O protesto foi realizado simultaneamente em 188 cidades do país.
Objetivo foi pedir aprovação de um projeto em tramitação no congresso.
Manifestantes fizeram passeata nas ruas do centro
de Itapetininga, SP (Foto: Gláucia Souza / G1)
Pessoas ligadas a entidades de proteção aos animais e moradores saíram as ruas, neste domingo (22), com o objetivo de protestar contra a crueldade ao animais de extimação. Em Itapetininga, interior de São Paulo, o evento reuniu aproximadamente 50 pessoas que fizeram uma passeata com cartazes exibindo imagens de animais torturados, espancados e mortos, além de frases de protesto contra o atual procedimento de punição aos agressores. Na região, houve mobilização ainda em Tatuí e Tietêde Itapetininga, SP (Foto: Gláucia Souza / G1)
De acordo com Eliana Bazolli, da ONG SOS Animais, e uma das coordenadoras da manifestação na cidade, no Brasil a lei trata os casos como crimes de menor poder ofensivo, por tanto, a pena é prisão de três meses a um ano e multa. A punição está prevista no artigo 32 da lei 9605 contra crimes ambientais. “Mesmo assim, muitos casos nem são julgados, é o agressores continuam agindo com crueldade com os animais”, ressalta.
O movimento “Crueldade Nunca Mais” pede maior rigor nas leis. Segundo os organizadores, no Congresso em Brasília, Distrito Federal, tramita um projeto com propostas de punição mais rigorosa. “A pena contra o agressor seria de prisão de até quatro 4 anos, além de multa. Com isso, tenho certeza que não teríamos mais tantos casos de violência contra os bichos”, Eliana.
A mobilização ganhou as ruas depois da divulgação de casos recentes que flagrantes de maus tratos em diversas cidades do país. A operadora de máquina Helen Juhass, que participou do protesto junto um dos cinco cães que tem em casa, afirma que é apaixonada por animais. Ela disse que sofre ao ver histórias de crueldade. “O caso da professora que espancou até a morte uma cachorrinha, foi terrível. Eu não consegui ver o vídeo até o final. Cai em prantos”, conta.
De acordo com a vice-presidente da ONG UIPA (União Internacional Protetora dos Animais), Salete Oliveira, não é preciso ir muito longe para identificar casos de maus tratos. “Essa semana tivemos um caso que nos deixou chocados aqui em Itapetininga. Um homem ficou irritado com o latido de um cachorro de três meses da casa vizinha. Ele pegou uma arma e matou o animal”, conta.
Outro caso lembrado foi de um cavalo abandonado em um terreno no bairro Estância Conceição, área rural do município. O animal estava com as patas quebradas e foi deixado agonizando. O cavalo precisou ser sacrificado. Segundo Salete, além de casos de abandono, outras agressões que acontecem na região são espancamentos, facadas e até estupro de animais.
Salete é fiscal responsável da Delegacia da UIPA. Ela conta que atualmente tem 43 ocorrências de casos graves de maus tratos apresentadas a justiça local. “Diariamente recebemos chamadas para socorrer algum animal que está sendo maltratado”, ressalta.
Ela ressalta que os vizinhos são os principais aliados no combate a esse crime. “Cada cidadão é um fiscal, por tanto ao ouvir a agressão, deve acionar a polícia e as entidades protetores como a UIPA e SOS Animais”, afirma.
Caso de psicopatia
Durante a manifestação, os organizadores apresentaram dados que ligam os casos de maus tratos aos animais com a psicopatia. Segundo Eliana, pessoas que maltratam animais são assassinos em potencial. Ela descreve sobre um estudo feito pelo FBI (Departamento da Polícia dos EUA) que mostra que 80% dos assassinos em série começaram os crimes maltratando e matando animais. Já outro estudo mostra que a psicopatia começa a se manifestar por volta dos 8 anos de idade. “A criança é cruel com animais nesse primeiro momento de manifestação do problema. Então, agir em proteção aos animais é também agir em proteção a sociedade, que irá identificar indivíduo que possam sofrer de distúrbio psicótico”, afirma.
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