MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Pescadores sofrem com atraso de seguro na época da Piracema

 

Como alternativa, muitos infringem a lei e pescam escondidos.
Problema piora as condições de vida dos profissionais da pesca.

Do G1 Bauru e Marília
Pescadores profissionais da região de Botucatu, interior de São Paulo, estão enfrentando atraso no pagamento do seguro defeso. Sem o benefício, que serve de apoio ao pescador durante a piracema, muitos que vivem da pesca estão tendo que desrespeitar a lei para garantir renda.
O pescador Idevânio Moraes da Silva mora com a mulher e três filhos em uma vila de pescadores, em Anhembi. Durante a piracema, que vai de novembro a fevereiro, o pescador enfrenta dificuldades por causa da proibição da pesca. O que poderia ajudar é o seguro defeso, que o Governo Federal oferece para compensar os meses sem poder trabalhar. São quatro parcelas de um salário mínimo, porém o pescador não recebeu sua carteirinha até agora, três meses depois de dar entrada na renovação do documento.
E com tanta burocracia, a saída tem sido pescar ilegalmente, para manter o sustento da família. “Para sobreviver e dar comida aos meus filhos eu tenho que pescar mesmo. Tem que ser arriscar, porque se não for pescar, como darei de comer aos filhos?”, lamenta.
Segundo uma associação que representa os profissionais da pesca no centro-oeste paulista, às margens do Rio Tietê vivem aproximadamente dois mil pescadores profissionais. De acordo com um levantamento feito pela entidade, 1.400 deles ainda não receberam o auxílio do Governo Federal.
O pescador Jandis Ferreira Luiz fez o pedido do benefício no começo de novembro, mas só recebeu a primeira parcela agora, em janeiro. "Foi difícil, porque tenho duas filhas para criar. Aí tem que ir nas escondidas”.
O problema só piora a condição de vida que muitos pescadores enfrentam na região. A vila improvisada não tem as mínimas condições de moradia. Sem opção de lazer, os filhos dos pescadores brincam no rio poluído com esgoto e a mesma água abastece as casas.
Nesta semana a Polícia Ambiental apreendeu duas toneladas de tilápia em uma vila em Anhembi. Mais de 20 homens e mulheres processavam um pescado, sem as mínimas condições de higiene.
As tilápias eram fatiadas, e os restos deixados em caixas no chão, juntando moscas. Tudo no mesmo local onde os filés eram embalados. Os peixes foram comprados de um criador, e não houve crime ambiental, mas o dono da mercadoria foi multado em R$ 850 mil, por processar a carne irregularmente.

O representante do Ministério do Trabalho na região, Mário Tanaka, explica que o atraso no pagamento do Seguro Defeso aconteceu por causa de uma mudança no sistema de informações, que já foi feita. “O governo vai precisar de um tempo, porque durante o procedimento alguns dados dos beneficiados foram apagados”, explica.

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