MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

domingo, 25 de dezembro de 2011

Tecelagem no Piauí lucra transformando capim em tapetes

 

Empresa mudou estratégia de vendas para continuar no mercado.
Oportunidades de emprego ajudaram a reduzir desigualdade social.

Do PEGN TV
A tecelagem de Teresa Martins, no Piauí, tem 27 anos. No local são feitos tapetes, cortinas e almofadas com algodão cru e taboa, um capim que cresce nas margens dos rios. Tudo confeccionado de forma artesanal em teares antigos. O produto final é bonito, admirado – mas não vendia.
Essa acomodação acabou com a entrada da filha de Tereza Martins, Nara, no negócio. Juntas, elas se inscreveram no Sebrae Mais, um programa que reúne sete soluções para empresas avançadas, que possuem mais de dois anos de mercados e mais de nove funcionários.
“(O programa) Busca, justamente, dar ao empresário condições de redirecionar suas estratégias, estabelecendo planos de crescimento, com uma visão de futuro. No sentido de dar uma sustentabilidade mais prolongada à empresa”, diz Carlos Jorge Gomes Silva, do Sebrae de Teresina.
Um dos módulos desse programa é o estratégias empresariais. Nesse curso, as sócias aprenderam a buscar informações para melhorar o negócio.
Um estudo de mercado mostrou o principal erro: o ponto de venda. A loja ficava num shopping de Teresina com poucas vagas de estacionamento. Sem ter onde parar o carro, o cliente ia embora sem comprar e não voltava nunca mais. A tecelagem trouxe a loja para a rua e modernizou o espaço. Em dois meses, o faturamento dobrou.
A contratação de uma designer ajudou na nova composição do produto. “Ela fez um jogo de cores, um jogo de mistura com da palha e do algodão que nos iríamos utilizar que deu um toque especial”, conta Nara.
Uma das atrações da loja é um mini tear, em que os arquitetos podem testar combinações da taboa com algodão tingido, e escolher as cores certas para o ambiente que será decorado.
“Para o cliente compreender melhor esse processo e a gente poder também abrir mais esse leque da criatividade. Usar não só o que tem na loja, mas propor uma coisa nova usando várias opções que eles têm”, diz o arquiteto Yamara Santos.
Os arquitetos são um capítulo à parte nesta história: o Sebrae orientou as empresárias a pesquisarem a categoria. A enquete descobriu que os profissionais gostavam do produto, mas não indicavam aos clientes.
“Boa parte não nos indicava porque achava o produto muito rústico, então procuramos dar uma contemporaneidade nas nossas peças”, conta Nara.
A tecelagem tem 12 funcionários, que trabalham com movimentos muito bem ensaiados. Quando o pedal é pressionado, um liço levanta e o outro abaixa. Os fios se cruzam. O pente aperta os pontos. A sequência é repetida por horas, dias, até o tapete ficar pronto.
“Eu acho que é uma dança terapêutica. Porque você não só trabalha o corpo, mas trabalha o corpo e a mente. Você até faz meditação. Você trabalha com os pés, trabalha com as mãos, num rito”, diz Tereza.
A empresa fica na zona rural de Teresina, uma região marcada pela falta de emprego. Com as oportunidades que a tecelagem dá, a desigualdade social na região diminuiu.
“Mudou muita coisa, porque antes eu trabalhava na roça, não tinha profissão. A partir do momento que eu vim para cá, minha vida começou a mudar, minha casa mudou, minhas coisas melhoraram”, conta o tecelão Luiz Antônio de Souza.
É com o envolvimento de uma equipe dedicada e as mudanças causadas pelo Sebrae Mais que a empresa espera crescer.
“A gente está montando um plano piloto em Teresina. Eu quero, daqui a um ano, abrir mais um ponto em outro estado. E tenho um plano para daqui a dois anos pensar num sistema de franquia. E daí ganhar o Brasil”, conta Nara.
O Sebrae Mais atende empresas que já resolveram os problemas básicos de gestão. O programa está disponível em todo o Brasil. No Piauí, a meta é atender 1440 negócios até o fim do ano que vem.
“A gente acredita que, pelos resultados que as empresas que participaram estão participando vêm obtendo, com certeza esse não será um problema. Levar soluções inovadoras, soluções estratégicas, através do programa Sebrae Mais, para as pequenas empresas do estado do Piauí”, diz Silva, do Sebrae.

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