Associação dos produtores de soja fala em baixa na produtividade.
Estimativa é produção atingir mais de 22 milhões de toneladas.
Previsão é de queda na produtividade da soja
(Foto: Reprodução/TV Morena)
Agricultores do maior estado produtor de soja do Brasil devem colher um volume menor em cada hectare na colheita da safra 2011/12. Tudo em decorrência de fatores como a falta de chuvas no início do plantio, de luminosidade durante a fase de enchimento dos grãos e o excesso de precipitação nesse momento em que as colheitadeiras estão no campo.(Foto: Reprodução/TV Morena)
A Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso (Aprosoja) ainda não estima o volume de perdas totais, mas confirma baixa na produtividade. No estado, 24% dos mais de 6,9 milhões de hectares já foram colhidos.
Para o presidente da entidade, Carlos Fávaro, os produtores podem colher até 5% a menos por cada hectare. "A produtividade deve ser de 2% a 5% menor que o ano passado. Mas a produção ainda deve ser maior", declarou o dirigente. Conforme Fávaro, a maior preocupação do setor incide sobre a região produtiva localizada às margens da BR-163.
"Ficamos preocupados com os números. Algumas regiões estão colhendo muito bem. Mas em propriedades como no eixo da BR-163 no norte e nordeste já vemos a produtividade abaixo do esperado em função do excesso de chuva. Primeiro, houve uma falta dela durante o plantio. Depois se estabilizou e veio um excesso, dificultando as aplicações de fungicidas e a ferrugem asiática se instalou. Certamente teremos uma queda na produtividade", mensurou Carlos Fávaro.
"Teremos uma redução na produtividade, pois ela não está sendo a esperada. Mas os números da produção ainda serão grandes porque expandimos a nossa área e isso vai possibilitar chegar próximo aos 22 milhões de toneladas", pontou ainda Fávaro.
Em Vera, a 486 quilômetros de Cuiabá, o produtor Antônio Galvan fala em um ano marcado por muita chuva. Ele plantou 2,7 mil hectares com a oleaginosa e aproveita os intervalos com sol para acelerar a colheita. Ele espera alcançar 55 sacas por hectare, mas sabe que o resultado vai depender do andamento dos trabalhos. "Moro em Mato Grosso há 26 anos e acho que foi o janeiro mais chuvoso na história. Foi o ano que acredito mais choveu nesse tempo", pontuou.
Já Paulo Lauchen calcula os prejuízos na propriedade. Ele destinou 2,3 mil hectares à oleaginosa e já sofreu com a ferrugem asiática. "No ano passado eu colhi nessa área 150 mil sacas de soja. Esse ano, minha previsão é de cem mil sacas, com uma quebra de 33%", lembrou.
Ferrugem
Em Mato Grosso, 82 focos de ferrugem asiática foram registrados até o final da manhã desta terça-feira (14), de acordo com o Consórcio Antiferrugem, desenvolvido pela parceria entre a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e demais entidades. O estado deixou de ocupar a liderança do ranking das unidades mais atingidas pela doença, agora encabeçado por Goiás, que soma 87. Com 14 focos, o Paraná figura na terceira posição. Em âmbito Brasil, 213 ocorrências da ferrugem foram registradas nesta safra.
Apesar das adversidades, o presidente da Aproja em Mato Grosso, Carlos Fávaro, fala em boa qualidade do grão que está sendo colhido. "Até esse momento foram poucos os relatos de soja avariada em janeiro. É perfeita a qualidade da soja de Mato Grosso por termos muita luminosidade, a questão geográfica, temos maior teor de óleo e proteína", concluiu
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