MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

DF tem uma em cada três crianças de 5 a 10 anos acima do peso, diz Saúde


Número supera média nacional, que é de 25,6% para sobrepeso e obesidade.
Crianças de pais obesos têm 80% de risco de também se tornarem obesas.

Do G1 DF
CRIANÇAS DE 5 A 10 ANOS ACIMA DO PESO (EM %)
UNIDADE DA FEDERAÇÃO SOBREPESO OBESIDADE TOTAL
DF 17,4 16,4 33,8
RS 18,8 15 33,8
RN 16,9 15,3 32,2
PE 15,8 14,9 30,7
CE 16,1 13,8 29,9
SP 16,4 13 29,4
RJ 15,2 13,8 29
SC 16,6 12,1 28,7
PR 15,6 11,8 27,4
PB 14,8 11,8 26,6
AL 14,1 12,4 26,5
MG 14,4 11,5 25,9
MS 15,5 10,4 25,9
GO 13,2 11,8 25
SE 12,8 11,8 24,6
MT 13,1 10,8 24
ES 13,5 9,1 22,6
RR 13,1 9,3 22,4
AC 12,6 9,6 22,2
MA 11,8 9,8 21,6
AM 12,3 8,6 20,9
BA 12 8,8 20,8
RO 12,2 8,2 20,4
TO 12 8,2 20,2
PI 11,3 8,2 19,5
PA 11,7 7,5 19,2
AP 11,5 7 18,5
Brasil 14,2 11,4 25,6

Fonte: Ministério da Saúde
Uma em cada três crianças entre 5 e 10 anos está acima do peso no Distrito Federal, segundo dados da Secretaria de Saúde. O índice é superior à média nacional – 25,6%, ou uma em cada quatro crianças. Os dados colocam o DF em primeiro lugar no ranking ao lado do Rio Grande do Sul (veja tabela ao lado). De acordo com os dados da secretaria, 17,4% dos meninos e meninas nessa faixa etária apresentam sobrepeso e outros 16,4% estão obesos.
A Organização Mundial da Saúde (OMC) relaciona o índice de massa corporal, idade e sexo da criança para determinar o excesso de peso. Meninos e meninas de 9 anos, por exemplo, têm sobrepeso quando o índice é igual ou superior a 19,1 e obesidade quando a taxa é igual ou maior que 22,8.
A especialista em nutrição social e professora da Universidade de Brasília (UnB) Regina de Carvalho afirma que a obesidade infantil é uma tendência que se observa há pelo menos dez anos.
“A ausência de frutas e verduras na alimentação vai do bebê até o idoso. Isso sem contar que os alimentos naturais acabam sendo substituídos por outros já prontos, por questão de praticidade mesmo”, explica.
Além do consumo de alimentos com baixo valor nutricional, ela afirma que a falta de atividades físicas, ansiedade, diminuição do tempo de aleitamento materno e excesso de comida também contribuem para o índice.
"É complicado. Às vezes os pais não concordam com o cardápio das creches e escolas, acham que é pouco e dão algo a mais para a criança levar. Aí o filho não come tudo e acham que ele tem algum problema, está sem apetite."
Para Aline Freitas, mãe de gêmeas de 7 anos, três dos fatores citados ajudam a explicar a obesidade em uma das filhas. Enquanto uma delas tem 1,3 m de altura e pesa 28 kg, a outra mede 1,4 metro e tem 55 kg – quase o dobro da irmã.
"Eu sinto que ela come muito por compulsão, é muito ansiosa. Se a gente combinar de fazer um passeio amanhã, pronto. Ela fica em um estado de ansiedade tão grande que começa a comer e a gente nota que ela não está nem com fome", disse Aline.
O ministério e a OMS [Organização Mundial da Saúde] dizem que obesidade é uma doença crônica não transmissível, mas eu não concordo. É transmissível, sim. Se tem um hábito errado em casa, um transmite para o outro, principalmente para a criança"
Regina de Carvalho, especialista em nutrição social e professora da UnB
Depois que mãe e filhas se mudaram de uma casa para um apartamento, há três anos, a frequência de atividades físicas também fui reduzida. "Hoje em dia, por causa da violência, acaba que as crianças ficam muito presas também. Mas quero encontrar um esporte de que ela goste. [...] Meu cardiologista até disse que dieta a gente acaba falhando, sempre tem uma festa. Mas esporte, se praticado religiosamente, é certeza", diz.
Segundo Aline, o excesso de peso já trouxe sofrimento para a menina. "Uma colega de escola ficou afastando ela do grupo de amiguinhos. Ela até mudou de escola. E também a questão das roupas, que têm que ser mais de adolescente. Ela vê coisa infantil e fica chateada, porque não tem no tamanho dela."
A mãe diz ainda que a menina fica constrangida com o preconceito das pessoas na rua. "Ela passa por tudo que um obeso adulto passa, mas ainda é muito novinha. E, quando briga com a irmã, a primeira coisa que vem é 'sua gorda', mesmo que eu sempre peça para não fazer isso. Isso magoa muito, ela fica muito aflita.”
Risco em casa
De acordo com o Ministério da Saúde, crianças de pais obesos têm 80% de risco de também se tornarem obesas. Quando apenas um dos pais está nessa situação, os riscos caem para 40%. Quando nenhum dos dois é obeso, os filhos têm 10% de chance de ultrapassarem de forma crônica o peso adequado.

"O ministério e a OMS [Organização Mundial da Saúde] dizem que obesidade é uma doença crônica não transmissível, mas eu não concordo. É transmissível, sim. Se tem um hábito errado em casa, um transmite para o outro, principalmente para a criança", afirma a nutricionista Regina.
Para a nutricionista Regina, é necessário que toda a família passe por reeducação alimentar nos casos de obesidade. "Os pais dizem que o filho quer aquele alimento e que não sabem como negar. Mas eu digo: 'Ele não quer não, ninguém nasceu assim. Ele não chupou bala na barriga".
Desde a década de 90 a Organização Mundial da Saúde passou a tratar a obesidade como um problema de saúde pública tão preocupante quanto a desnutrição.
IBGE
A última Pesquisa Nacional de Saúde Escolar, realizada em 2009 e divulgada em 2010 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontou que o principal problema nutricional em adolescentes da 9ª série é o excesso de peso. Ele foi verificado em 23,2% dos quase 60 mil entrevistados em todas as capitais brasileiras.
O estudo também mostrou atitudes inadequadas dos jovens em relação ao peso corporal. Segundo o levantamento, 51,5% das garotas que informaram ter tentado emagrecer estavam dentro do peso normal. O mesmo aconteceu com 29,8% dos rapazes. Além disso, 35,8% das jovens que se achavam muito gordas estavam dentro do peso adequado. A situação se repetiu com 21,5% dos adolescentes.

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