G1 acompanhou histórias de quem passa o feriado no trabalho.
Funcionários se reúnem e organizam ceias próprias.
Ceia, árvore, Papai Noel, amigos e familiares reunidos. É assim que grande parte dos gaúchos passa a noite do Natal. Para alguns deles, no entanto, as tradicionais comemorações passam bem longe. Para quem precisa trabalhar na noite do dia 24, a alternativa é organizar uma festa diferente com os colegas de serviço.
Miriam Linai Schaffazick, médica legista do Departamento Médico-Legal (Foto: Jessica Mello/G1)
Ceia no necrotério
Para quem não conhece a rotina dos legistas e auxiliares de necropsia do Departamento Médico-Legal do Rio Grande do Sul (DML-RS), a noite de Natal dos profissionais parece um tanto inusitada. A grande diferença é o local onde os cerca de oito plantonistas - entre médicos, auxiliares, fotógrafos e digitadores - se reúnem para a ceia: o próprio necrotério. A escolha é pela praticidade. É no necrotério, setor com várias salas, que fica a maior e melhor cozinha do DML.
“Pode até parecer estranho, mas faz parte da rotina da gente”, explica a legista Miriam Linai Schaffazick, 45 anos, que trabalha há 14 no DML e enfrentou diversos plantões em Natais. “Quando sai nossa escala, combinamos com quem vem trabalhar o que cada um vai trazer. A direção também manda cestas para o pessoal que estiver aqui”, explica.
A rotina de trabalho também muda no feriado. Os plantões são de 24h, das 8h até as 8h do dia seguinte. Na noite e na madrugada do dia 24, a frequência é muito maior de exames clínicos, especialmente toxicológicos, para teores de embriaguez e de drogas. Já na manhã do dia 25, quando chega outro plantonista, a exigência é muito maior para a necropsia de corpos, já que o número de mortes cresce durante a madrugada.
Luiz Fernando fará seu primeiro plantão de Natal no
DML de Porto Alegre (Foto: Jessica Mello/G1)
Luiz Fernando Flores Júnior (31), auxiliar de perícia do DML, enfrentará seu primeiro plantão de Natal na sede de Porto Alegre. Passará a noite do dia 24 com a família e trabalhará durante o dia do Natal, no domingo. Assim como os plantonistas da véspera, quem estiver no Departamento no dia 25 também terá sua ceia de Natal, desta vez no horário do almoço. O esquema é o mesmo da noite anterior: os colegas se organizam para levar comida e se reúnem durante um momento de menos movimento para todos.
Natal com as crianças, mas no hospital
Kleber Cardoso Crespo, 50 anos, passa o Natal rodeado de crianças, mas longe da família. Médico pediatra no Hospital da Criança Santo Antônio, localizado no complexo da Santa Casa de Porto Alegre, ele atende pacientes de até 18 anos, em um plantão de 12 horas que se extende das 20h às 8h do dia seguinte. Diferentemente do DML, onde o movimento das festas de final de ano é maior, no hospital os atendimentos diminuem. "O tipo de atendimento que fazemos lá na noite de Natal não muda muito. É o mesmo do dia a dia: criança com febre, com vômito, com tosse. Às vezes, criança que bateu a cabeça".
Agora, os filhos de Kleber já estão mais velhos, mas mesmo quando eram crianças já estavam acostumados a passarem a data longe do pai. "Eles sempre entenderam que eu precisava trabalhar e que aquilo era da minha profissão. Antes de ir pro hospital, já deixava os presentes com eles e depois ligava para desejar um Feliz Natal", explica.
Na Santa Casa, os plantonistas também realizam sua própria festa. Grande parte da comida para a ceia é fornecida pelo próprio hospital, mas os funcionários se dividem para levar algo especial. Como o atendimento é sempre constante, nem todos conseguem se reunir na mesma hora para a janta, sempre realizada perto da meia-noite. Por isso, vão se revezando, para que todos consigam aproveitar a ceia natalina.
Maître Aimi passará o dia fazendo a ceia, mas não
para a família (Foto: Divulgação / Sheraton Hotel)
Preparando a janta
Preparar a janta no dia do Natal tem um sabor diferente. Inclusive para quem faz isso para outras pessoas. No restaurante de um hotel de Porto Alegre, a ceia especial é tanto para os hóspedes quanto para o público em geral. Esse já é o segundo ano que o maître Alberto Aimi passa a noite do dia 24 ao lado dos colegas de trabalho. E, apesar de passar a data longe dos familiares, Alberto se sente realizado por ver que o seu serviço gera alegria a outras pessoas em um dia tão importante. "Deixa-nos muito feliz ver que todos estão contentes, comemorando, satisfeitos com o serviço que estamos oferecendo. Esse é o nosso principal objetivo nessa data", explica.
