MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

sábado, 11 de fevereiro de 2012

Desvio na Maranata, no ES, inclui gasto de R$ 941 mil em armarinho


Segundo ação movida na Justiça, materiais nunca foram entregues.
Ação corre em segredo de Justiça na 8ª Vara Cível de Vitória.

Do G1 ES, com informações da TV Gazeta

Um armarinho, que também vende produtos de papelaria, teria sido uma das empresas usadas para desvio de dízimo na Igreja Maranata. O armarinho se localiza no bairro São Torquato, em Vila Velha, na Grande Vitória. Na ação da Justiça, movida pela própria igreja para recuperar parte do dinheiro desviado, consta que foram gastos R$ 941 mil na compra de produtos. Porém, o material nunca foi entregue.
A ação corre em segredo de Justiça na 8ª Vara Cível de Vitória. De acordo com uma auditoria contratada pela Igreja Maranata, notas fiscais frias foram usadas para fraudar a contabilidade da igreja e desviar o dízimo doado pelos fiéis. O dono da papelaria foi procurado pela reportagem da TV Gazeta, mas não foi encontrado.
Segundo matéria publicada no Jornal A Gazeta deste sábado (11), a Maranata, por meio da assessoria, informou que os relatórios parciais da auditoria externa indicam que a papelaria nunca forneceu material para a igreja
Deputado doou dinheiro
O Deputado Federal do Espírito Santo, Carlos Manato, doou R$ 300 mil a uma fundação criada pela Igreja Cristã Maranata, em 2008. A doação foi confirmada pelo próprio deputado, nesta sexta-feira (10), por telefone, ao G1. A Delegacia de Defraudações e Falsificações (Defa), de Vitória, investiga as denúncias de desvios de dízimo e demais irregularidades da Igreja. A própria igreja movel uma ação na 8ª Vara Cível de Vitória contra o ex-vice-presidente e o contador Leonardo Meirelles de Alvarenga também já transitava em sigilo.
A doação, segundo o deputado, está em uma emenda de 2008. De acordo com Manato, as doações são provenientes de fundos do Ministério da Saúde. Ele não acredita que o dinheiro tenha sido repassado à igreja. "A chance desse dinheiro ter ido para a igreja é zero. A fundação foi criada pela igreja, mas tem sua autonomia. Ela é gerida diferentemente da igreja. Ela tem obras assistenciais e também de saúde, e foi para esta área a minha doação. A fundação tem projetos de tratamento de câncer de pele, que eu conheço bem. Tem fiéis da Maranata na fundação, mas é zero a chance desse dinheiro ter ido para lá", afirma.
Mais suspeitas
Segundo matéria publicada no Jornal A Gazeta desta sexta-feira (10), documentos de uma investigação interna apontam que um sobrinho do presidente da Igreja Maranata é dono de uma empresa de equipamentos de sonorização que prestou serviços à igreja. Nos últimos seis anos, a empresa teria recebido R$ 23 milhões. A Igreja Maranata informou que a contratação de fornecedores segue o preço de mercado e que não há nenhuma ingerência na gestão administrativa da instituição.
Sobre a procedência das denúncias da suposta participação do sobrinho do presidente no esquema, o advogado do grupo de ex-membros da Igreja Maranata, que promoveu as denúncias iniciais, Leonardo Shuler, afirmou ao G1 que, pela processo correr em segredo de Justiça, não pode informar se foi o grupo que ele representa que descobriu a denúncia.
Na tarde desta sexta-feira (10), o advogado de defesa criminal da Igreja Maranata, Homero Mafra, compareceu à delegacia, mas não atendeu a imprensa.
Denúncia
A suspeita de desvio de mais de R$ 2 milhões arrecadados do dízimo pago por fiéis, além de compras superfaturadas e caixa dois, fez ex-membros da Igreja Maranata, no Espírito Santo, fazerem denúncias, que resultaram no afastamento de três pastores e um contador. A partir das denúncias, a Igreja Maranata move uma ação na 8ª Vara Cível contra o ex-vice-presidente e o contador. Entre eles, está um ex-vice-presidente da instituição, criada há 43 anos no estado e que já possui 5,5 mil templos no Brasil e em outros país.
O Ministério Público Estadual (MP-ES) informou que as denúncias direcionam para diversas irregularidades. O contador suspeito de participar do desvio Leonardo Meirelles de Alvarenga disse, em nota, que só se pronunciará sobre a ação por meio de sua defesa. O G1 tentou contato com ex-vice-presidente da igreja, investigado no processo, mas ele não atendeu as ligações.

Como funcionava?
Um serviço que custaria, por exemplo, R$ 5 mil, era registrado como se valesse R$ 8 mil. Segundo a denúncia, a igreja pedia nota fiscal com valor superfaturado e no acerto de contas as empresas ficaram com o valor real do serviço. Os demais R$ 3 mil, nesse exemplo, eram desviados para o ex-vice presidente da igreja ou por pessoas indicadas por ele. "Vi documentos que comprovam que o patrimônio de um dos denunciados é assustador, incompatível com o que ele ganhava”, exemplificou o ex-pastor, que preferiu não se identificar. Ele ainda disse que há evidências de que a fraude acontecia desde 2006.
Igreja Maranata processa suspeitos de desvio de dízimo milionário no ES (Foto: Reprodução/TV Gazeta)Igreja Maranata processa suspeitos de desvio de dízimo milionário no ES (Foto: Reprodução/TV Gazeta)

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