MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

sábado, 4 de fevereiro de 2012

DESCASO COM DINHEIRO DO POVO

Prontas desde 2010, três UPAs do DF são reformadas antes da inauguração

Terminadas há um ano e meio, cada uma das unidades custou R$ 4 milhões.
Obras começaram em junho de 2011 e estão orçadas em R$ 2,3 milhões.

Do G1 DF

Três das quatro Unidades de Pronto Atendimento do Distrito Federal ainda não foram inauguradas, mas já passam por reformas. Localizadas no Núcleo Bandeirante, em São Sebastião e no Recanto das Emas, elas ficaram prontas em julho de 2010, ao custo de cerca de R$ 4 milhões cada. A única UPA atualmente em funcionamento, a de Samambaia, tem seu funcionamento questionado pelo Sindicato dos Médicos do DF.
Segundo a secretaria, a necessidade de reformas foi apontada em vistoria dos técnicos da pasta e do Ministério da Saúde. O governo do DF diz que as unidades foram projetadas ainda na gestão do ex-governador José Roberto Arruda, que deixou o cargo em 2010, após uma série de denúncias de um suposto esquema de corrupção no governo.
Entre as obras de reforma em andamento estão a substituição de pisos, alterações na iluminação externa, melhorias na ventilação, desinfecção de materiais e instalação de lavatórios. As reformas começaram em junho do ano passado, com custo total de R$ 2,3 milhões.
Única em funcionamento no DF, UPA atendeu menos de 50% do possível, segundo previsão inicial da Secretaria de Saúde (Foto: Raquel Morais/G1)Única em funcionamento no DF, UPA atendeu menos
de 50% do possível, segundo previsão inicial da
Secretaria de Saúde (Foto: Raquel Morais/G1)
Na UPA do Núcleo Bandeirante, a reforma inclui ainda a drenagem da área externa. Segundo a secretaria, a medida foi adotada para captar a água que fica acumulada na área externa depois de chuva forte. A pasta afirmou que o acúmulo de água não comprometeu a estrutura do prédio.
Ainda não há data para finalização das obras nas três UPAs, mas a Secretaria de Saúde diz que elas estarão funcionando até o final de 2012, após a contratação de pessoal. A previsão inicial era de que as unidades fossem entregues no ano passado.
O GDF informou que estuda lançar um edital para repassar a organizações sociais o gerenciamento das três UPAs e que vai inaugurar outras nove UPAs até o final de 2014 – que tinham previsão de inauguração no final do ano passado.
A Secretaria de Saúde diz que priorizou a adequação das três unidades já prontas para depois dar início às novas construções. As obras das outras nove unidades previstas dependem ainda da cessão dos terrenos. Elas serão instaladas em Taguatinga, Ceilândia (duas), Planaltina, Sobradinho, Santa Maria, Gama, Paranoá e SIA.
Atendimento abaixo do esperado
A UPA de Samambaia, única aberta ao público no DF, registrou 80 mil atendimentos entre 15 de fevereiro do ano passado e 5 de janeiro deste ano, segundo a Secretaria de Saúde. O número é cerca da metade da estimativa anunciada na inauguração, de 500 pacientes por dia, o que daria 162,5 mil atendimentos no período.
De acordo com a pasta, a quantidade atendida corresponde à real demanda da UPA e não a uma suposta má prestação de serviço. Pessoas que recorrem à unidade, porém, reclamam do atendimento. Uma operadora de caixa de 34 anos ouvida pelo G1 esperava há mais de quatro horas para ter a filha atendida.
"Minha filha de 14 anos chegou aqui às 13h com muita dor de cabeça. Já são 17h e ela ainda nem passou pela triagem. Aqui é UPA, é para ser atendido rápido. Mas a gente não pode nem reclamar, porque entendem tudo como desacato", afirmou. Ela não quis se identificar.
Em 16 de novembro, o Sindicato dos Médicos do DF (Sindimédico) aprovou a interdição da unidade. A entidade disse na época que os médicos lotados no local reclamavam da falta de profissionais e de leitos, da escala de plantão dos funcionários e da dificuldade de transferência de pacientes graves para outros hospitais.
Segundo o presidente do sindicato, Gutemberg Fialho, nada mudou desde a ocasião. "Não houve avanço nenhum. Continua tendo horários sem médico, continua tendo horário que só tem um clinico, médicos escalados de plantão nos dois lugares e continua não tendo como transferir os casos graves", disse.
Fialho informou que estuda pedir nova interdição da UPA junto ao Conselho Regional de Medicina. De acordo com ele, pacientes já chegaram a agredir médicos da unidade, que vivem "massacrados pelas condições de trabalho". "Eles veem o médico lá, acham que o cara não está atendendo, mas é que ele tem muita gente para atender", explicou. A secretaria não comentou as declarações de Fialho.

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