MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

MST ocupa prefeituras de Mucuri e Santo Amaro

 

Mário Bittencourt, da sucursal de Eunápolis
As prefeituras de Mucuri, no extremo sul do Estado, e Santo Amaro, no Recôncavo Baiano, foram ocupadas nesta quinta, 12, por militantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Agora já são onze prefeituras invadidas. A meta do MST é invadir 30 administrações até o próximo dia 20. “Daqui até lá vamos continuar ocupando”, garantiu o coordenador do MST no extremo sul, Evanildo Costa. O MST quer melhorias na educação e infra-estrutura dos assentamentos, sobretudo com relação a transporte e reforma de escolas.
As ocupações foram iniciadas na terça-feira, 10, e são parte da “jornada pela educação”, realizada este mês por ser de férias dos estudantes. Antes de ocupar a prefeitura de Mucuri, os cerca de 400 militantes saíram em caminhada pela cidade.
À tarde, os sem terra deixaram a prefeitura de Mucuri, após ouvir novas promessas de melhorias nos assentamentos por parte do prefeito Paulo Alexandre Mattos Griffo, do PDT. “Esperamos que ele cumpra com o que prometeu, senão voltaremos a ocupar”, declarou Evanildo.
Segundo o MST, em Mucuri são quatro assentamentos e dois acampamentos que reúnem cerca de 700 trabalhadores rurais. Evanildo Costa disse que as escolas feitas pelos próprios assentados e cadastradas no Município estão abandonadas.
A prefeitura de Mucuri foi uma das invadidas ano passado, quando outras cinco administrações passaram pelo mesmo problema. Das prefeituras ocupadas, o MST continua apenas na de Prado, cujo prefeito, João Alberto Viana Amaral (PCdoB), o Jonga, viajou para Brasília e deixou os sem terra esperando na prefeitura.
Na terça, quando a prefeitura foi ocupada, Jonga disse que estava aguardando ser comunicado pelo MST para se reunir com o movimento. E o MST espera o mesmo que Jonga. Enquanto a reunião não sai, os sem terra desfrutam da piscina do imóvel (um antigo hotel) onde funciona a prefeitura.
Para Evanildo Costa, coordenador do MST no extremo sul, “o uso da piscina é bom uso do dinheiro público”. Cerca de 50 crianças e jovens aproveitam a piscina. As filhas de sem-terra, Geovana Ribeiro de Jesus, 7, e Beatriz Silva Souza, 10, estavam adorando. “No assentamento não tem nem rio”, disse Geonava.  
Nesta quinta à tarde os militantes fizeram uma caminhada pelo centro de Prado, denunciando o descaso da prefeitura para com o problema. “Não sei como pode uma prefeitura estar ocupada e não aparecer ninguém aqui para saber o que nós queremos. É um descaso total”, afirmou Evanildo. Na prefeitura de Prado, de dia é banho de piscina e à noite forró. Eles cantam “só só só... só vai reforma agrária com a aliança camponesa e operária..."

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