MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

ARMAÇÃO

Suspeito de causar acidentes em SP diz a delegado que está 'confuso'

Homem chegou para depor, mas não respondeu perguntas.
Delegado disse que ele será tratado como 'criminoso normal'.

Marcelo Mora Do G1 SP
O administrador de empresas Michel Goldfarb Costa, de 34 anos, suspeito de provocar uma série de acidentes em São Paulo na manhã de segunda-feira (9), se disse "confuso" ao delegado e preferiu não responder as perguntas durante o interrogatório na tarde desta quinta (12) no 26º Distrito Policial, no Sacomã, Zona Sul da capital.
Ele chegou à delegacia por volta das 13h. Às 18h, o delegado Marcos Antônio Manfrin, responsável pelo caso, disse que Costa pediu para falar "apenas em juízo". Costa deixou a delegacia às 18h30 rumo ao 77º Distito Policial, em Santa Cecília, onde passará mais uma vez a noite.
"Ele só quer falar em juízo. Alegou que está muito confuso. O advogado dele deu orientação para ele responder as perguntas. Mas ele não disse nada de esclarecedor. Disse que estava cansado e que não ia falar", disse o delegado.
Manfrin disse que, se for necessário, pedirá a prorrogação da prisão por mais dez dias e revelou que não pedirá um exame de sanidade mental. "Ele será tratado como um criminoso normal."
"Isso de surto psicótico pode ser uma tese da defesa. Vamos acompanhar o comportamento dele para saber se está mentindo."
Costa foi indiciado por quatro tentativas de latrocínio, três tentativas de homicídio, lesões corporais e porte ilegal de arma. Segundo o delegado, a tese de que ele atirou apenas nas maçanetas foi descartada a partir do relato de testemunhas.
Ao menos 12 pessoas se envolveram nos acidentes. Cinco das vítimas reconheceram Costa como o autor da fuga alucinada. O delegado não descartou um maior número de vítimas e até de feridos, já que foram dados mais de 30 tiros pelo administrador.
Ao chegar no 26º na tarde desta quinta, ele se disse perseguido. “A psiquiatra quis dizer que eu sou louco, me deram coisa pra tomar. Estou sendo perseguido”, disse.
O advogado Nicolau Aun Junior reafirmou que não entrará com recurso para revogar a prisão temporária de dez dias determinada pela Justiça para Costa. “Não vou entrar com nenhum recurso agora porque o melhor lugar que ele poderia estar é recolhido.” O advogado disse ainda que não entregou seu cliente antes porque ele estava em um estado lastimável. Costa se apresentou à polícia na noite desta quarta-feira (11).
"Fui eu que fui resgatá-lo na rua. Ele estava imundo, coberto de fezes. Não queria que ele fosse encontrado daquele jeito”, disse o advogado. Segundo ele, Costa foi localizado na Cidade Universitária, na Zona Oeste, e afirmou que perdeu a arma.
Briga com vizinhos
Aun Junior informou nesta quinta-feira que seu cliente entrou com procedimento no Fórum de Cotia, na Grande São Paulo, onde mora, contra um vizinho por dano material. Este vizinho, segundo ele, jogou pedras em sua casa por causa dos constantes latidos dos cachorros. “Eu não tiro a razão dos vizinhos, são 12 cachorros latindo. Mas eles foram além da reclamação.” O caso foi registrado no fórum há mais de um ano, o que, segundo o advogado, evidencia que Costa teve um problema psicológico na segunda-feira.
O delegado Manfrin confirmou que o procedimento foi registrado no Fórum de Cotia. O documento será anexado aos autos do processo e os vizinhos poderão ser ouvidos. "Por enquanto não há outra hipótese plausível que não seja um problema de ordem psiquiátrica", reafirmou Manfrin.
Fuga
Na quarta-feira , Costa afirmou aos jornalistas ao se entregar que não tentou matar ninguém. Segundo ele, os tiros não foram disparados na direção das pessoas, mas nas maçanetas dos veículos. "Estava em fuga e pedia para as pessoas saírem do carro. Eu falava: 'sai, sai'. E elas não saíam", afirmou. Segundo as investigações, ele bateu em pelo menos dois carros e um ônibus, baleou um homem na barriga e feriu outro de raspão.
Costa afirmou que saiu de casa após seus cães latirem e ele pensar que haviam invadido sua casa. "Eu desci para pegar minhas coisas, para bater em fuga, para preservar minha vida. Ele disse que achava que estava sendo seguido por vizinhos. "Não estou imputando a eles a culpa. Eu não vi ninguém, ouvi só o barulho e os cães latindo", disse.
Ele contou ainda que mesmo após parar o último carro roubado ainda sentia estar sendo perseguido e, por isso, se escondeu em um cano de esgoto próximo ao Rio Tietê. Ele calculou ter ficado cerca de 12 horas no local. "Quando vi que o pessoal não estava perto, eu saí. Tenho indícios de que eles estavam perto. Eu ouvia as vozes."
Costa afirmou que saiu a pé do cano de esgoto e seguiu até a casa do pai. "Quero dizer a todo o Brasil que o que eu fiz foi uma atitude errada. É melhor se prevenir e colocar câmera em casa para não ter esse tipo de paúra, esse medo de morrer."

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