MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Por falta de vagas, crianças são deixadas com ‘mães crecheiras’

 

Mães dizem que esperam por vaga em creche há cinco anos, em Goiânia.
Prefeitura afirma que há mais de 5 mil crianças em lista de espera.

Do G1 GO, com informações da TV Anhanguera
Na falta de creches nos Centros Municipais de Educação Infantil em Goiânia (Cmeis), mães acabam deixando os filhos em casas de “mães crecheiras”, mulheres que se dispõem a cuidar das crianças. Uma delas é Joana Joanice Pereira da Silva, de 73 anos, que mora no Setor Morada do Sol e cuida de 14 crianças.
Segundo a “mãe crecheira” não é cobrado um valor específico para os pais das crianças, mas cada mãe paga em média R$ 150 por mês. Ela afirma que o dinheiro nem sempre é suficiente para suprir as necessidades das crianças. “As mães deixam porque precisam. Uma ia e voltava do serviço preocupada com o filho, mas hoje já está mais satisfeita. A gente tem de ajudar”, diz.
Rosângela Maria da Silva, filha de Joana, é responsável por preparar as refeições das crianças e diz que quase todos os dias é servido macarrão instantâneo, arroz e carne moída e suco artificial de maracujá. “Quase todos os dias é servido esse cardápio porque é o que a gente pode oferecer para as crianças”, comenta.
Conselho Tutelar
Quando foi construído há quatro anos e meio, o Conselho Tutelar da Região Noroeste, no Jardim Curitiba 2, era procurado quase que somente para resolver conflitos familiares. Hoje, a maior procura na unidade que atende 78 bairros é de mães em busca de ajuda para conseguir uma vaga para os filhos em escolas públicas de ensino fundamental e também os Cmeis, onde são atendidas crianças de 6 meses a 5 anos de idade.
Desde o final de 2011, o Conselho fez uma relação com os nomes de 89 crianças que aguardam vagas em Cmeis. Segundo o conselheiro Jose Nilton Sousa, desde o ano de 2010 e até hoje não há uma construção em andamento na região noroeste. “Não se priorizou a construção de Cmeis na região noroeste e nós temos alguns bairros populosos e grandes sem Cmeis, como por exemplo, Morada do Sol, Bairro Floresta e Paulo Pacheco. No Jardim Nova Esperança, que é um dos bairros mais antigos, só há um Cmei e a população só vem crescendo”, diz Jose Nilton.
Parque Tremendão
No Parque Tremendão o mato cresce na área pública destinada à construção de um Cmei. Segundo o morador Antonio Marques, o espaço chegou a ser demarcado algumas vezes para a construção da creche pública. “Isso aí é uma mentira o que eles estão falando dessa questão há oito anos e isso aí nunca saiu do papel”, destaca.
“Desde que minhas filhas tinham dois anos eu tento uma vaga para elas em uma Cmei e não consigo. Já passaram da idade e eu não consegui. O meu nenê está com um ano e desde que ele nasceu eu venho tentando e até hoje não consegui nada”, relata Maura Rodrigues dos Santos, que teve de deixar de trabalhar.
Lista de espera
A diretora do Departamento de Administração Educacional da Secretaria Municipal de Educação, Clarislene Domingos, afirma que na lista de espera do órgão há os nomes de cinco mil crianças aguardando vagas nos Cmeis da Grande Goiânia. “A partir de 16 de janeiro começaremos a ligar para as famílias que estão aguardando na lista de espera e vamos atender cerca de 5.200 crianças já para o início de 2012”, informa.
Segundo Clarislene, a mãe deve ligar para o número 156 e cadastrar o filho na unidade mais próxima de sua casa. “Na região noroeste, temos Cmeis no Finsocial que atendem à faixa etária das crianças atendidas pela dona Joana. Agora, queremos dizer que ampliamos as vagas nos Cmeis em Goiânia de 4.200 para cerca de 20 mil. Porém a demanda é crescente”, observa.
A diretora destaca que a obra do terreno do Parque Tremendão já está licitada e a previsão de início da construção é para o primeiro semestre de 2012. “Já a obra do Cmei do Recanto das Minas Gerais foi iniciada em meados de 2011 e a prefeitura tem de obeceder todo um critério de licitação. A licitação dessa obra foi ganha por uma empresa, que por motivos financeiros não conclui a obra, alegando que não tinha condições de terminá-la”, diz.
Clarislene explica que a prefeitura fez um contrato emergencial para retomar a obra e concluí-la no período de seis meses. “Em relação ao Parque Tremendão, nosso contrato já está pronto e só aguardamos o sistema financeiro da prefeitura abrir para que possamos iniciar, provavelmente a partir de março”, assegura.

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