MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

sábado, 14 de janeiro de 2012

Faltam sementes para plantio de milho safrinha em Mato Grosso

 

Produtores enfrentam dificuldades na hora de adquirir algumas variedades.
Custos aumentaram, segundo revendedoras de milho no estado.

Leandro J. Nascimento Do G1 MT
Semente de milho Mato Grosso (Foto: Reprodução/TVCA)Variedades de semente estão em falta em cidades
de Mato Grosso (Foto: Reprodução/TVCA)
A colheita de soja em Mato Grosso, que aos poucos começa a se desenhar, marcou o início da contagem regressiva para o plantio da segunda safra de milho. As primeiras áreas a receberem o cereal no estado ainda devem dividir espaço com o algodão. As projeções elaboradas pelas entidades de pesquisa mostram um cenário positivo para a safrinha, apoiado no aumento de área (+25,8%) e produção (+40,2%). Os dados são do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).

Se as estimativas se concretizarem, o produtor mato-grossense deve ser responsável pela produção de 9,8 milhões de toneladas nesta safra 2011/12. O volume é superior ao atingido no ciclo agrícola anterior que fechou em 6,9 milhões de toneladas. A favor do agricultor, a alta no preço do milho também motivou os mato-grossenses na hora de garantirem o insumo.

A ‘corrida’ em busca das melhores sementes já iniciou pelas cidades no estado, mas quem se dirige às revendedoras tem se surpreendido com a falta do produto. Em alguns municípios, há falta de algumas variedades, puxando os preços para cima. De acordo com alguns representantes das empresas, o custo médio aumentou cerca de 30%.

O cenário é confirmado pela Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja), conforme descreve o gerente-técncio Nery Ribas. “Temos ouvido dos produtores sobre essa falta de sementes e o aumento. É a lei da oferta e da procura”, disse, ao G1. Apesar do cenário, o plantio não deve ser afetado no estado, aponta o representante. “A programação para a safra está normal. Agora, quando o custo aumenta, a rentabilidade diminui”, acrescentou.

Barei, em Sinop, espera colheita da soja para plantar milho (Foto: Reprodução/TVCA)Barei, em Sinop, espera fazer a colheita da soja
para plantar o milho (Foto: Reprodução/TVCA)
Em Sinop, a 503 quilômetros de Cuiabá, o produtor Leonildo Barei estima plantar 600 hectares com o milho. No entanto, ele não conseguiu adquirir a variedade que pretendia para fazer o plantio. “Mesmo assim, comprei uma última que estava no mercado, se não teria que comprar uma segunda linha”, declarou o produtor. Conforme Barei, pelo menos um mês antes de ser iniciada a tradicional venda de sementes pelas empresas o produto não era mais encontrado.

Nas revendas, gerentes falam também em cancelamentos de pedidos e prejuízos econômicos. “Quem hoje estiver optando por plantar um milho de alta tecnologia, alta produtividade acaba pagando mais caro devido toda essa falta e cancelamento. Teve milho que chegou a subir até 30% o valor de uma saca de semente”, disse em entrevista à TV Centro América de Sinop.
Preços
A alta no preço do cereal no estado, que apresentou aumento de 6,3% de dezembro de 2011 para janeiro de 2012 também pode ter favorecido o interesse do produtor em busca de assegurar a safra. É o que também acredita Rogério de Andrade Coimbra, engenheiro agrônomo.
“O valor do milho hoje é mais de 100% [maior] em relação ao que estava sendo comercializado em 2009, 2010, 2011, o que levou o produtor a plantar milho”, argumentou.
O interesse pela segunda safra de milho pode ser sentida também pelos números de comercialização, que seguem em estágio avançado. As vendas antecipadas do produto atingiram até a segunda semana de janeiro alta de 47,5%. Na prática, os agricultores já venderam quase a metade dos 9,8 milhões de toneladas que ainda serão produzidos.
Exportação
Em 2011, as exportações mato-grossenses bateram recordes e a receita gerada pela venda do cereal foi a maior dos últimos quatro anos, conforme o Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Entre janeiro a dezembro foram embarcados US$ 1,6 bilhões do produto. Em 2008, por exemplo, os negócios atingiram US$ 566 milhões.

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