MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

sábado, 7 de janeiro de 2012

'Toda Salvador tem Aedes Aegypti', revela coordenador de zoonoses

 

Capital possui gravidade média de 3,2%, próximo à alta, que é de 3,5%.
População do Subúrbio Ferroviário é a mais propensa a contrair dengue.

Tatiana Maria Dourado Do G1 BA
dengue bahia vitória da conquista (Foto: Reprodução/TV Bahia)Tanque não deve ficar destampado para o combate
à dengue (Foto: Reprodução/TV Bahia)
Salvador possui gravidade média de infestação da dengue, em índice médio estimado de 3,2% em 2011, muito próximo ao percentual considerado alto, que é a partir dos 3,5%, segundo dados do Centro de Controle de Zoonoses, órgão vinculado à Secretaria Municipal de Saúde (SMS).
No começo de dezembro, o Ministério da Saúde divulgou que a cidade é a capital do Nordeste com maior índice de dengue. O índice satisfatório seria abaixo de 1%, segundo classificação do Ministério.
“Toda a cidade tem Aedes Aegypti. Risco de epidemia sempre há”, informa o veterinário e coordenador do Centro de Zoonoses, Marcelo Medrado. Segundo ele, a afirmação serve como ressalva porque até mesmo os locais de baixa incidência podem ter a realidade alterada por descuido da população. “O índice aumenta, diminui, é sazonal. O que percebemos é que a pessoa não se sente responsável pelo acontecimento, sempre diz que é na casa do vizinho”, aponta.
A região do Subúrbio Ferroviário é a mais infestada, com destaque aos bairros de Coutos, Fazenda Coutos e Periperi. Já o bairro da Graça e o Centro Histórico são tidos como os que possuem situações controladas.
“Sempre é o Subúrbio Ferroviário, pelas residências com falta de estrutura, pelos problemas no abastecimento de água”, observa Medrado.
No período do verão, iniciado em dezembro e com término estimado para março, a proliferação da dengue é mais propensa, conforme sinaliza o órgão. “O calor intenso com chuvas esparsas facilita a eclosão dos óvulos. No inverso, a chuva constante lava os criadouros e o nascimento dos mosquitos é minimizado”, explica Medrado.
Combate
A equipe do Centro de Zoonoses é formada por 2.143 agentes de endemias, divididas em 17 subcoordenações. A cada dois meses, a meta da equipe é visitar cerca de um milhão de imóveis. Ao ano, são seis milhões de imóveis vistoriados. O monitoramento dos focos de proliferação do mosquito é dividido por unidades, na seguinte ordem: distrito sanitário, quarteirão, bairro e imóvel.
O Ministério da Saúde destinou R$ 2.368.464,2 para ser aplicado em uma política de enfrentamento da doença na capital baiana. A SMS anunciou que irá intensificar o controle e combate a dengue em Salvador com o uso da verba. O recurso ficará sob responsabilidade do Fundo Municipal de Saúde, da Prefeitura de Salvador.
Com o repasse municipal, o Centro de Controle de Zoonoses prevê aplicação da verba em compra de material, treinamento de agentes, técnicos, biólogos, veterinários e compra de inseticidas, no sentido de aumentar a capacidade de resposta do serviço, afirma Marcelo Medrado. No quesito assistência, o coordenador ressalva que também serão beneficiados os postos de saúde, a partir da compra de medicamentos, de soro fisiológico e pagamento de exames, por exemplo.
Conscientização
Na entrevista que o coordenador da ação, Marcelo Medrado, cedeu ao G1, ele ressalta que um dos maiores desafios do combate é convencer a população a coibir a prática de manter possíveis focos do mosquito nas residências. Ele comenta que é perceptível que o tipo de depósito varia de acordo com a faixa de renda de cada família. “Nas camadas sociais com mais recursos, os depósitos são mais ligados a vaso de planta ou piscinas. Já nas humildes, são toneis, pneus, descarte inadequado dos resíduos, terrenos baldios. Tudo muito ligado ao abastecimento de água”, conta.

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