MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Clientes de supermercados em SP se antecipam e deixam sacolas plásticas


Caixas, carrinhos de feira e até mochilas estão servindo como alternativas.
Supermercados de SP vão abandonar sacolas plásticas a partir do dia 25.

Rafael Sampaio Do G1 SP

Os irmãos Mônica Teles, 27, e Tiago Teles, 23, com os carrinhos de feira e com a mochila que usaram para levar as compras do supermercado (Foto: Rafael Sampaio/G1)Os irmãos Mônica Teles, de 27 anos, e Tiago Teles, de 23, com os dois carrinhos - sendo um de feira - que usam para levar as compras do supermercado (Foto: Rafael Sampaio/G1)
Carrinhos de feira, caixas de papelão, sacolas de lona e até mochilas escolares estão sendo usadas por consumidores para substituir as sacolinhas plásticas tradicionais dos supermercados de São Paulo, que deixarão de ser fornecidas a partir de 25 de janeiro. O G1 esteve em cinco mercados de diferentes redes (Extra, Pão de Açúcar, Carrefour, Econ e Dia) e constatou que muitos clientes estão se antecipando ao fim das sacolinhas.
Os irmãos Mônica Teles, de 27 anos, e Tiago Teles, de 23, optaram por usar dois carrinhos para levar as compras - um de feira e outro com uma bolsa presa. Eles disseram ser essa a forma mais prática de carregar os produtos que compravam no mercado Extra da Avenida Brigadeiro Luiz Antônio, no Centro de São Paulo.
"Os supermercados deveriam dar sacolas de lona para quem gasta muito, acima de R$ 100. Seria um incentivo a mais do que só vender", disse Tiago. As sacolas de plástico comuns vão ser substituídas por outras, biodegradáveis, que serão vendidas nos caixas. Outros tipos de sacolas vão estar à disposição dos clientes nos supermercados.
Tiago disse concordar com a restrição às sacolinhas de plástico, mas afirmou ser contra a proibição total do produto, que é distribuído gratuitamente. Na opinião dele e da irmã, deveria haver uma cota de sacolas para cada cliente. "E o plástico de produtos como os pacotes de bolachas? E o isopor usado em embalagens? Isso vai continuar existindo e polui também", afirmou Mônica.
Já a médica Cristiane Correia Sales, de 48 anos, optou por usar caixas de papelão. Ela recolheu todas no próprio supermercado. "Faço isso pela questão ecológica e porque [a caixa] é mais fácil de colocar no carro. Em casa, a gente também separa o lixo", disse ela. Cristiane disse que, como as pessoas terão que pagar por sacolas retornáveis e pelas biodegradáveis, o consumo vai ser reduzido.
Bolsas de lona oferecidas em supermercado como alternativa às sacolinhas plásticas (Foto: Rafael Sampaio/G1)Bolsas de lona oferecidas em supermercado como
alternativa às sacolinhas (Foto: Rafael Sampaio/
G1)
A substituição das sacolinhas plásticas precisa virar um hábito, segundo a produtora de eventos Inga Eleutério, de 39 anos, que disse usar sacolas de pano para levar as compras. Ela realizava compras no Pão de Açúcar da Avenida Santo Amaro, na Zona Sul. "É como na época do apagão [de energia] no Brasil. As pessoas se acostumaram e pararam de usar muitos eletrodomésticos ao mesmo tempo. Com as sacolinhas, é uma questão de costume", afirmou.
A produtora disse se recordar que a sua família costumava comprar pacotes de bolacha e deixar as embalagens de plástico no próprio supermercado. "A responsabilidade por reciclar tem que ser deles também [da loja], não só do consumidor."
IrritaçãoJá a farmacêutica Suzana de Novaes Santana, de 30 anos, que fazia compras em um mercado da rede Econ, no Centro de São Paulo, estava irritada com o fim das sacolinhas - mesmo levando um carrinho com mochila. "Eu usava as sacolas de plástico como saco de lixo, agora vou ter que comprar", disse.
Para ela, a substituição vai acabar lesando o consumidor. "O preço das sacolinhas está embutido nos produtos que a gente compra? Se está, eu duvido que vá haver alguma queda." Ela ressaltou ainda que as embalagens de plástico em feiras, em lojas de roupas, vão continuar a ser usadas. "O benefício ecológico seria maior se grandes empresas abrissem mão de usar embalagens."
O diretor de sustentabilidade da APAS (Associação Paulista de Supermercados), João Sanzovo, disse que aposta na queda dos preços dos produtos, com o fim das sacolinhas. "Ela [a sacola plástica] vai sair da planilha de custos e os preços vão cair, até pela concorrência [entre os supermercados]", disse. Ele ressaltou que a campanha pelo fim das sacolinhas foi apenas um primeiro passo. "Queremos dar o estímulo para que todas as outras indústrias comecem a repensar o seu uso do plástico."
Entre as alternativas para os clientes em supermercados há sacolas de pano e lona (cujo preço varia de R$ 1,99 a R$ 3, em média), sacolas biodegradáveis ou compostáveis (preço de R$ 0,12 a R$ 0,25), carrinhos de feira ou com bolsas (preço de R$ 20 a R$ 40) e caixas de papelão - que são fornecidas de graça na maioria dos supermercados. A orientação dada pela APAS é que os mercados cobrem o preço de custo nas sacolas biodegradáveis.

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