MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Empresa reivindica área cultivada por agricultores brasileiros no Paraguai


Polícia foi usada para tomar conta das propriedades e impedir o uso da terra.
Produtores brasileiros têm de usar colete à prova de balas para trabalhar.

Do Globo Rural
Os agricultores brasileiros que cultivam terras no Paraguai enfrentam, há meses, problemas com os campesinos que querem a desapropriação das fazendas para a reforma agrária. Mas agora uma empresa paraguaia reivindica parte da área em disputa. A polícia foi usada para tomar conta das propriedades e impedir o uso da terra.
O colete à prova de balas virou equipamento indispensável para o agricultor brasileiro. “Você tem que vir preparado com o colete, pronto para levar um tiro”, conta o agricultor Rosemar Gloger.
A tensão na região aumentou com a ação de policiais paraguaios. Eles dizem que estão cumprindo uma ordem judicial de ocupação de áreas cultivadas por quase 30 famílias de brasileiros e descendentes, os chamados brasiguaios, em Mbaracayu, a 80 quilômetros da fronteira com o Brasil. Os agentes impediram qualquer trabalho nas terras. "Está proibida a entrada, a pulverização, o cultivo. Está tudo proibido," disse um policial.
Em outra região, o conflito não é entre famílias de brasileiros e sem-terra paraguaios. A questão envolve os brasileiros e uma empresa paraguaia que alega que é dona das terras, onde estão as propriedades. A empresa reivindica a posse da área de mil hectares. Para o advogado dos agricultores, os documentos são falsos. "É um título frio. Não tem validade", diz o advogado.
O representante do instituto responsável pela regularização das terras no Paraguai defende a posição dos agricultores. Ele diz que os brasileiros compraram as fazendas de paraguaios, que receberam as áreas do governo. “Os registros em nome dos brasileiros foram feitos há 30 anos pelo próprio instituto e são documentos legais”, ele garante.
A angústia é enorme para quem vive há muito tempo na região. “Se a gente perder isso para onde vamos? O que vamos fazer da nossa vida?”, questiona a agricultora Marilena Toillier.
A equipe de reportagem tentou entrar em contato com a Procuradoria Geral da República no Paraguai para pedir mais detalhes sobre a situação das terras em disputa. Foi pedido o envio de um e-mail com as perguntas, mas ainda não houve respostas.

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