MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

domingo, 15 de janeiro de 2012

Passeio de trem movimenta economia das montanhas capixabas

 

Turistas conhecem jacarés e experimentam cardápio de café colonial.
Empresários lucram com os negócios.

Do PEGN TV
O setor de turismo se destaca como um dos bons negócios para 2012. Viajar de trem sempre seduziu o brasileiro. Agora, trechos da malha férrea brasileira voltam a funcionar. No Espírito Santo, por exemplo, quem anda de trem aproveita as paradas para fazer compras, comer bem e até conhecer jacarés.

É o trem que move a economia nas montanhas do Espírito Santo. Na viagem de 46 quilômetros, a litorina passa pela Mata Atlântica, cruza pontes. Avança entre túneis.

O trem voltou a funcionar há pouco tempo, menos de dois anos, e 5 mil turistas já fizeram a viagem. O ponto de partida é a Estação Ferroviária de Viana, a 20 quilômetros de Vitória. Quem vai até o local, além do passeio, conhece também o trabalho de artesãs capacitadas pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).

O projeto “Trem é turismo” instalou artesãs nas estações em que o trem para durante a viagem. “Isso aí também diminuiu um pouco o êxodo rural. Eles podem estar aqui e estar agregando valor, podem trazer renda para as comunidades em que vivem”, diz Rodrigo Belcavello Barbosa, do Sebrae de Domingos Martins, no ES.
O Sebrae levou consultores que mudaram o design. Agora, os produtos são inspirados nos ícones históricos, religiosos e geográficos da região. Antes do embarque, os turistas conhecem as peças. Depois das compras, a viagem começa. A primeira parada é na ponte de ferro sobre o Rio Jucu. Ela tem 65 metros de extensão. A litorina de 40 toneladas segue a todo vapor.

“É um veículo antigo, é de 1962, e ele não tem nada eletrônico. Simplesmente mecânico e elétrico”, diz o maquinista Jaci Garcia.
A primeira parada é na estação de Domingos Martins. Mais de 50 turistas desembarcam para conhecer o artesanato. A empresa operadora responsável pelo trem comemora o sucesso do passeio. “As estações que estavam paradas, hoje elas têm atividades durante a semana. Recebem turistas todos os dias”, diz Matheus Gonçalves, gerente da Serra Verde Express.
A viagem reserva ainda outras atrações. A três quilômetros do centro de Domingos Martins, o café colonial é uma delas. É bom chegar com fome e sem medo de engordar: são mais de 60 opções. Mais de 60 clientes comem no local num fim de semana. Aliás, comem muito. “Eu vou, pego salgado, pego doce, misturo. Não tem jeito”, comenta a consumidora Karine Pinhel.
É a gula dos clientes que sustenta o café criado pelo empresário Antonio Carlos Porto. Com o projeto do Sebrae, ele fez cursos de gestão, marketing em turismo rural e de manipulação correta dos alimentos na cozinha. “Para fornecer também uma segurança alimentar para o seu cliente, para os alimentos terem uma melhor durabilidade, estarem em perfeito estado de consumo”, explica Barbosa, do Sebrae.

O café colonial é preparado durante três dias. No primeiro, são feitos os doces, que têm uma validade maior. No segundo dia, os pães são fabricados. E, finalmente, pouco antes de montar o buffet, ficam prontos os pratos quentes. Até ajustar o sistema de trabalho, o empresário enfrentou alguns meses de prejuízo.

No começo, ele errava até na quantidade. Metade da comida era desperdiçada. Hoje, o que sobra do buffet não chega a 3%. E o lucro só aumenta. “Estou aqui há 9 meses em operação. Nós temos clientes que já vieram 12 vezes, isso para dar uma idéia de quanto o cliente é fidelizado ao estabelecimento”, avalia o empresário.

A vista do café colonial é muito bonita: montanhas de todos os tamanhos e formatos. Por esse motivo, o passeio é chamado de trem das montanhas capixabas. A litorina para ainda na cidade de Marechal Floriano. E chega ao destino final 50 minutos depois: na estação do distrito de Araguaia.

Pertinho fica o sítio de Rodrigo Santos. A paisagem não é deslumbrante, mas por outro ângulo, mais de 100 jacarés do papo amarelo recebem os turistas. O primeiro deles foi parar no local por acidente. “Ele surgiu de forma natural porque um fazendeiro trouxe. Fugiu da lagoa dele e veio parar aqui no nosso sítio. Aí, fui no Ibama, registrei, fui autorizado a criar”, revela o empresário.

Os animais medem até dois metros e meio. Eles são alimentados com bolinhos de carne moída.
E têm dentes bem afiados. Os filhotes são divididos por tamanho e ocupam três tanques. Os jacarezinhos atraem cerca de 30 turistas por fim de semana.

“É raro, muito raro, é coisa que a gente vê uma vez e sente vontade de voltar para ver outras vezes”, diz a turista Elizate Lopes de Souza.
O turismo já é responsável por 5% do faturamento da propriedade. O empresário tem um projeto para ganhar mais dinheiro com os visitantes. “Meu objetivo é, futuramente, montar um restaurante. Abater esses animais aqui no sítio mesmo, com um abatedouro registrado”, revela.

Com animais silvestres, café colonial, belas paisagens e uma aventura de trem, a região montanhosa do Espírito Santo espera cada vez mais turistas. “As metas atuais são trazer turistas de outras localidades do país para conhecer as montanhas capixabas, está, aumentando o nível de renda dos empreendimentos e trazer pessoas com melhor poder aquisitivo para frequentar a nossa região”, afirma Barbosa, do Sebrae.

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