MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

'O brasileiro tá com a grana forte', diz feirante sobre turistas na fronteira

 

Comerciantes afirmam que brasileiros gastam mais e sustentam economia.
Turistas de Foz do Iguaçu aproveitam a noite do lado argentino da fronteira.

Bibiana Dionísio Do G1 PR, em Puerto Iguazú
Se durante o dia os turistas que vão a Foz do Iguaçu conhecem e se encantam com as belezas naturais das Cataratas do Iguaçu e com a imensidão da Usina Hidrelétrica de Itaipu, durante a noite o roteiro é gastronômico e em Puerto Iguazú, na Argentina. A cidade que fica a seis quilômetros de Foz do Iguaçu tem cerca de 30 mil habitantes e a economia - voltada essencialmente para a gastronomia e o comércio - se desenvolve em torno dos turistas, principalmente os brasileiros que passaram a visitar a cidade com mais frequência depois 2005.
A gaúcha Noemi Anger trabalha da feirinha de Puerto Iguazú desde 1989 (Foto: Bibiana Dionísio/ G1)A gaúcha Noemi Anger trabalha da feirinha de Puerto Iguazú desde 1989 (Foto: Bibiana Dionísio/ G1)
“Cada vez estão gastando mais, os brasileiros estão com a grana forte”, disse entusiasmada  Noemia Anger, que é brasileira e desde 1989 trabalha na feira livre de Puerto Iguazú. Ela conta que os comerciantes locais estão contentes agora porque de 1995 a 2005 o movimento de brasileiros na cidade caiu consideravelmente.
Como a feira é tradicionalmente gastronômica, os turistas estrangeiros não gastam muito na feira, que vende vinhos, queijos, azeitonas, alfajores, embutidos e frutas em conserva, por exemplo. Muitos desses alimentos são produzidos em Mendonza. “São mercadorias difícil de eles levarem”, explicou Noemia.
As azeitonas recheadas com queijo, tomate ou salame fazem sucesso na feira. Um quilo da azeitona recheada, por exemplo, custa, em média, R$ 20 e as tradicionais com caroço, em média, R$ 10. O salame, por exemplo, que também é muito vendido, varia de R$ 18 a R$ 35 cerca de 1,5 kg.
Muitos turistas vão a feirinha e consomem alí mesmo os alimentos comprados (Foto: Bibiana Dionísio/ G1)Muitos turistas vão a feirinha e consomem alí mesmo os alimentos comprados (Foto: Bibiana Dionísio/ G1)
Há dois anos, os europeus consumiam bons vinhos e agora são muito mais controlados. O brasileiro não tem problema, gasta mesmo"
Oswaldo Casas
Há várias opções de bares e restaurantes em Puerto Iguazú que durante o ano inteiro ficam lotados. No período das férias escolares e durante os feriados prolongados, a presença de visitantes argentinos é acentuada na cidade. Já o turista europeu e norte americano procura a cidade com mais frequência entre agosto e março. Agora, os brasileiros, até mesmo pela proximidade, passeiam por Puerto Iguazú o ano inteiro.
Oswaldo Casas é dono de um restaurante em Puerto Iguazú há dois anos e meio e avalia como muito importante para a economia da cidade os turistas (Foto: Bibiana Dionísio/ G1)Oswaldo Casas é dono de um restaurante em
Puerto Iguazú há dois anos e meio
(Foto: Bibiana Dionísio/ G1)
Segundo Oswaldo Casa, que é dono de um restaurante, o turismo é muito importante para o sustento da cidade e os brasileiros assumem o papel de protagonista neste cenário.
“Neste momento os brasileiros gastam mais”. Segundo Casa, o turista europeu que passa pela tríplice fronteira, em geral, não possui muito poder aquisitivo. Segundo ele, isso retrata bem a mudança das economias brasileira e europeia. “Há dois anos, os europeus consumiam bons vinhos e agora são muito mais controlados. O brasileiro não tem problema, gasta mesmo”, comentou o empresário.

Os tradicionais vinhos da região de Mendonza são muito procurados pelos turistas, que muitas vezes fazem degustação de vinhos e queijos nas adegas.
A comerciante de Londrina, no norte do Paraná, Izabel Lopes contou que sempre que pode vai à Puerto Iguazú. “Agente vem com os amigos e curte tomar um bom vinho, comer os produtos argentinos como o queijo e o presunto jámon”, disse Izabel. O presunto jámon é a carne de porco salgada e curada ao natural. Tradicionalmente ele é consumido cru, como petisco, mas também é utilizado na cozinha argentina e pizzas e sanduiches.
Na foto, a comerciante Izabel Lopes e os amigos degustando vinho e queijos (Foto: Bibiana Dionísio/ G1)Na foto, a comerciante Izabel Lopes e os amigos degustando vinho e queijos (Foto: Bibiana Dionísio/ G1)
A herança da colonização espanhola na argentina vai além da culinária, eles também realizam a sesta, que é o período depois do almoço em que o comércio fecha. Os turistas devem, portanto, ficar atentos a este hábito. As lojas ficam abertas das 10h ao meio dia, reabrem às 16h e, fecham conforme o movimento, normalmente, próximo às 22h. Os restaurantes, entretanto, ficam abertos  durante o horário de almoço.
Sistema de transporte
Existe uma tabela de preços utilizada pelos táxis de Foz do Iguaçu, ainda que considerada informal pela prefeitura da cidade. Para ir para Puerto Iguazú é cobrado, cerca de R$ 100, e o motorista espera o turista de duas a duas horas e meia. Se o visitante preferir, ele pode pedir ao taxista para ligar o taxímetro, o que em geral encarece o preço da corrida.

Há ainda a opção do transporte coletivo. O ônibus Puerto Iguazú/ Argentina passa a cada 40 minutos ao lado do Terminal de Transporte Urbano (TTU), na Rua Juscelino Kubistchek, no centro de Foz do Iguaçu.
Este trajeto é realizado por quatro empresas diferentes. A passagem mais cara custa R$ 4e os ônibus passam, em média, a cada meia hora.

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