MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Deputado afirma que falou com bombeiro preso em gravação

Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP) fez a declaração ao jornal O Globo.
Cabo Benevenuto Daciolo é acusado de incitamento e aliciamento a motim.

Do G1, com informações do Jornal Nacional
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O cabo Benevenuto Daciolo foi preso no fim da noite desta quarta-feira (8) ao desembarcar no Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro. Daciolo estava em Salvador, onde participava das negociações sobre a greve na Bahia. A prisão administrativa foi decretada por 72 horas.
Segundo o comando do Corpo de Bombeiros, Daciolo é acusado de crime de incitamento e aliciamento a motim. "Nós fomos surpreendidos com a notícia de que um integrante do Corpo de Bombeiros do Estado do Rio de Janeiro faz parte de uma articulação nacional com objetivo de promover greves sucessivas nos estados da federação", disse o coronel Sérgio Simões, do comando do Corpo de Bombeiros do Rio.

O cabo foi flagrado em conversas telefônicas gravadas com autorização da Justiça, divulgadas nesta quarta-feira com exclusividade pelo Jornal Nacional.
Em uma das gravações, ele fala com um homem a respeito de uma possível votação daPEC 300 -- a emenda constitucional que garantiria um piso salarial único a bombeiros e policiais de todo o Brasil. Ele diz que o carnaval do Rio e da Bahia estão ameaçados.
Leia abaixo um dos trechos da conversa:
- Daciolo: não sei se o senhor sabe. Eu estou com uma assembleia geral amanhã no rio de janeiro, com a abertura de uma greve geral no rio também, com probabilidade de não ter carnaval nem na bahia nem no rio esse ano. E são paulo está para dar uma resposta agora e os outros estados também. (...) Nós acreditamos que se tivesse uma resposta do governo, (corte)
Assinalando numa possibilidade de votação no segundo turno da pec, acalmaria muito, muito o que está acontecendo na federação.

Hoje o deputado federal Arnaldo Faria de Sá (PTB), de São Paulo, informou ao jornal O Globo que era ele o interlocutor de Daciolo na gravação.
Arnaldo Faria de Sá é o presidente da comissão que analisa a PEC 300. O deputado informou que conversou com Daciolo três vezes e que, na última, disse a ele que a votação da emenda não aconteceria por causa da greve na Bahia. Na outra conversa de Daciolo, ele fala com a deputada estadual do Rio Janira Rocha (PSOL).
Leia abaixo um dos trechos da conversa:
- Janira: Daciolo, Daciolo, presta atenção. Está errado fechar a negociação agora antes da greve do Rio (..)
- Daciolo: não, tudo bem. Sabe o que vou fazer agora? Peço que a senhora só ligue pra ele aí, que eu vou embora daqui, não vou ficar mais aqui.
- Janira: eles estão querendo que você avalize um acordo antes da greve do rio. Depois que sair a greve do Rio, muda tudo. Sabe como você vai ajudar eles? Sabe como você vai ajudar? Voltando para o Rio, garantindo aqui, entendeu?
A deputada afirma que apenas orientou o movimento grevista. "Eu não incitei a greve, eu discuti política para a greve, é diferente. Eu discuti com o movimento táticas de negociação. É diferente", disse a Janira Rocha.
No fim dessa manhã, parlamentares do Rio se reuniram numa sessão extraordinária para votar a antecipação salarial dada a policiais civis, militares, bombeiros e agentes penitenciários. O projeto de lei foi que prevê um reajuste de 37,5% em duas parcelas foi aprovado por 59 votos a favor e um contra.
Agora há pouco, um grupo de aproximadamente duas mil pessoas se reuniu num ato convocado por associações de policiais civis e militares e de bombeiros na Cinelândia, no Centro do Rio. Juntas, as três corporações têm um efetivo de mais de 70 mil homens. Os manifestantes decidiram fazer uma vigília até a meia noite desta quinta-feira. Eles esperam a aprovação pelo governo do estado de uma pauta de reivindicações que inclui piso salarial de R$ 3,5 mil e a libertação do cabo Benevenuto Daciollo. Caso não sejam atendidos, os manifestantes vão entrar em greve até a meia noite.
O presidente da associação que reúne oficiais da PM e dos bombeiros, disse que apesar de considerar insuficiente a proposta salarial do governo do estado, é contra a greve das corporações. "O primeiro apelo aos policiais militares, civis e bombeiros no sentido de que não façam a greve. Porque estaríamos ferindo a Constituição. Guardiões que somos da lei, não podemos nós mesmos feri-la. O segundo apelo ao governo do estado para que, com toda a responsabilidade, possam verificar a questão salarial", disse Fernando Belo, presidente da Associação de Oficiais Militares do Estado.
O secretário de segurança e o governador do estado pediram aos funcionários da Segurança Pública que não parem de trabalhar. "Eu confio no bom senso dos policiais. O que está sendo dado a eles é, sem dúvida nenhuma, é um reconhecimento do que esses policiais vêm fazendo pelo Rio de Janeiro. Ao longo de oito anos, isso vai beirar 120% de aumento, considerando que temos uma inflação nacional que paira a 6%", disse José Mariano Beltrame.
O governador do Rio espera que não haja paralisação dos profissionais da Segurança Pública no estado. "Tenho certeza que os profissionais de segurança não vão aderir a essa manifestação de radicalismo, de greve, porque greve não tem nada a ver com a função pública de um policial militar e policial civil ou de um bombeiro militar", disse Sérgio Cabral.

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