MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

US$ 1 bilhão é pouco para matar fome de 1 bilhão, diz Graziano no RS


Para diretor da FAO, Brasil deve deixar de ser receptor e virar fornecedor.
Palestra marcou abertura do Fórum Social Temático em Porto Alegre.

Felipe Truda Do G1 RS

José Graziano Fórum Social Temático (Foto: Felipe Truda/G1)José Graziano falou no Fórum Social Temático na
manhã desta terça (Foto: Felipe Truda/G1)
O orçamento da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) é insuficiente para combater a fome no mundo. A avaliação é do próprio diretor-geral do órgão, José Graziano, que falou na manhã desta terça (24) na abertura do Fórum Social Temático em Porto Alegre. A entidade conta com US$ 1 bilhão para atender 1 bilhão de pessoas que sofrem com a fome no mundo.

“Nosso orçamento é pequeno. Temos US$ 1  bilhão anual para atender um bilhão de subnutridos. É pouco, mas a FAO não é um Banco Mundial, é uma agência de cooperação técnica. Vamos ajudar os governos difundindo nossas experiências”, disse o ex-coordenador do Programa Fome Zero em palestra no Palácio Piratini.

No comando do órgão há menos de um mês, Graziano sabe das dificuldades que enfrentará. A meta é de reduzir pela metade o número de pessoas que sofrem por falta de alimentos até 2015. Para contornar o problema de orçamento, ele conta com maior participação da sociedade nos projetos. Além disso, pretende adotar o modelo do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES) no conselho de combate à fome da FAO. “Será a primeira vez que o órgão terá participação da sociedade civil e de entidades de estado”, exaltou.
O norte da África é a primeira prioridade da FAO. E a intenção é de que o Brasil tenha participação direta nas ações. De acordo com Graziano, o país cresceu a ponto de deixar de ser receptor de doações e tem condições de se tornar um fornecedor. “O Brasil tem agora uma responsabilidade internacional. Entramos na vitrine mundial na nova classificação de países emergentes”, justifica.

Para que o Governo Federal possa auxiliar nações menos favorecidas, Graziano defende a criação de uma agência internacional de cooperação técnica. Desta forma, poderá transmitir o aprendizado adquirido com outros países. As cooperativas de agricultura são apontadas por ele como essenciais para que os problemas de subnutrição sejam resolvidos. “Faremos com que os países que não tenham comecem a implantá-las".
O Fórum Social Temático será realizado de 24 a 29 de janeiro em Porto Alegre, Canoas, Novo Hamburgo e São Leopoldo. Estão previstas mais de 900 atividades como palestras, oficinas, seminários, shows e apresentações artísticas. A organização aguarda 50 mil pessoas.

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