Cortejo Afro mostra invisibilidade das minorias no carnaval de Salvador

Figurino de uma das alas deixou componentes de rostos cobertos.
Cerca de 60 percussionistas vieram da França e da Grécia para a folia.

Glauco Araújo Do G1 BA

Rostos cobertos de integrantes da cmossião de frente do Cortejo Afro revelam a invisibilidade das minorias sociais (Foto: Edgar de Souza/Divulgação

O Cortejo Afro entrou no circuito Campo Grande para mostrar a invisibilidade das minorias sociais. O detalhe surpresa do desfile ficou por conta do figurino de uma das alas, que deixou o rosto dos componentes coberto, simbolizando o preconceito e a dor de não conseguir se expressar, sentida diretamente pelas classes sociais menos favorecidas.
Foi com este conceito que Alberto Pita, presidente do Cortejo Afro, colocou o bloco na avenida na noite desta sexta-feira (17) e entrou pela madrugada deste sábado (18). Cerca de três mil pessoas, sendo 200 percussionistas (60 deles vindos da França e da Grécia). "Especialmente nesta ala nós preparamos uma surpresa, que retratou a questão da invisibilidade dos blocos afros, revelando a dificuldade que as minorias têm em se mostrar", disse ele.
Pita afirmou ainda que o tema do desfile deste ano, "Outras palavras", vai focar das questões políticas e educativas que envolvem as dificuldades das minorias sociais. "Qual a cor da invisibilidade? Isso será tratado por nós nas fantasias das alas. Vamos falar da negação do outro, da dor do preconceito, do racismo e da homofobia". A comissão de frente do Cortejo desfilou com os rostos cobertos, caracterizando esta temática.

Cerca de 200 músicos do Cortejo Afro vestiram uma espécie de burka para desfilar no carnaval de Salvador (Foto: Edgar de Souza/Divulgação