MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Com maior rebanho do país, MT completa 16 anos sem febre aftosa

 

Último caso da doença foi registrado em 1996 no interior do estado.
Para setor, evitar doença é ampliar chance de novos mercados para carne.

Leandro J. Nascimento Do G1 MT
Mato Grosso não faz fronteira com país, mas está há 15 anos sem foco. (Foto: Leandro J. Nascimento)Rebanho bovino deve crescer 18% na década
(Foto: Leandro J. Nascimento/G1)
Detentor do maior rebanho bovino do país, com mais de 28 milhões de animais, Mato Grosso completou nesta sexta-feira (13), 16 anos sem febre aftosa. A doença, extremamente infecciosa, ataca animais e provoca uma série de prejuízos econômicos. O último caso do problema registrado no estado ocorreu em 1996 em uma propriedade da cidade de Colíder, a 648 quilômetros de Cuiabá. Atualmente, Mato Grosso possui o status de livre da aftosa, mediante vacinação.
Para o setor, o controle da doença representa benefícios à toda cadeia produtiva. "O que permite que exportemos para os países é o nosso status sanitário. Dezesseis anos sem aftosa representa muita coisa. Só conseguimos isso pois está sendo executado um trabalho muito grande de conscientização do produtor. Hoje ele é ciente da importância do seu papel e tudo passa pela vacianção", declarou Luciano Vaccari, superintendente da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat).
Os números da cadeia pecuária mostram sua importância para a economia mato-grossense. Em 2011, dos mais de US$ 10,9 bilhões exportados pelo estado em diferentes produtos, US$ 871 milhões foram somente em carne bovina. O estado encaminhou para o mercado internacional 178,4 mil toneladas do produto. Em 2010 os embarques totalizaram US$ 734,5 milhões, de acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
Para manter o controle da aftosa, o estado tem alcançado índices de vacinação durante as campanhas realizadas ao ano com cobertura superior a 99%. "O número de países para os quais possamos exportar deve-se graças ao status sanitário que temos. Quando alguém vai comprar uma carne ele pergunta primeiramente de onde ela vem", acrescentou Vaccari.
A média veterinária Daniella Soares de Almeida Bueno, responsável pela Coordenadoria de Controle de Doença dos Animais (CCDA) do Indea, explica que em Mato Grosso são três etapas para imunização do gado. A primeira é realizada no mês de fevereiro, para animais com até 12 meses nas propriedades localizadas no raio de 15 quilômetros da fronteira dos municípios de Cáceres, Vila Bela da Santíssima Trindade e Porto Esperidião.
Já a segunda etapa, em maio, destina-se ao rebanho de zero a 24 meses, de todo estado, exceto do baixo pantanal. Já a última, em novembro, é válida para os animais de todas as idades do estado.
Soares explica que a aftosa é um dos principais causadores dos embargos econômicos. "Hoje, a maioria dos países importadores de carne estão livres da febre aftosa e não querem de nenhuma forma correr o risco de uma reintrodução. Hoje, das listas das doenças de notificação obrigatória, ela é a responsável pela maior parte dos embargos", frisou a veterinária.
Rebanho em evolução
As projeções para a bovinocultura em Mato Grosso para os próximos anos revelam um cenário de crescimento. Estima-se que em uma década o rebanho estadual cresca 18%, com o número de animais passando de 28 milhões de cabeças para 33,9 milhões de animais. É o que aponta o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).
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Pasto cederá espaço para lavouras em MT (Foto: Leandro J. Nascimento / G1)Gado de MT é livre de aftosa com vacinação
(Foto: Leandro J. Nascimento / G1)
Para a entidade, devem contribuir para este fenômeno, os investimentos feitos pelo pecuarista mato-grossense para aumentar a produtividade, a agregação valor à produção e a redução de custos.
Com maior número de animais na praça, os abates também devem crescer. 4,1 milhões para 8 milhões de animais, alta de 95% no período. Os números integram um estudo elaborado pelo Imea denominado “Caracterização da Bovinocultura de Corte de Mato Grosso".
Conforme o estudo, a cada ano, projeta-se um crescimento para o rebanho bovino de 2%, devido à fatores de manejo e capacidade de suporte. O crescimento na taxa de abates feitos a cada 12 meses, também chamada de 'desfrute', é apontado como o indicador mais importante para a alta nos abates, segundo o Imea. O desfrute é de 17%, índice maior em relação à média nacional, que em 2009 foi de 14%.

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