MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Saab declara formalmente falência

 

Corte vai analisar pedido e decidir se mantém proteção contra falência.
Empresa enfrentava dificuldades para conseguir acordo com a GM.

Do G1, com informações da France Presse e da Reuters
A advogada da Saab, Kristina Geers, e o CEO da Swan, Victor Muller, na corte sueca entrega o pedido de falência (Foto: REUTERS/SCANPIX/Bjoern Larsson Rosvall)A advogada da Saab, Kristina Geers, e o CEO da
Swan, Victor Muller, na corte sueca entrega pedido
de falência (Bjoern Larsson Rosvall/Reuters)
A montadora de veículos sueca Saab declarou formalmente nesta segunda-feira (19) a falência. O anúncio foi feito por um tribunal, ao fim de um longo processo de dois anos para tentar salvar a marca sueca. "Executivos da Saab compareceram à sede do tribunal esta manhã e apresentaram os documentos para pedir que sejam considerados em falência", afirmou à agência de notícias AFP uma fonte da corte do distrito de Vaenersborg.
O tribunal examina o pedido. O site do tribunal informou em uma nota que três empresas ligadas a Saab apresentaram os documentos: SAAB Automobile Aktiebolag, Saab Automobile Tools AB e Saab Automobile Powertrain. "A corte pretende analisar os pedidos e indicar um representante do processo rapidamente", afirma uma nota do tribunal.
A Saab Automobile luta pela sobrevivência desde que a Swedish Automobile (Swan) assumiu a marca deficitária da GM em 2010, quando ainda chamava Spyker Cars. A produção da empresa foi parada durante a maior parte deste ano e a montadora entrou em proteção contra falência em setembro, depois de os sindicatos que representam os trabalhadores iniciarem procedimentos para colocar a empresa em falência, pela falta de pagamento de salários.
Saab 9-3 sedã (Foto: Divulgação)Saab 9-3 é um dos destaques da marca (Foto: Divulgação)
O CEO da Saab, Victor Muller, deve comparecer à corte, ao mesmo tempo que os juízes decidirão se mantêm ou cancelam a proteção contra a falência de três meses a favor da Saab, implementada durante as negociações para salvar a empresa.
Muller enfrentava problemas para conseguir um acordo que permitisse salvar a Saab da quebra e centrava as negociações com dois grupos chineses, a montadora Youngman e a distribuidora de veículos Pang Da.
Nota oficial
Nesta segunda, a Swan publicou nota oficial em seu site afirmando que a decisão para a divisão automobilística da Saab foi tomada após a posição recente da GM de rejeitar a transação com a chinesa Youngman, que permitiria o acesso a financiamento para continuar a reorganização da Saab Automobile. 
Ainda segundo a nota, o Conselho da Saab Automobile decidiu que a empresa sem financiamento adicional será insolvente e que o pedido de falência é a melhor alternativa para seus credores. “Espera-se que o tribunal aprove o depósito e nomeie os receptores para a Saab Automobile muito em breve”, diz.
A Swan afirma ainda que não espera realizar qualquer valor de suas ações na Saab Automobile e vai amortizar o seu interesse na empresa completamente.
64 anos de história
A marca existe há 64 anos e foi criada pela Saab AB, uma empresa aeroespacial e de defesa da Suécia fundada em 1937 — que, inclusive, disputa a concorrência para a produção de caças para o Brasil. De 1947 a 1990, a fabricante de aviões foi a "empresa-mãe" da fabricante de automóveis Saab Automobile. Entre 1969 e 1995, a companhia passou por uma fusão com a fabricante de veículos comerciais Scania, que ficou conhecida como Saab-Scania e incluía veículos militares. Em 1990, a Saab Automobile se tornou totalmente independente da fabricante de aviões e, em 2000, a GM assumiu o controle da empresa.
Na América do Sul, apenas o Chile tem representaçao da marca. No entanto, seus carros são vendidos para mais de 50 países.
Modelos antigos fazem fila para o início da passeata 'Save Our Saab' (Foto: Adrian Dennis/ AFP)Modelos antigos fazem fila para o início da passeata 'Save Our Saab' (Foto: Adrian Dennis/ AFP)
GM rejeitou propostas
A General Motors rejeitou na última terça-feira (6) a proposta de reestruturação da Saab que envolvia um banco chinês e a empresa do setor Youngman Zhejiang Lotus Automobile Co. De acordo com a GM, o negócio foi negado porque feria a posição competitiva da própria General Motors na China e em outros mercados-chave. Isso porque a Saab ainda carrega tecnologia e contratos de produção da empresa norte-americana.
A GM, que opera na China em uma parceria com a estatal Saic Motor Corp Ltd, disse no início de novembro que continuaria a fornecer peças e tecnologia para os novos donos da Saab. Por isso, aceitar uma porposta assim contraria o interesse dos seus próprios acionistas.
Para a empresa sueca, fechar a parceria significaria pagar os salários dos funcionários de novembro e, assim, a equipe da Saab continuaria a reorganizar a empresa. No início deste ano, Youngman e a empresa chinesa de distribuição de automóveis Pang Da Automobile Trade Co. disseram que comprariam a marca por 100 milhões de euros (US$ 135 milhões).
Carreata de fãs
O futuro incerto da histórica marca chegou a mobilizar proprietários de veículos em Luton, no Reino Unido,  em janeiro de 2010. A carreata foi forma de protesto contra a possível venda, na época, da marca sueca até então pertencente a General Motors. Os participantes do chamado ‘Save Our Saab’ se dirigiram até a sede da fabricante no país e depois seguiram viagem para Duxford.

Governo brasileiro não se manifesta sobre a falência
O Ministério da Defesa informou ao G1 que não vai se manifestar a respeito da falência da Saab Automobile. A Saab AB, responsável pelo produção de aviões, disputa a concorrência para a venda de caças para as Forças Armadas brasileiras e desde 2000 é uma empresa separada da divisão de automóveis. Em seu site, a Saab AB declarou que que é totalmente indenpendente da fabricante de automóveis.

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