MEDIÇÃO DE TERRA

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quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Seis municípios decretam situação de emergência, diz Defesa Civil do RJ

 

Em Itaperuna, a BR-356, foi interditada e o hospital da cidade está alagado.
Em Italva, bancos e hospitais estão interditados.

Carolina Lauriano Do G1 RJ
Cardoso Moreira é um dos seis municípios em situação de emergência (Foto: Mauricio Bazilio / Divulgação Secretaria estadual de Saúde)Cardoso Moreira é um dos seis municípios em situação de emergência (Foto: Mauricio Bazilio / Divulgação Secretaria estadual de Saúde)
Seis municípios do Rio de Janeiro decretaram situação de emergência nesta quarta-feira (4), após as enchentes provocadas pelas chuvas que atingem o estado nos primeiros dias do ano. A informação é do coordenador regional de Defesa Civil do noroeste, Douglas Paulich.
Segundo ele, Laje do Muriaé, Itaperuna, Cardoso Moreira, Italva, Miracema e Santo Antônio de Pádua precisam da ajuda do estado para se recuperarem das tragédias.
O diretor-geral do Departamento Geral de Defesa Civil do estado, coronel Marcos Almeida, informou que há 5 mil desalojados e 60 desabrigados em Itaperuna, 2.500 desalojados e 400 desabrigados em Laje do Muriaé e 12 mil desalojados e 300 desabrigados em Santo Antônio de Pádua.
De acordo com o secretário de Defesa Civil de Santo Antônio de Pádua, Angelo Alberto Figueiredo, apenas duas áreas da cidade não foram atingidas pelos alagamentos. O nível do Rio Pomba, segundo ele, chegou a 5,4 metros, quase 2 metros acima do limite. O hospital municipal foi esvaziado antes mesmo que a cheia atingisse o local.
A água invadiu as ruas do município de Cardoso Moreira (Foto: Mauricio Bazilio / Divulgação Secretaria estadual de Saúde)A água alagou as ruas do município de Cardoso Moreira (Foto: Mauricio Bazilio / Divulgação Secretaria estadual de Saúde)
Em Itaperuna, no Noroeste Fluminense, a principal via da cidade, a BR-356, foi interditada. “Um distrito está sem abastecimento de água e o hospital São José do Avaí, o maior daqui, está alagado, funcionando só para casos graves”, afirmou.
Segundo o coordenador da Defesa Civil do município, capitão Joelson Oliveira, a água subiu 1, 3 m além do limite no Rio Muriaé.
Já em Italva, também no Noroeste Fluminense, houve inundação e enxurrada, de acordo com o secretário de Defesa Civil do município, Gedeão Bispo de Sousa. Bancos e hospitais estão fechados. “As famílias saíram de casa, foi muito rápida a enchente no Centro, derrubando muros e paredes”, disse ele.
Segundo o secretário, o pronto-socorro da cidade está interditado. “Estamos esperando a equipe do estado, para ver as ações na área da saúde. Médicos de outras localidades não conseguem chegar aqui”, contou. Ele afirmou que metade da população de Italva foi atingida. “
"O nível do rio está mais de 1 metro além do normal e desde terça-feira não diminui em nada, um sinal que está represando aqui em Italva. Pouca coisa do atendimento de emergência está funcionando, somente ambulatório. Todo trabalho é no sentido de não colocarmos a população em risco de morte. Está tudo parado e as cheias não diminuem”, disse ele.
Kit calamidadeDe acordo com a Secretaria estadual de Saúde, a prefeitura de Laje de Muriaé solicitou ao governo um kit calamidade, entregue nesta quarta-feira pelo secretário Sérgio Côrtes. O kit contém medicamentos para a atenção básica, antibióticos, hipoclorito de sódio e álcool.
O município, segundo a secretaria, foi o primeiro, do Noroeste Fluminense, a ser visitado pelo secretário e as equipes de Vigilância e Atenção à Saúde da secretaria. Côrtes anunciou a entrega de macas e aparelho de Raios-X ao Hospital municipal da cidade. A previsão era que os equipamentos fossem entregues à secretaria municipal de Saúde no final de fevereiro, mas após as chuvas o secretário antecipou a ação.
Campos não descarta decreto de emergência
Em Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense, o nível do Rio Paraíba do Sul, chegou a 10,90 metros quando, nesta época do ano, o normal varia de 7 a 8 metros, segundo a prefeitura. A ponte Barcelos Martins foi interditada, por medida de segurança.
De acordo com o secretário de Defesa Civil de Campos, Henrique OIiveira, o município ainda não decretou situação de emergência, mas esta possibilidade não está descartada. A prefeitura informou que a Defesa Civil está monitorando o nível dos rios Muriaé e Paraíba do Sul. Cerca de 40 famílias ribeirinhas tiveram que deixar suas casas e estão abrigadas em quatro escolas do município.
Alerta máximo
O município de Bom Jesus de Itabapoana, no Noroeste Fluminense, está em estado de alerta máximo, de acordo com o técnico da Defesa Civil municipal Alexandre Alcântara. Segundo ele, o rio já subiu 1 metro e 45 centímetros. Ele explicou que o rio que nasce em Minas Gerais recebeu 160 mm de chuva em 24h, do dia 2 para o dia 3. Essa água leva cerca de 36h para chegar ao município.
“A qualquer momento essa água pode chegar. Estamos em estado de alerta máximo. A gente já tem rua atingida, três famílias foram deslocadas e a expectativa é de que o rio volte a subir. (...) A minha preocupação maior não é enchente, que é uma inundação gradual, minha preocupação são deslizamentos e desmoronamentos, porque isso é súbito”, disse Alexandre.
Crea visita cidades
O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio de Janeiro (CREA-RJ) realizou nesta quarta-feira, uma inspeção nas regiões mais afetadas pela chuva em Nova Friburgo, Bom Jardim e Teresópolis, na Região Serrana do estado. Os engenheiros vão fazer um relatório com sugestões de obras que devem ser feitas nesses locais, para evitar novas tragédias. A expectativa do CREA-RJ é enviar o documento ao Ministério Público na próxima semana.
Mortes
Na terça-feira (3), a Defesa Civil estadual confirmou pelo menos três óbitos por causa da chuva. Desses, dois foram registrados no município de Laje de Muriaé, onde uma pessoa morreu durante a madrugada ao voltar para casa para pegar alguns documentos. O imóvel estava inundado e, segundo a Defesa Civil, a vítima escorregou, caiu e bateu com a cabeça. Já a outra vítima, infartou.
Ainda de acordo com a secretaria, a outra morte foi registrada em Miguel Pereira, no Centro Sul Fluminense, onde um homem infartou ao ver um desabamento de um imóvel. No município, dez casas desabaram e 80 pessoas ficaram desalojadas.

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