Nova geração do Ford Fusion e estreante Dodge Dart são estrelas.
Conexão com Brasil ocorre por meio de carros de luxo.
ford fusion salão de detroit (Foto: Carlos Osorio/AP)
O primeiro a confirmar tal realidade é o Ford Fusion, que chega à sua segunda geração. De porte grande no Brasil, o sedã é posicionado nos EUA no segmento de compactos médios. Segundo J. Mays, manda-chuva do desgin da marca atualmente, o grande desafio nesta segunda geração do modelo foi criar um carro que mantivesse o mesmo preço (ou algo bem similar ao) da atual versão, ao mesmo tempo em que seu desenho sugerisse um veículo mais caro.“Um carro 'premium' não escancara isso na sua cara, mas sim fala mais calmamente. Ele tem mais longevidade e refinamento, e permanece estiloso mesmo após a chegada do seu sucessor”, filosofa o designer. Seu lançamento nos EUA ocorrerá entre agosto e setembro, quase simultaneamente a sua chegada ao Brasil, onde manterá a motorização 2.5 e ganhará a oferta do 2.0 Ecoboost, que aposenta o 3.5 V6.
dodge dart (Foto: Rodrigo Mora/G1)
A outra estrela do Salão de Detroit 2012 é o Dodge Dart, ainda mais compacto que o conterrâneo, e que tentará diminuir a folga do Chevrolet Cruze na liderança de vendas no mercado local. Para isso, usa arquitetura Alfa Romeo (o primeiro fruto totalmente novo da união entre Fiat e Chrysler), motores modernos e um design de deixar os rivais com a autoestima abalada. Destaque para a lanterna de desenho inspirado no Charger, mas numa carroceria mais compacta, que ainda exibe uma parte frontal com a identidade da Dodge, porém sem a habitual truculência.A um tanto apagada Chevrolet, assim como as anfitriãs do evento, apostou em automóveis de dimensões menores, contrariando seu passado. No espaço principal de seu estande, o Sonic RS era acompanhado dos conceitos igualmente pequenos Code 130R e Tru 140S. Assim como na Ford, os tradicionais esportivos (Mustang e Camaro) e picapes ocupavam espaços secundários. As principais atrações da General Motors vieram pelas marcas Buick e Cadillac, que apresentaram os modelos Encore e ATS – este último com o BMW Série 3 na mira. Como se vê, novamente falamos de carros menores do que aqueles habitualmente consumidos pelos norte-americanos.
BMW Série 3 ActiveHybrid (Foto: Rodrigo Mora/G1)
Jetta Hybrid, que começa a ser vendido em novembro, e o interessante E-Bugster foram as atrações da Volkswagen, enquanto a Porsche fez a estreia do novo 911 Cabriolet. A Volvo, discretíssima, encheu seu estande com sua linha já manjada e o inédito XC60 Plug-in, promessa ainda um tanto distante.
Mercedes-Benz SL 2013 (Foto: Reuters)
A Fiat, dona da Chrysler e mais do que nunca de olho no mercado norte-americano, implorava para o público gostar do 500, o único modelo em seu estande, que se apresentava em diversas configurações, desde o mais básico ao esportivo Abarth. A Maserati, não encontrada por muitos visitantes do salão, espremia-se entre os carros da Jeep e da Dodge com seu SUV Kubang, que já havia sido apresentado no Salão de Frankfurt no ano passado.Quanto as asiáticas, atuação um tanto apagada das japonesas, que ficaram concentradas nos conceitos. A Hyundai seguiu a receita das europeias e simplesmente mostrou o que quer vender nos EUA: Veloster Turbo e o Genesis reestilizado. Sua co-irmã Kia, com nada relevante, parece ter ido à Detroit apenas por obrigação.
O Salão de Detroit 2012 está longe de ser uma plataforma de lançamentos para o Brasil, mas teve lá alguns estreantes que interessam o brasileiro. O primeiro deles, sem dúvida, é o já citado Fusion, seguido por Mercedes-Benz SL (por aqui no segundo semestre), Porsche 911 Cabriolet (sem data), Audi S4 e Mini Roadster. Há também o Buick Encore, que embora tenha seu futuro no Brasil ainda nebuloso, deve ser utilizado pela Chevrolet em sua renovação de portfólio. Falar algo sobre o Nissan Pathfinder, que já teve desempenho relevante no Brasil, seria antecipado, embora sua comercialização no Brasil não seria surpresa.
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