MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Uso de fungicida ameaça venda de suco de laranja brasileiro nos EUA

 

Produtores brasileiros estão em contato com agência americana para se adequar às normas americanas, sem que haja a interrupção nas vendas.

BBC
O anúncio de que os Estados Unidos detectaram um fungicida em suco de laranja importado do Brasil gerou temores de que as vendas do produto brasileiro possam ser afetadas em seu principal mercado no exterior.
Segundo a Agência Americana de Drogas e Alimentos (FDA, na sigla em inglês), uma empresa americana detectou baixas quantidades do fungicida carbendazim em suco de laranja concentrado comprado do Brasil.
O uso da substância é proibido em produtos cítricos nos EUA, mas é permitido no Brasil e empregado no combate à 'pinta-preta', um tipo de fungo comum em pomares de laranja.
A FDA afirmou que os níveis de carbendazim detectados não eram nocivos à saúde e que não pretendia fazer um recall do produto brasileiro, mas que intensificaria os testes e bloquearia todos os carregamentos que apresentassem altas quantias do fungicida. A agência não determinou, no entanto, qual será o limite tolerado do produto.
Em nota, a Associação Nacional de Exportadores de Cítricos (CitrusBR) afirmou que a utilização do carbendazim é permitida no Brasil e nos outros principais mercados consumidores do suco brasileiro (União Europeia, Japão e Canadá), e que os EUA aceitam o uso do fungicida em vários outros produtos alimentícios.
Segundo a assessoria de imprensa da associação, os produtores brasileiros estão em contato com a FDA para se adequar às normas americanas, sem que haja a interrupção nas vendas. A CitrusBR diz ainda aguardar que a FDA defina um nível máximo de carbendazim para o suco de laranja.
Em alta
O comunicado da FDA fez com que os preços de suco de laranja subissem nos mercados futuros em Nova York. Segundo a CitrusBR, os EUA importam anualmente cerca de 167 mil toneladas de suco de laranja brasileiro, ao custo de US$ 344 milhões (R$ 620 milhões). A quantia representa 14,5% das exportações de suco do Brasil e 10% do total do suco de laranja consumido nos EUA.
As ameaças à venda de suco de laranja brasileiro no mercado americano ocorrem dias após duas importantes vitórias do Brasil em disputas comerciais com os EUA.
Na terça-feira, o Departamento de Agricultura dos EUA autorizou que frigoríficos de Santa Catarina exportem carne suína in natura para o país, uma antiga demanda dos produtores nacionais.
No fim de dezembro, o Congresso americano deixou de renovar as barreiras comerciais contra a entrada de etanol brasileiro no país, um dos maiores entraves à exportação do produto nacional.
Disputas comerciais
A venda de suco de laranja brasileiro nos EUA é alvo de críticas de produtores americanos (concentrados no Estado da Flórida) e já resultou em disputa comercial que levou ambos os países à Organização Mundial do Comércio (OMC).
Em 2008, o governo americano passou a aplicar medidas antidumping sobre o suco de laranja brasileiro, alegando que o produto era vendido nos Estados Unidos por um preço menor que no mercado brasileiro (o que caracterizaria dumping).
O Brasil, então, recorreu contra as medidas à OMC, que decidiu em favor dos produtores brasileiros. A questão foi resolvida em junho de 2010, quando os EUA desistiram de apelar de decisão.

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