 30% de aumento real. E eu tenho limite na folha. As negociações são em torno desse valor, da chamada GAP 4 e eventualmente até da GAP 5, mas evidentemente isso terá que ser partilhado ao longo de 2013, 2014 e até 2015. Se for para pagar alguma coisa imediatamente agora, não há menor espaço, porque eu não tenho espaço fiscal para fazê-lo", afirmou o governador.
Negociações
 Segundo ele, as negociações para o fim da paralisação começaram às 16h30 de segunda e se estenderam até as 2h desta terça-feira. As conversas para o fim do movimento devem ser retomadas nesta manhã, a partir das 10h.
"Eu posso lhe garantir que uma negociação que começou às quatro e meia da tarde e se estendeu até as duas e meia da manhã, é um ótimo sinal. Quando as coisas não andam, as negociações se interrompem rapidamente", disse. "A extensão da reunião é um sinal de que estamos no caminho de encontrar uma saída negociada”, acrescentou.
Anistia
O governador descartou conceder anistia aos grevistas que realizaram o que chamou de “atos criminosos”, mas minimizou os atritos com o que chamou de “profissionais da segurança pública”, procurando convocar os PMs a "garantir a segurança da população durante o Carnaval". "Anistia se concede em um regime de exceção e de guerra, e estamos em uma democracia. Conceder anistia seria um salvo-conduto (para atos criminosos).", afirmou.
"O meu chamamento é aos profissionais da segurança pública, que não deixem a população a descoberto. A nossa missão é a missão de garantir a segurança pública e nós devemos fazê-lo mesmo em momentos em que a gente está pedindo maior salários. Eu insisto que o Carnaval está chegando, nosso interesse é que rapidamente se bata o martelo na mesa de negociação e eu tenho convicção de que isso vai acontecer", acrescentou Wagner.
Saída de PM
Um policial militar que estava entre os manifestantes acampados na Assembleia Legislativa da Bahia, no Centro Administrativo, em Salvador, deixou o local por volta das 2h30 desta terça-feira. De acordo com o tenente-coronel Cunha, chefe de Comunicação do Exército, o PM informou que não queria mais participar do movimento, que completa uma semana.
Ainda segundo Cunha, ele foi conduzido por seguranças e teve a ficha checada por agentes da Polícia Federal, que constataram não haver mandado de prisão expedido pela Justiça contra o PM. "Ele pediu para sair e foi embora no carro dele por vontade própria. Foi perguntado se ele queria algum suporte para chegar em casa e disse que não precisava, que ia no seu veículo mesmo", afirma o tenente-coronel Cunha.
O chefe de comunicação do Exército informou ao G1 que a madrugada foi tranquila no local. Segundo ele, não houve confrontos. Nesta manhã, o que se viu também foi um ambiente sem muitas movimentações, apenas troca de turno dos policiais que estão no local. "Estamos aqui para criar condições favoráveis ao fim da greve", disse.
A segurança em torno da Assembleia Legislativa conta com 150 homens do Exército, 220 policiais militares que não aderiram à greve e 20 homens da Força Nacional. Na manhã desta terça-feira, diversas viaturas de grupos especializados da PM chegaram ao local para dar reforço às equipes. Não há informações oficiais, segundo o Exército, sobre o número de policiais militares grevistas que mantêm a ocupação no órgão público.
Crianças
Crianças começam a deixar sede da Assembleia ocupada por PMs na BA (Foto: Vaner Casaes/Agência A Tarde/AE )Crianças começaram a deixar Assembleia na noite
de segunda-feira, junto com adultos
(Foto: Vaner Casaes/Agência A Tarde/AE )
De acordo com o tenente-coronel Cunha, após contagem realizada na manhã desta terça-feira, foi constatado que sete adultos e sete crianças deixaram a sede da Assembleia. À noite, o Exército chegou a informar que oito crianças tinham saído, mas o balanço divulgado na manhã desta terça (7) o número foi corrigido para sete.
As crianças saíram acompanhadas por adultos por volta das 21h e, segundo o Exército, de forma espontânea. Eles foram submetidos a exames médicos, alimentados e deixaram o local em carro particular. O Ministério Público da Bahia (MP-BA) já havia se posicionado sobre a presença de crianças e entrou com pedido de medida cautelar para que elas fossem retiradas do local. Durante a cobertura da greve, o G1 constatou a presença de crianças entre familiares de policiais militares que ocupam a sede da Assembleia para a mobilização da categoria, que começou na terça-feira (31).

Segundo Mônica Barroso, promotora do MP-BA, o pedido de medida cautelar foi feito na noite de domingo (5) pela promotora Ediene Lousado e deferido pelo juiz plantonista na manhã desta segunda-feira (6). “O Ministério Público entende que as crianças que estão na Assembleia estão em situação de risco e podem sofrer danos à integridade física e psicológica”, afirma a promotora. Ela acrescenta que o órgão aguarda o cumprimento da decisão através das autoridades policiais.
O governo do estado divulgou através de nota que o subcoordenador do Centro de Defesa da Criança e Adolescente (Cedeca), Waldemar Oliveira, esteve na Assembleia no início da noite desta segunda-feira e constatou a existência de condições impróprias para a presença de crianças e adolescentes. A nota informa ainda que dois conselheiros tutelares apresentaram aos manifestantes a decisão concedida pelo juiz.
“Eu perguntei quantas crianças e adolescentes estão aqui e me disseram que este número gira em torno de 150. Foi dado conhecimento ao comando da greve sobre esta liminar, e a expectativa é que se cumpra. Caso haja o descumprimento desta ordem judicial, com certeza alguém vai ter que responder”, afirmou Oliveira através da nota.

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