MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Descredenciamento de cardiologistas da Unimed chega a 90% no PR

 

Em todo o estado, atendimentos param a partir de segunda-feira (9).
Em Londrina suspensão foi marcada para 31 de janeiro.

Bibiana Dionísio Do G1 PR
Após meses de negociação, a Cooperativa dos Cirurgiões Cardiovasculares do Paraná (Coopcardio-PR) anunciou que 90% dos cirurgiões cardiovasculares que atendiam pela Unimed estão descredenciados da operadora de saúde. A medida foi adota, de acordo com a Coopcardio, individualmente pelos médicos porque os valores pagos por cirurgia estão abaixo dos praticados por outras 35 operadoras atuantes no estado e pelo Sistema Único de Saúde (Sus).

Os médicos deixarão de atender em todo o estado a partir de segunda-feira (9). A exceção é Londrina, onde os atendimentos serão suspensos em 31 de janeiro, porque ainda deve haver mais uma rodada de negociação com a Unimed local. A operadora é uma das maiores do país com 38% de participação no mercado nacional de planos de saúde. Apenas no Paraná, são 1.287.975 beneficiários, o que a caracteriza com a a maior do estado.

O presidente da Coopcardio, Marcelo Ferraz de Freitas, declarou que o descredenciamento dos médicos acabou coincidindo porque os profissionais foram informados, em meados de dezembro, que as negociações com a Unimed não haviam progredido. “A frustação foi geral. Deixou de ser interessante para a gente fazer parte da Unimed”, afirmou Freitas.

Freitas destacou que os pacientes não ficarão desassistidos uma vez que os beneficiados de planos de saúde têm o direito de atendimento garantido pela Constituição Federal e pela Agência Nacional de Saúde (ANS), que obriga as operadoras a buscarem alternativas para garantir assistência médica aos pacientes.

De acordo com a Coopcardio, a Unimed oferece cerca de R$ 1,2 mil por operação para a equipe de quatro profissionais, o Sus em torno de R$ 2,8 mil e as demais operadoras cerca de R$10 mil com perspectiva de que o valor chegue a R$ 15 mil no prazo de um ano e meio. Freitas afirmou que os cardiologistas propuseram à Unimed R$ 7,5 mil e um período de dois anos para que o valor chegasse a R$ 15 mil. A proposta não foi aceita.
A oferta, segundo o advogado da Unimed, Carlos Eduardo Hapner, está fora dos padrões financeiros da operadora. “Na verdade é uma demissão em massa. Eles são sócios da Unimed, que é uma cooperativa médica”, avaliou o Hapner.
Em entrevista ao G1, o jurista afirmou que a operadora não vai deixar os beneficiários desatendidos. A orientação, de acordo com Hapner, é para que os pacientes que necessitam de uma cirurgia cardiovascular não se precipitem e entrem em contato com a operadora uma vez que cada caso será tratado de modo individualizado.
A Unimed não descarta a possibilidade de tentar novas negociações com a Coopardio para reverter esta decisão ou adotar medidas judiciais.
Entenda as reivindicações dos médico
Em 7 de abril, a categoria médica organizou em todo o Brasil uma paralisação de 24 horas para reivindicar reajustes nos valores pagos por consultas e cirurgia pelas operadoras de saúde e convênios médicos. Além disso, eles também exigiam menos interferência dos planos de saúde no tratamento dos pacientes.

No mês de junho os médicos paranaenses fizeram um mobilização isolada e em setembro, houve uma nova paralisação da categoria, por 24 horas, no Distrito Federal e em mais 23 estados do país.
Segundo a Associação Médica Brasileira, a média nacional paga pelos planos de saúde aos médicos é de R$ 40 por consulta. Eles querem ao menos R$ 60 por consulta. Segundo ele, o maior valor pago é R$ 80; o menor, R$ 15.
Os anestesistas filiados a Unimed também iriam de descredenciar da operadora, mas após uma negociação intermediada pelo Ministério Público (MP) do Paraná, a categoria chegou a um acordo com a operadora sobre novos valores.

Um comentário:

  1. Interessante a sugestão do jurista da Unimed. Imaginem um paciente necessitando de cirurgia imediata (ponte de safena, por exemplo), tendo que, em vias de infarto, ligar no 0800 da Unimed. Realmente, uma grande idéia partindo de um jurista.

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