As comemorações natalinas da equipe de 11 pessoas, entre garçons, recepcionistas e um barman, são realizadas mais cedo do que o usual para a maioria. Antes de o restaurante iniciar suas atividades, os funcionários se reúnem para brindar a data, entre às 17h e 19h. A ceia é fornecida pelo próprio hotel e leva um pouquinho do gosto do Natal para aqueles que, mais tarde, estarão propagando o sentimento da data entre os 50 clientes que já esgotaram as reservas do local.
Miriam Linai Schaffazick, médica legista do Departamento Médico-Legal (Foto: Jessica Mello/G1)Para quem não conhece a rotina dos legistas e auxiliares de necropsia do Departamento Médico-Legal do Rio Grande do Sul (DML-RS), a noite de Natal dos profissionais parece um tanto inusitada. A grande diferença é o local onde os cerca de oito plantonistas - entre médicos, auxiliares, fotógrafos e digitadores - se reúnem para a ceia: o próprio necrotério. A escolha é pela praticidade. É no necrotério, setor com várias salas, que fica a maior e melhor cozinha do DML.
“Pode até parecer estranho, mas faz parte da rotina da gente”, explica a legista Miriam Linai Schaffazick, 45 anos, que trabalha há 14 no DML e enfrentou diversos plantões em Natais. “Quando sai nossa escala, combinamos com quem vem trabalhar o que cada um vai trazer. A direção também manda cestas para o pessoal que estiver aqui”, explica.
A rotina de trabalho também muda no feriado. Os plantões são de 24h, das 8h até as 8h do dia seguinte. Na noite e na madrugada do dia 24, a frequência é muito maior de exames clínicos, especialmente toxicológicos, para teores de embriaguez e de drogas. Já na manhã do dia 25, quando chega outro plantonista, a exigência é muito maior para a necropsia de corpos, já que o número de mortes cresce durante a madrugada.
Luiz Fernando fará seu primeiro plantão de Natal noDML de Porto Alegre (Foto: Jessica Mello/G1)
Natal com as crianças, mas no hospital
Kleber Cardoso Crespo, 50 anos, passa o Natal rodeado de crianças, mas longe da família. Médico pediatra no Hospital da Criança Santo Antônio, localizado no complexo da Santa Casa de Porto Alegre, ele atende pacientes de até 18 anos, em um plantão de 12 horas que se extende das 20h às 8h do dia seguinte. Diferentemente do DML, onde o movimento das festas de final de ano é maior, no hospital os atendimentos diminuem. "O tipo de atendimento que fazemos lá na noite de Natal não muda muito. É o mesmo do dia a dia: criança com febre, com vômito, com tosse. Às vezes, criança que bateu a cabeça".
Agora, os filhos de Kleber já estão mais velhos, mas mesmo quando eram crianças já estavam acostumados a passarem a data longe do pai. "Eles sempre entenderam que eu precisava trabalhar e que aquilo era da minha profissão. Antes de ir pro hospital, já deixava os presentes com eles e depois ligava para desejar um Feliz Natal", explica.
Na Santa Casa, os plantonistas também realizam sua própria festa. Grande parte da comida para a ceia é fornecida pelo próprio hospital, mas os funcionários se dividem para levar algo especial. Como o atendimento é sempre constante, nem todos conseguem se reunir na mesma hora para a janta, sempre realizada perto da meia-noite. Por isso, vão se revezando, para que todos consigam aproveitar a ceia natalina.
Maître Aimi passará o dia fazendo a ceia, mas nãopara a família (Foto: Divulgação / Sheraton Hotel)
Preparar a janta no dia do Natal tem um sabor diferente. Inclusive para quem faz isso para outras pessoas. No restaurante de um hotel de Porto Alegre, a ceia especial é tanto para os hóspedes quanto para o público em geral. Esse já é o segundo ano que o maître Alberto Aimi passa a noite do dia 24 ao lado dos colegas de trabalho. E, apesar de passar a data longe dos familiares, Alberto se sente realizado por ver que o seu serviço gera alegria a outras pessoas em um dia tão importante. "Deixa-nos muito feliz ver que todos estão contentes, comemorando, satisfeitos com o serviço que estamos oferecendo. Esse é o nosso principal objetivo nessa data", explica.
As comemorações natalinas da equipe de 11 pessoas, entre garçons, recepcionistas e um barman, são realizadas mais cedo do que o usual para a maioria. Antes de o restaurante iniciar suas atividades, os funcionários se reúnem para brindar a data, entre às 17h e 19h. A ceia é fornecida pelo próprio hotel e leva um pouquinho do gosto do Natal para aqueles que, mais tarde, estarão propagando o sentimento da data entre os 50 clientes que já esgotaram as reservas do local.
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