Por enquanto não haverá nenhuma mudança na produção brasileira.
A quantidade de fungicida utilizada no Brasil segue os padrões da OMS.
Os americanos já se habituaram ao sabor brasileiro. Dez por cento do suco de laranja consumido nos Estados Unidos é fornecido pelo Brasil. São 200 mil toneladas por ano.
Essa exportação enfrenta agora uma dificuldade por causa de um agrotóxico chamado carbendazim. Ele é o princípio ativo de alguns fungicidas usados para controlar o fungo que provoca a pinta preta, uma das principais doenças da citricultura.
No Brasil, os agrotóxicos são divididos em quatro classes, desde o nível um, o mais forte, até o quatro. O carbendazim está na classe três, medianamente tóxico. Sua aplicação é feita assim que os frutos começam a crescer. A quantidade utilizada segue os padrões da Organização Mundial da Saúde, segundo o agrônomo Luís Barretto. “Ele é indicado pelo Ministério, já vem sendo utilizado no Brasil em torno de 20 anos. Eu acredito que não tenha problema nenhum para a saúde”, diz.
O carbendazim é liberado tanto no Brasil, como nos Estados Unidos. Lá é utilizado na cultura da maçã, mas não é permitido nos pomares de laranja.
De um mês pra cá, as autoridades de saúde daquele país começaram a analisar as amostras do suco e fizeram um alerta. Se os resíduos do agrotóxico passarem de 80 partes por bilhão, o carregamento pode ser retido no porto. Não houve nenhum embargo, mas a notícia já preocupa.
Por enquanto, não haverá nenhuma mudança na produção, a não ser que a exportação do suco brasileiro seja prejudicada. Os frutos que vão ser colhidos na próxima safra, que começa em junho, já foram pulverizados com o fungicida.
Para Marco Antônio dos Santos, presidente da Câmara Setorial de Citricultura do Ministério da Agricultura, o Brasil não deve sofrer restrições. A quantidade da substância encontrada no suco brasileiro é menos da metade do limite estabelecido pelo governo americano. Se houver necessidade, o produto pode ser substituído sem grandes problemas. “O carbendazim é um produto um pouco mais barato que os outros, mas acho que não existiriam grandes traumas a partir do momento que existe essa restrição. O importante é atendermos o cliente com uma margem de segurança da saúde que o governo de cada país exige”, diz.
Não é apenas o suco brasileiro que será analisado. O governo norte-americano diz que vai inspecionar todos os carregamentos de suco de laranja que chegarem aos Estados Unidos.
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