MEDIÇÃO DE TERRA

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quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Blocos afros falam sobre preconceito e religiosidade no carnaval da Bahia


Bankoma desfila no Campo Grande nesta quinta-feira (16), em Salvador.
Cortejo Afro sai na sexta-feira (17) e promete surpresa no circuito.

Glauco Araújo Do G1 BA

Ensaios do Cortejo Afro serão realizados todas as segundas, no Pelourinho, até o Carnaval. (Foto: Andrew Kemp/Divulgação)Ensaios do Cortejo Afro mostraram o tema do carnaval, no Pelourinho. Bloco terá como tema da folia 'Outras palavras' (Foto: Andrew Kemp/Divulgação)
Os grupos afros da Bahia começam a desfilar no carnaval de Salvador na noite desta quinta-feira (16), primeira noite da folia momesca. Os blocos vão apresentar temas como preconceito, racismo, religiosidade e educação para crianças com enfoque nas matrizes africanas.
Alberto Pita, presidente do Cortejo Afro, disse que o bloco vai sair com três mil pessoas, 200 percussionistas, sendo 60 deles vindos da França, Grécia e Inglaterra. "Essa já é uma tradição de 10 anos. Especialmente os músicos da banda será uma surpresa e que vai retratar a invisibilidade dos blocos afros", disse ele, sem revelar os detalhes do figurino. "Isso só será mostrado no circuito". O desfile do Cortejo será nesta sexta-feira (17), no Campo Grande.
Pita afirmou ainda que o tema do desfile deste ano, "Outras palavras", vai focar das questões políticas e educativas que envolvem as dificuldades das minorias sociais. "Qual a cor da invisibilidade? Isso será tratado por nós nas fantasias das alas. Vamos falar da negação do outro, da dor do preconceito, do racismo e da homofobia."
O bloco Bankoma escolheu o tema "Tembwa Ye Ndenge", que significa "O Tempo e a Criança" para desfilar nesta quinta-feira, no Circuito Campo Grande. O objetivo temático é preservar a cultura infantil. "A perspectiva é grande. Buscamos o tempo do ensinamento para incluir a criança no aprendizado coletivo dentro da matriz africana. É através disso que ela se projeta no futuro", disse Eliana Santos, coordenadora pedagógica do bloco.
Ela falou também sobre a presença da cultura afro nos demais blocos que não são tipicamente afros. "É importante convergir o trabalho da matriz africana, que precisa ser vista e entendida. Procuramos nosso espaço e o reconhecimento desse trabalho cultural", disse Eliana.
Atualmente o bloco desenvolve atividades educacionais no Terreiro São Jorge Filho da Goméia. De origem Banto, ‘Bankoma’ significa ‘reunião de pessoas’.
O bloco afro baiano Ilê Aiyê vai se apresentar no Campo Grande, no sábado (18), com o tema “Negros do Sul – Lá Também Tem”, que reatrata a importância no negro na formação cultural dos estados do Paraná, de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul.

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