Forno cozinha qualquer alimento com a luz do Sol, diz professor.
Divulgador do forno cita as vantagens de usar o forno solar.
O fogão caseiro funciona usando o princípio do efeito estufa. A luz entra no forno por meio do plástico e fica retida interior na forma de calor, explica Galvão, professsor da Universidade Estadual do Ceará. “Ele faz todos os tipos de cozido, só não torra nem frita”, diz.
O tempo para cozinhar no forno solar é mais longo que no forno a gás ou a lenha. “Mas a pessoa vai ficar livre de ficar mexendo a panela. Enquanto a comida está cozinhando, dá para ler, fazer outra coisa e ter certeza de que a comida não vai queimar”, diz. O feijão, por exemplo, leva meia hora para ficar pronto usando uma panela de pressão, enquanto, que, no forno solar, são cerca de duas horas.
Galvão sugere também cozinhar grãos – arroz, ervilha, feijão etc. – após deixar de molho na água ainda no dia anterior. “O grão vai ficar bem inchadinho e vai ficar um sabor melhor”, recomenda.
O professor que divulga o forno diz que é comum que as pessoas duvidem do funcionamento do equipamento, mas depois as pessoas ficam “admiradas” com o resultado. “Ele chega a uma temperatura de mais de 100º C”, afirma.
Vantagens do forno solar
Lúcio Galvão diz que o forno a lenha, comum na região dos Inhamuns, no Ceará, gera muito dióxido de carbono, apontado pelos cientistas como o principal causador do aquecimento em escala global. Ainda conforme o professor de química, o ambiente das cozinhas com fumaça exalada pelos fogões tradicionais causa irritação aos olhos e coriza.
Régis Noronha, aluno de química inorgânica de Lúcio Galvão na UECE, já desenvolveu experimentos com o forno. Noronha diz também que o forno solar pode desidratar tomate e banana e esterilizar água. “Em nove horas obtivemos tomate seco quando colocamos o tomate com a casca virada para baixo”, diz o aluno.
Morador de Tauá cozinha batata doce no forno
solar. (Foto: UECE/Divulgação)
Divulgação do fornosolar. (Foto: UECE/Divulgação)
O professor viaja por várias cidades do Ceará divulgando o uso do forno solar. Segundo Galvão, a maior dificuldade para que as pessoas desenvolvam o próprio fogão é por uma questão cultural. “As pessoas acham que comida exposta ao sol faz mal. Mas o que faz mal é o alimento exposto à temperatura ambiente. No forno solar, a temperatura passa dos 100º C, e não há micro-organismo patogênico que resista a essa temperatura.”
Ele também realiza oficinas em cidades do interior do Ceará e ensina a fazer o próprio forno. As oficinas duram dois dias. No primeiro, Galvão explica o funcionamento do equipamento; no segundo dia, as pessoas aprendem a fazer o próprio forno.
Ainda conforme o professor de química, o forno é capaz de cozinhar não apenas no Sertão cearense, onde a incidência solar é muito forte, mas em qualquer região, durante o dia. "O forno não precisa de calor, mas da luz. Ele pode ser usado em qualquer local, mas em algumas cidades o tempo para cozinhar pode ser um pouco mais longo."
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