MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Chuvas e doenças devem baixar produtividade da soja em MT

Associação dos produtores de soja fala em baixa na produtividade.
Estimativa é produção atingir mais de 22 milhões de toneladas.

Leandro J. Nascimento Do G1 MT
Produtores de MS estão otimistas para a próxima safra de soja (Foto: Reprodução/TV Morena)Previsão é de queda na produtividade da soja
(Foto: Reprodução/TV Morena)
Agricultores do maior estado produtor de soja do Brasil devem colher um volume menor em cada hectare na colheita da safra 2011/12. Tudo em decorrência de fatores como a falta de chuvas no início do plantio, de luminosidade durante a fase de enchimento dos grãos e o excesso de precipitação nesse momento em que as colheitadeiras estão no campo.
A  Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso (Aprosoja) ainda não estima o volume de perdas totais, mas confirma baixa na produtividade. No estado,  24% dos mais de 6,9 milhões de hectares já foram colhidos.
Para o presidente da entidade, Carlos Fávaro, os produtores podem colher até 5% a menos por cada hectare. "A produtividade deve ser de 2% a 5% menor que o ano passado. Mas a produção ainda deve ser maior", declarou o dirigente. Conforme Fávaro, a maior preocupação do setor incide sobre a região produtiva localizada às margens da BR-163.
"Ficamos preocupados com os números. Algumas regiões estão colhendo muito bem. Mas em propriedades como no eixo da BR-163 no norte e nordeste já vemos a produtividade abaixo do esperado em função do excesso de chuva. Primeiro, houve uma falta dela durante o plantio. Depois se estabilizou e veio um excesso, dificultando as aplicações de fungicidas e a ferrugem asiática se instalou. Certamente teremos uma queda na produtividade", mensurou Carlos Fávaro.

Para o presidente da associação, a queda na produtividade será compensada pela produção estimada para esta safra, que pode ultrapassar 22 milhões de toneladas, segundo estimou o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). O volume representa uma alta de 7,8% sobre 2010/11 quando foram alcançados 20,5 milhões de toneladas. A alta na produção, conforme Fávaro, será conquistada graças ao incremento de 400 mil hectares de área plantada mediante utilização de áreas degradadas.
"Teremos uma redução na produtividade, pois ela não está sendo a esperada. Mas os números da produção ainda serão grandes porque expandimos a nossa área e isso vai possibilitar chegar próximo aos 22 milhões de toneladas", pontou ainda Fávaro.
Em Vera, a 486 quilômetros de Cuiabá, o produtor Antônio Galvan fala em um ano marcado por muita chuva. Ele plantou 2,7 mil hectares com a oleaginosa e aproveita os intervalos com sol para acelerar a colheita. Ele espera alcançar 55 sacas por hectare, mas sabe que o resultado vai depender do andamento dos trabalhos. "Moro em Mato Grosso há 26 anos e acho que foi o janeiro mais chuvoso na história. Foi o ano que acredito mais choveu nesse tempo", pontuou.
Já Paulo Lauchen calcula os prejuízos na propriedade. Ele destinou 2,3 mil hectares à oleaginosa e já sofreu com a ferrugem asiática. "No ano passado eu colhi nessa área 150 mil sacas de soja. Esse ano, minha previsão é de cem mil sacas, com uma quebra de 33%", lembrou.
Ferrugem
Em Mato Grosso, 82 focos de ferrugem asiática foram registrados até o final da manhã desta terça-feira (14), de acordo com o Consórcio Antiferrugem, desenvolvido pela parceria entre a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e demais entidades. O estado deixou de ocupar a liderança do ranking das unidades mais atingidas pela doença, agora encabeçado por Goiás, que soma 87. Com 14 focos, o Paraná figura na terceira posição. Em âmbito Brasil, 213 ocorrências da ferrugem foram registradas nesta safra.
Apesar das adversidades, o presidente da Aproja em Mato Grosso, Carlos Fávaro, fala em boa qualidade do grão que está sendo colhido. "Até esse momento foram poucos os relatos de soja avariada em janeiro. É perfeita a qualidade da soja de Mato Grosso por termos muita luminosidade, a questão geográfica, temos maior teor de óleo e proteína", concluiu

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